Kimi On
Aquela menina, parecia que tinha emergido da própria montanha, suja, machucada, molhada e febril, quase uma sobrevivente de algum desastre natural, que precisava ser socorrida rápido ou talvez não fosse durar até a próxima lua cheia. E eu pensando que iria ser apenas uma visita tranquila a lagoa, por Sengen-sama, que nada aconteça.
Mina parecia ter se afeiçoado a jovem, que tinha lindas madeixas rosadas, que estavam desgrenhadas por causa do que quer que aquela menina tenha passado, na verdade, ela toda estava desgrenhada, suas roupas estavam rasgadas, molhadas e fétidas, tinha marcas de arranhões e hematomas pelos braços e pernas, além de um grande galo na cabeça, acho que era melhor chamar a Kora-sama o mais rápido possível, tinha medo dela desfalecer na minha frente.
— Mina, ajude Kiu a levar a água pra casa, vou levar nossa visitante até o templo — ofereço o balde a jovem, que fez uma careta de desgosto — Vamos! Não discuta com sua irmã mais velha.
— Hai, hai, vamos Kiu-kun — sorri, bagunçando as madeixas do menino, que me deu língua assim que Mina começou a andar, se afastando de nós.
— Que templo, Kimi-san? — a rosada me encarou, curiosa com a situação.
— Já vai saber, vamos — puxei a menina estranha, descendo os degraus do nível primário, indo por último, o central, que apenas tinha passagem pela ponte pequena.
O jardim estava deslumbrante como sempre, mas não estava em todo o seu esplendor, assim como o desabrochar da cerejeira, o tempo de esplendor das flores dali já tinha se passado e esperávamos o próximo ciclo, com o festival das flores, que acontecia em outras vilas, como a vila do ferro e da Grama, onde tiramos o sustento da metade do ano.
— Aqui é muito bonito — a voz passada e tímida da menina soou na minha cabeça, me trazendo a realidade.
— Sim, aqui cuidamos das nossas flores como se fossem crias nossas — dou uma resposta normalmente, mesmo que quisesse me gabar de como éramos bons no cultivo de flores e de ervas medicinais, mas como uma visitante, era melhor ficar com o pouco de informação.
Na entrada do templo, Kora-sama varria os degraus estreitos, cantarolando algo que não conseguia descrever, quando nos aproximamos o bastante para ter sua atenção, a mulher no auge de seus 50 anos nos encarou.
— Kimi-chan! Que surpresa lhe ver nessa hora, geralmente vem mais tarde pras orações do fim do dia — seu sorriso enrugado era caloroso, suas madeixas brancas estavam presas em um rabo de cavalo baixo, com dois filetes de cabelo moldando seu rosto magro.
— Eram meus planos anteriores, mas trouxe alguém que precisa de seus cuidados, Naomi, essa é Kora-sama, nossa sacerdotisa mor — as apresentei, encarando as íris esverdeadas da rosada, que fez uma reverência.
— Prazer, Kora-sama, me chamo Sa-...digo, Naomi.
— Ora, que incomum termos visitantes, ainda mais tão bonitos e jovens — Kora puxou as bochechas da menina, que corou — linda como uma cerejeira, mas tão maltratada, que péssimo minha querida!
— Tive um acidente, me perdoe por chegar nesse estado.
— Deixe disso, venha, vou lhe ajudar com esses ferimentos. Kimi-chan, por favor, pegue os jarros de ervas e me ajude — a sacerdotisa puxou a menina para dentro do templo, enquanto me ordenava como de costume. Que coisa desagradável, por Sengen-sama!
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Sakura On
Mais uma ajuda na minha lista, como conseguia tantos assim? Mas viria a calhar. A sacerdotisa do templo me levou pra dentro, pedindo o auxílio de Kimi, que não parecia nada contente com aquela situação, mas acatou as ordens da mais velha, seguindo a gente logo depois.
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A Jornada
FanfictionSakura tinha perdido tudo que mais prezava no mundo. O que lhe reestava era a decepção de ser uma ninja inútil e fraca, que todos deveriam proteger. Mas depois de tantos baques consecutivos a rosada decidi partir de sua vila, com ajuda da sombra pro...