Capítulo 19

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Narradora On

As lágrimas da jovem Haruno pareciam não ter fim, seu rosto inchado fazia par com as olheiras de noites em claro, velando o sono do pequeno Tatsumi, que não parecia estar em estado melhor que a rosada. Desde que saíram da Ilha Kazan o barco foi levado por uma corrente marítima, sendo guiado pelo destino, enquanto seus tripulantes pareciam fantasmas, sem olhar, sem rumo.
Os acontecimentos de antes pareciam pesadelos que ambos não conseguiam esquecer, o loiro acordava trêmulo quase todas as vezes, procurando os braços de Sakura, choroso e assustado, tendo seu refúgio todas as vezes, enquanto a jovem tinha apenas suas lembranças e a noite atrelada como confidente.

As reversas de comida os ajudaram a passar pela maresia do oceano, que os jogou a beira de uma praia desabitada, envolvia por muros de pedra ingrime e cheias de lodo, a cima apenas árvores a perder de vista. Não sabiam onde estavam, mas parecia melhor que vagar pelo oceano sem rumo aparente.

Com o garoto em sua costa, Sakura desafiou a imensidão de pedra, machucando os dedos toda vez que vacilava, escorrendo por causa do lodo e algas escorregadias, conseguindo chegar a cima com muito esforço, Tatsumi a incentivava a continuar, enquanto seu peito levantava e subia com força, em suas últimas forças, se não fosse pelas coisas que aprendeu já teria desistido a muito tempo, seu coração estava quebrado e seus sentimentos em frangalhos, o que a deixava de pé era a necessidade de seguir em frente com seu companheiro de viajem, e de uma promessa, de deixar o pequeno seguro.

As horas de baixo das copas das árvores não facilitava em nada, estava abafado e o vento parecia impedido pelas árvores, as raízes eram altas, além de barulhos de animais ferozes, fazendo o pequeno apertar a mão de Sakura com força, com medo.
Quando a noite caia, era ela que subia nas árvores mais altas, para dormir com Tatsumi em seu colo, usando uma corda para nenhum deles cair, enquanto tentava descansar de mais um dia de viajem.

Quando tinham sede ou fome se rendiam a natureza, pegando água de pequenos riachos de água cristalina e de frutas em arbustos baixos, onde os pássaros também se fartavam de comida boa. Os dias pareciam intermináveis, até encontrarem uma estrada, que os levaram até uma vila pequena, quando descobriram estar em território do fogo.

-Então o barco só deu a volta, devemos ter saído em uma das praias com ligação ao país do fogo....que ironia_ Sakura riu, pegando um pouco de dinheiro que Ayame tinha dado para fugirem, comprando mantimentos e algumas ervas medicinais em barracas, na Vila.

Sakura não queria dar muito na vista, então decidia dormir sempre fora da Vila, em árvores ou em uma caverna próxima, vigilante e desperta as coisas ao redor.

As coisas pareciam ter voltado a estaca zero, sozinha, ou quase isso, se virando para sobreviver naquela linha da vida, com uma criança a tira colo. Sua mente voltava a funcionar corretamente, quando lembrou mais precisamente das coisas que antecederam a fuga.

Kabuto, Sasuke-kun, o ataque de ambos a casa de Ayame, que parecia ter tido relações estreitas com Orochimaru, relações esta que a rosada pouco conhecia, na verdade, parecia no escuro quando tentava se lembrar de informações úteis, sem sucesso. Tatsumi também não parecia entender o que tinha acontecido, denominando ambos aos homens maus que atacaram sua casa e sua tia. Ele não sabia de nada, apenas que tiveram que fugir, de pessoas mal intencionadas, assim como os armários que atacaram a casa que cresceu e a sua mãe, que não estava do seu lado.

Era tanto para uma criança de 9 anos assimilar, sempre se perguntando ou desferindo dúvidas e questionamentos a Sakura, que tentava ser a mais compreensível possível em explicar a mesma coisa todas as vezes, vendo que não queria muito efeito, já que o pequeno ainda não conseguia entender a maldade do mundo ninja.

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