A Noite que mudou Minha vida

capítulo-33 Clara

Estava no restaurante com Alex e Beatriz. Eu observava a rua lá fora, pensativa. A ameaça que Amélia fez me deixou assustada, eu sabia que ela iria tentar alguma coisa. E eu tinha certeza que seria com a Beatriz, mas não fazia ideia do que seria.
-Clara? - era a voz de Alex me fazendo acordar dos meus pensamentos.
-Oi.
-Você está tão distante! - falou me olhando de forma preocupada.
-Só estava pensando em algumas coisas, nada demais! - dei um sorriso tranquilizador.
-Já pensou em que vamos fazer depois do almoço? - perguntou e eu neguei com a cabeça. - Que tal conhecermos um lugar hoje? - perguntou e sua voz parecia estar ótima, como se nada tivesse acontecido.
-Que lugar? - perguntei curiosa.
-Um lugar muito especial, em que eu nunca levei ninguém! - falou e eu sorri. Era engraçado, mas eu adorava quando ele dizia que nunca levou a um local ou falou algo pra alguém. Me sentia única.
-Eu quero ir logo! - falei.
-Só depois de comermos! - apertou minha mão com certa delicadeza em cima da mesa, mas eu fiz uma cara feia. Estava com a mão ardendo, devem ser os tapas que dei naquela vadia.
-O que foi? Doeu? - perguntou analisando minha mão que estava vermelha.
-Foram os tapas que dei na Amélia, não estou acostumada a bater em alguém. - falei e ele abriu um sorriso de lado.
-Sabe, acho que seria bom eu me lembrar que você é boa em bater em uma pessoa! - falou com a voz contida.
-Acho bom mesmo. - falei séria e ele levantou as mãos em sinal de rendição.
Olhei pra Beatriz que estava conversando com as suas bonecas e sorri. Minha filha era linda!
-Você pensa em ter outros filhos? - perguntou me surpreendendo.
-Não, a minha gravidez foi muito difícil. Não quero passar por isso novamente! - falei e vi seu sorriso triste. - Por que essa pergunta?
-Nada! - respondeu mas eu sabia que ele queria me dizer alguma coisa.
Ficamos em silêncio até o final do nosso almoço, só falávamos com Beatriz às vezes.
-Podemos ir logo? - perguntei doida pra pra conhecer o tal local.
-Podemos, curiosa! - respondeu levantando e pegando a Beatriz da cadeirinha que ela estava.
Entramos no carro dele e seguimos para o tal local, parecia ser um pouco afastado do centro da cidade. Eu estava doida pra ver o que era.
Chegamos em uma casa linda, mas muito simples. Eu fiquei encantada de cara. Tinha uma piscina enorme, um gramado grande e por um breve momento me imaginei vivendo aqui com a casa cheia de crianças, mas descartei logo esse pensamento.
-Alex, essa casa é linda! - falei e ele concordou com a cabeça.
Ele botou Beatriz no chão e segurou a mão dela.
-Essa era a casa dos meus pais! - falou triste. - Eu reformei ela, quero me mudar pra cá e quis ver o que você ia achar do local!
-Eu achei lindo, perfeito. - falei encantada.
-Quer entrar pra ver? - perguntou.
-Claro, vamos logo! - puxei ele pela mão e seguimos pra dentro de casa.

[...]

-Papa, quelo entla na pixina!- falou Beatriz apontando pra piscina quando estávamos na varanda observando a paisagem.
-Outro dia papai vai trazer você aqui pra tomar banho de piscina! - falou e beijou o topo de sua cabeça. Ela pegou a boneca e fez o pai beijar ela também.
-Mama, poxo i na glama? - perguntou
-Claro amor, pode ir.
Ela saiu correndo e ficou rolando na grama. Estávamos nos divertindo observando ela.
-Eu adorei a casa! - falei e ele riu. Me puxou para um abraço e eu me senti em paz.
-O que você acha de morar aqui o resto da vida? - perguntou e eu olhei pra ele sem entender.
-O que você quer dizer com isso? - perguntei.
-Não estava nos meus planos fazer esse pedido agora, mas acho que o momento certo é agora. Você quer casar comigo? - meus olhos ficaram cheios de lágrimas. Eu não aguentei, beijei ele e comecei a chorar que nem criança. O dia tinha sido uma merda mas ele conseguiu melhorar rápido.
-Isso é um sim? - perguntou e pareceu nervoso.
-Claro que é um sim! - respondi.
-Ufa. - falou suspirando aliviado. Caí na gargalhada. - A aliança eu te dou depois.
-Tudo bem! - sorri.
-Podemos casar amanhã? - perguntou e eu cai na gargalhada.
-Podemos casar quando você quiser! - falei beijando ele.