Chapter 3

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Depois que eu descobri esses poderes eu fiquei bastante confusa, não tinha a menor ideia do que fazer. Pensei em contar para a minha abuelita, mas não queria que ela se preocupasse. Pensei em procurar os vingadores e explicar o que aconteceu, mas achei que eles iriam querer tirá-los de mim, e eu não queria isso, pois tinha me apegado a eles.

Foi em uma tarde em que eu passeava pelas ruas do Brooklyn que eu decidi o que iria fazer com aquelas habilidades. Eu estava andando tranquilamente quando passei por quatro homens bastante suspeitos. Eles cochichavam algo sobre um outro cara.

— Vai ser muito fácil. Aquele otário é tão distraído que vai entrar no primeiro carro que ver. — falou um deles.

— E é nessa hora que nós vamos... — começou o segundo cara, mas o primeiro interrompeu.

— Cale a boca! Alguém pode ouvir.

— Mas só tem uma menina passando por aqui e ela está com fones de ouvido, nem deve estar escutando. — respondeu o segundo homem.

Na verdade eu ouvia tudo, meu celular estava descarregado. Eu somente continuava com os fones, pois é um ótimo meio de ignorar qualquer pessoa que tente conversar comigo.

— E se ela estiver, o que ela vai fazer? Chamar a polícia? Ela não pode provar nada. — apoiou o terceiro cara. — É só uma garotinha indefesa e idiota.

Aquilo estava começando a me estressar. Eu nunca suportei que alguém me chamasse de fraca ou indefesa. Em qualquer outra situação eu teria rebatido aquela ofensa, mas eu precisava saber o que eles estavam tramando,então, contra a minha vontade, eu ignorei. 

— Olhem, lá vem ele. — avisou o quarto homem. — Vamos pegar o carro, depressa!

Enquanto eles entravam no carro, eu me escondi em um beco. Eu não tinha poder de ler mentes igual a Feiticeira Escarlate, mas minha intuição dizia que aquilo iria se transformar em um sequestro, ou em algo pior. E eu estava certa.

Passado alguns minutos, um rapaz alto e moreno  se aproximava do carro aonde os quatro homens se encontravam. Não havia mais ninguém na rua. Quando ele estava perto o suficiente do veículo um par de mãos o puxou. Ele tentou gritar, mas uma arma foi apontada para sua cabeça, seguida de uma fala:

— Seja bonzinho e não o machucaremos, Tom. — falou um dos homens. — Pelo menos, não agora. — e deu um sorriso malicioso. — O chefe avisou o que iria acontecer se você não cumprisse o combinado. Chegou a hora de vê-lo.

— E então o que? ---- falou o Tom. — Irão me matar?

— Quem vai decidir é o chefe.

Meu cérebro estava a mil. Eu não sabia se fazia alguma coisa. Pensei em chamar a polícia, mas eles já teriam ido embora quando ela chegasse. Gritar por socorro seria uma burrice, uma vez que a rua estava deserta e eles me veriam. Sem mais nenhuma opção em que eu não precisasse usar meus poderes, resolvi agir.

Rapidamente, fiquei invisível e saí do beco. Usando meus poderes de telecinese, tirei a arma da mão do homem e joguei-o contra a parede. O cara que segurava o Tom soltou-o na mesma hora, assustado com o que havia acontecido, e o rapaz começou a correr.

­— O que estão esperando? — falou o cara que eu havia jogado contra a parede para os outros três. — Vão pegá-lo.

Eles até tentaram persegui-lo, mas eu joguei dois deles no chão e levitei o terceiro. Ele não emitiu nenhum som, estava com muito medo para isso. Os outros caras estavam muito concentrados assistindo seu companheiro levitar, o que deu tempo para o rapaz conseguir fugir.

Assim que eu me assegurei de que Tom havia conseguido escapar, coloquei o sequestrador no chão, escalei o prédio mais próximo e saí daquele lugar, com medo dos homens me descobrirem. Quando já estava longe o suficiente, voltei a ficar visível e fui para o metrô mais próximo que eu encontrei. Depois de toda aquela loucura eu só queria voltar para casa.

Mais tarde naquela noite, eu estava deitada na cama, pensando no que eu tinha feito àquela tarde. Depois de muito refletir, decidi o que eu devia fazer com meus poderes. Iria me tornar uma super heroína. Não queria ser famosa, para mim isso não importava, mas eu tinha me sentido bem enquanto ajudava aquele homem. Já havia muitos vilões naquela cidade, uma heroína a mais poderia fazer uma grande diferença, mesmo que não fizesse parte dos vingadores.

Mesmo com a habilidade de ficar invisível eu queria ter um uniforme, para o caso de eu precisar aparecer para alguém, afinal, eu uma luta não dá para ficar invisível o tempo todo. Não queria que as pessoas descobrissem quem eu era, isso podia trazer muitos perigos para as pessoas próximas de mim, principalmente para a minha abuelita.

Nos próximos dias, eu me concentrei em desenhar um uniforme para mim. Eu não tinha muitas ideias na minha cabeça, mas depois de muitas horas havia, finalmente, um modelo no papel. Depois, eu precisei colocar um pouco de cor nele e, após muito tempo, eu possuía um desenho do meu uniforme. Agora eu só precisava costurá-lo. Isso não era difícil, aprendi muito sobre costura por ter crescido com a minha abuelita desde os oito anos. Dois dias depois, eu finalmente tinha um uniforme.

Ele tinha o mesmo modelo do uniforme do homem aranha, porém possuía um capuz no seu fim, e era totalmente coberto com vermelho e preto. Eu me senti muito satisfeita com o resultado, apesar de ter tido muita dificuldade em costurar a máscara, mas, depois de muito esforço, ele estava completo.

Os primeiros dias de vigilância não foram muito produtivos. Eu não conseguia ir muito longe, pois era muito cansativo ficar andando o tempo todo, e não era uma boa ideia ficar usando o metrô com frequência.

Então eu lembrei de como os vingadores chegavam nos lugares. Sua maioria conseguia voar, mas isso estava fora de cogitação. Os que não tinham essa habilidade, como a viúva negra e o gavião arqueiro, geralmente usavam o Quinjet, outra ideia bastante improvável de funcionar comigo.

E então eu lembrei, o Homem Aranha usava seus lançadores de teia para se locomover. Se eu conseguisse recriá-los, conseguiria me movimentar mais facilmente. Agora eu só precisava descobrir como fazer isso. Os lançadores eram fáceis de produzir, o complicado era descobrir o material que ele havia utilizado para criar as teias, pois de nada adiantaria se elas não suportassem meu peso.

Tive a ideia de coletar amostras das teias que eram deixadas para trás em suas batalhas e patrulhas. Após uma longa análise eu finalmente havia conseguido descobrir os componentes da teia, e assim, consegui finalmente criar as minhas, com uma resistência um pouco maior que as coletadas.

Agora eu só precisava de um codinome e finalmente teria meu visual completo. Passei quase três dias pensando, tentando encontrar um nome que não soasse tão idiota. Então, de repente, veio a ideia de misturar os nomes da Feiticeira Escarlate e do Homem Aranha, já que eu possuía seus poderes, então, desse modo, nasceu meu codinome: a Aranha Escarlate.

Passei os últimos oito meses vigiando Nova York, em busca de algum roubo ou coisa pior. Ajudei muita gente nesse tempo, mesmo sem eles saberem disso. Os vingadores me viram algumas vezes e, por não me presenciarem fazendo algo de bom, já que eu ficava invisível na maior parte do tempo, deduziram que eu era uma vilã e alertaram a todos os cidadãos o mesmo. Eles conhecem meus poderes e acho que estão criando algo que os ajude a me capturar. Eu não me preocupo com isso, se eles quiserem me pegar terão que me encontrar primeiro, não é? 

Two Worlds ••• SPIDERMANOnde histórias criam vida. Descubra agora