Capítulo- 15 Clara

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Dois meses depois+

Enfim, os 9 meses chegaram. Tudo estava correndo bem, minha depressão tinha ido embora e eu agora aceitava a minha gravidez. Só não sabia o sexo, nunca dava pra ver, mas eu estava feliz. Tenho que agradecer muito ao Bruno, se não fosse por ele eu não estaria aqui. Desde o dia em que me disse aquelas coisas e eu botei a mão na minha barriga pela primeira vez, eu acordei e percebi que eu tinha que crescer e aprender a ser uma mãe mesmo antes de nascer. Hoje eu estava me sentindo bem estranha, uma dorzinha vinha e ia embora. Suspirei e passei a mão na minha barriga que mexeu.
-Mamãe está feliz também! - falei que nem uma idiota. Era isso o dia inteiro, eu perguntava coisas, mostrava tudo e cantava e aquilo me fazia tão feliz.

[...]

Acordei com uma dor forte, uma cólica. Olhei no relógio que marcava 04:48 da manhã, tentei levantar mas a dor forte me impediu. Quando olhei para o lençol achei estranho demais, havia sangue. Eu me assustei e comecei a chamar pelo o meu pai.
-PAI? PAI? - segundos depois ele entrou no quarto assustado.
-Que foi, Clara? - quando olhou para o lençol ele arregalou os olhos. - Meu Deus! Vou te levar para o hospital, consegue levantar?
-Não! - ele me pegou no colo. - Têm que pegar aquelas duas bolsas ali. - falei e ele voltou pra pegar comigo ainda no seu colo. Me botou no carro e voltou pra dentro de casa. Dois minutos ele já tinha voltado e já estava a caminho do hospital.
-Pai, eu não quero perder! Eu sei que eu quis abortar no começo, mas eu não quero que nada aconteça com...
-Nada vai acontecer, fica tranquila! - me cortou. Eu ia falar mais alguma coisa, mas uma dor forte me atingiu novamente. Não sei por que, mas eu queria que Alex estivesse aqui comigo agora.
Chegamos ao hospital pouco tempo depois e quando dei por mim já estava na sala de cirurgia com o meu pai ao meu lado. Ele passava a mão no meu rosto, beijava a minha testa e passava a mão nos meus cabelos. Aquilo me acalmava e eu sorria pra ele. A dor eu não sentia mais, era só um incômodo. 
-Te amo princesa, vai dar tudo certo! Eu estou aqui com você! - sussurrava meu pai no meu ouvido.
Senti uma sensação estranha, meio que um puxão dentro de mim, mas não ouvi nada. Nem um choro, nem nada. Mais uma sensação estranha e segundos depois um choro agudo nos atingiu me fazendo chorar também, mas o choro agudo parou logo em seguida, comecei a perceber uma movimentação, aquilo me desesperou. As lágrimas de felicidades já tinham sido esquecidas, agora eram lágrimas de desespero que escorriam descontroladamente dos meus olhos. O pior não podia ter acontecido. Por favor, não.

A Noite que mudou Minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora