Twists and turns

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Acordei com o barulho da chuva batendo no asfalto, com o vento as cortinas do meu quarto começaram a voar. Levantei-me vagarosamente para fechar as janelas, mas fui interrompida pelo barulho da campainha. Eu estava de ressaca e com a roupa do dia anterior, pensei que fosse Oliver e senti meu estomago dar voltas, só em lembrar de vê-lo beijando aquela garota.
Fui em direção a porta de entrada, enquanto a campainha tocava mais algumas vezes. Abri a porta e dei cara com um garoto todo ensopado. Ele aparentava ser um pouco mais velho que eu, estava com uma mala na mão e uma mochila nas costas.

-Posso ajudar? - perguntei, ele deu alguns passos para trás, observou minha casa, depois voltou para a porta

-Você é a Valentina?

-Sim... Posso ajudar?

- A sua mãe não te ligou? - parecia irritado

-Na verdade não, quem é você?

-Ah que droga - ele disse e retirou o celular do bolso, começou a discar, logo depois se afastou um pouco. Eu não estava entendendo nada. Minutos depois ele voltou para perto de mim ainda falando ao telefone.

-Pega- me entregou o telefone - É a sua mãe

-Alô - eu disse

-Oi filha, tudo bem? - sim, era minha mãe.

-Mãe? Tô bem mãe, o que ta acontecendo?

-É complicado, mas preciso que você seja compreensiva. Sei que vai ser complicado para vocês dois, mas terão que conviver com isso - a cada palavra sua eu ficava mais assustada

-Fala logo o que esta acontecendo, mãe!

-Valentina, esse garoto que está na sua frente é o Adam ele é filho de um velho amigo de trabalho, conheço ele desde que nasceu. A mãe dele morreu no parto e desde então ele tem ficado sozinho, assim como você. Filha, isso não será fácil, mas já foi decidido, ele vai ficar morando com você ai em casa por enquanto. As coisas estão muito perigosas e eu não gosto de te deixar sozinha. Eu espero que você seja legal com ele, e o ajude a se enturmar com a cidade.

-O QUE? MÃE, VOCÊ BEBEU?

-Pelo amor de Deus Valentina, não surta. Vai ser por um tempo, tenta aceitar isso. Logo eu estarei em casa e ajeitaremos as coisas, eu tenho que desligar agora. Seja legal e toma cuidado, eu te amo filha.- então ela desligou, e me deixou com cara de idiota olhando pro tal Adam que também parecia não estar nada feliz

-Entra - eu disse a ele, que o fez. Ele sentou no sofá, depois do meu sinal e eu fiz o mesmo.

-Então, eu já esperava que você não fosse ficar feliz com essa noticia, mas eu quero que saiba que não foi uma escolha minha, e não vou tentar tornar as coisas mais difíceis para nós - ele disse

-Tudo bem... Concordo com você, já que teremos que conviver juntos acho melhor começar as coisas bem - sorri

-Muito bem - ele sorriu também - O que você acha da cidade? Tem amigos por aqui?

-Bom, a cidade é legal, não conheço muito e não tenho muitos amigos, só conheço o pessoal da escola.

- Entendi, meu pai me avisou sobre a onda de assassinatos que vem acontecendo aqui, esse foi um dos motivos pelos quais eu tive que vir para cá.

-Assassinatos?

-É, relaxa não é nada de mais. A maioria das vitimas são policiais e suas famílias, segundo meu pai isso é queima de arquivo.

-Nossa, eu não sabia disso.

-Você é meio desligada né - ele riu.

-Um pouco - eu sorri - Quantos anos você tem?

-Tenho 19, todo mundo diz que eu pareço ser mais velho... não é o tipo de coisa que eu diria a alguém - ele riu, novamente - Não que eu me importe. Seus amigos vem muito aqui?

-Não muito, na verdade, até agora apenas um amigo meu veio aqui...

-Amigo... Você namora?

Eu sei que ele não fez aquela pergunta por mal, mas não fez nada bem para a ocasião. Eu tinha a resposta, mas não queria responder.

-Na verdade, não- respondi finalmente e soltei um longo suspiro.








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