Capítulo 8

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Sakura On

O sol mal tinha nascido e já estava de pé, arrumei a cama e minhas coisas. Kora-sama tinha me dado uma mochila média, que prendia na cintura, na cor marrom, era simples e perfeita pra minha viajem, principalmente depois da perda de minhas roupas e da minha mochila.

Sim, roupas, minha roupas, amadas roupas, tinham tido perda total, apesar de terem sido lavadas, acabaram desfiando depois da terceira escovada no tanque, sem chance. Por causa disso ganhei roupas novas de Kora, roupas que cabiam em mim, diferente do kimono.

Peguei minha kunai, cortando os fios que estavam grandes, e mais um pouco na parte de trás com o auxílio do espelho, deixando meu cabelo bem curto. Puxei os fios da frente, que "escondiam" o tamanho da minha testona, deixando os fios meio-preso, deixando aquela testa de marquise vissivel para todo mundo ver.

Peguei minha roupa e vesti, deixando o kimono dobrado na cama. Me olhei no espelho, sorrindo com o que via, a roupa usada residia em uma blusa que ia até metade da barriga, da cor vermelha, com pétalas brancas nas laterais, para esconder a barriga resolvi colocar faixas até o cós do short saia, que era da mesma coloração da blusa, com listras branca nas bordas, bem simples, nos pés sandálias ninjas, parte dos únicos bens que tinha sido salvos. Com a bolsa na cintura, estava pronta para sair.

Certo! Vamos Sakura.

Sai do quarto, indo pra sala de ervas, encontrando Kora-sama e Kimi fazendo o desjejum, em silêncio. Me juntei a elas, no silêncio agradável da manhã. Quando terminamos fomos para trás do templo, provavelmente iríamos usar aquela passagem entre as pedras que tinha visto da janela do corredor, mas não falei nada sobre. Não sabia se tinham ninjas nessa vila, ou algo relacionado, então apenas esperei.

— Ain, espero que venha nos visitar quando vier pela área — Kora-sama me deu um abraço apertado, com um sorriso largo — coloquei alguns óleos e folhas pra fazer chá, também deixei um maço de pergaminho pra saber como usá-los caso se machuque.

Sorri, assentindo com a cabeça, grata pelo conhecimento e preocupação que a mesma tinha comigo, era tão atenciosa, me sentia mal por estar mentindo pra ela.

— Já podemos ir? — Kimi se aproximou da beira do riacho, segurando a alça da mochila.

Como poderia ser tão desagradável? Por kami-sama!

— Sayonara, Kora-sama, até uma próxima vez, obrigada por tudo — me afasto da anciã, indo ao encontro da mulher impaciente.

Encarei o riacho e depois os rubis de Kimi, a água estava turbulenta demais pra passar a nado, e pular, bom, só se quisesse cair nas pedras íngremes da beirola. Quase fiz a menção de perguntar como atravessaremos, quando a mulher puxou algo entre os arbustos da roseira, fazendo um caminho de pedra se formar, fazendo uma pequena ponte.

— Vamos — solto um suspiro, seguindo a mais velha, passando por outro lado. Kimi entrou na fissura da pedra, com naturalidade, seguindo seus passos logo em seguida, com um pouco mais de dificuldade.

Estreitei meus olhos por um momento, me acostumando com a iluminação precária da caverna, enquanto seguia, um pouco cega ainda.

Quando consegui enxergar o suficiente, me dei conta de onde estava. Não era bem uma caverna, era um túnel mesmo, com algumas lanternas a gás presas nas paredes das pedras por fios, ou eram galhos? Não sabia ao certo.

— Anda logo, não quero demorar mais que o necessário com você — Kimi estava mais a frente, me encarando com uma carranca.

— Estou indo — aperto o passo, acompanhando a no trajeto pelo túnel semi-iluminado.

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