The Oliver vision

162 13 0
                                    

-OLIVER:

Auto flagelação, é uma coisa doentia para algumas pessoas, mas para mim, é uma forma de amenizar minha sede insaciável por dor.

Eu poderia ficar por horas tentando estourar arterias insignificantes da minha perna, mas havia dado a hora de ir para o colegio, não que eu ligasse pra ir a escola, mas já não ia a três dias e começava a chamar atenção.

Meu banho tem sempre que ser gelado e longo, mesmo no frio, a água gelada ajuda na cicatrização.

Aos 18 anos, os cara ficam pensando em coisas como controlar o tamanho das roupas da vagabunda de suas namoradas, de dar festas e gastar fortunas em bebidas baratas, em fazer parte do time da escola, e em convidar a garota mais atraente da escola para sair. Mas eu, eu tenho coisas muito mais interessantes para fazer.

Minha jaqueta de couro, jogada no chão, me impôs a condição de abaixar para apanha-la, e fez com que minha toalha antes, estrategicamente presa a minha cintura, caísse deixando á mostra o que minha vizinha me pertubava para ver todos os dias, depois que eu "acidentalmente" peguei uma de suas correspondências.

As vezes fico pensando no quão futeil e insignificante são as garotas de hoje em dia, competindo entre elas pra ver quem se torna mais vadia. Todas iguais.

Mais uma vez me atraso, todas as manhãs é mesma coisa.

Primeira aula: Filosofia, a única matéria pela qual me dou o trabalho de prestar atenção.

Não tenho amigos aqui, por opção. Não há ninguém aqui que vale a pena ter amizade, porém falo com a escola toda, principalmente com as garotas.

Infelizmente a aula de filosofia havia acabado, e a proxima era Espanhol, e logo depois duas esperadas aulas de Artes. Não gosto da materia, mas gosto da professora.

- OLIVER!!! - olhei na direção da voz que me chamava e vi a coitada da Diana. Ela me considera seu melhor "amigo". Ela é uma vadia como todas as outras e acha que sabe tudo sobre mim, chega a dar dó. Ela me irrita tanto, que as vezes fico pensando o que eu faria com ela se me encomedassem sua morte, mas preciso dela por perto para manter as aparencias.

- Hey gatinha, não posso falar contigo agora tô atrasado pra aula de história - disse tentanto parecer... simpático? É, isso serve.

Ela sorriu, acenando com a cabeça.  Apenas virei as costas e fui para sala.

Ao contrario do que você deve estar pensando, não sou do tipo que senta no fundão, lá aonde ninguem vê. Eu estou SEMPRE na frente.

História é uma aula muito vaga para mim. Não me interessa saber o que mortos, velhos e burros fizeram.

Sempre aproveito essa aula pra relaxar.

O sinal veio rapidamente desta vez, sempre demora pro tempo passar, mas foi diferente.

Aula de Artes. Gosto sempre de chegar rápido à sala, a professora não é muito paciente, o que torna a aula mais interessante.

Um tempo depois da aula sobre tintas ter começado, alguém bateu na porta.

Quando a professora abriu a porta vi duas garotas, uma eu já conhecia e a outra devia ser aluna nova. Ela tinha um estilo diferente da maioria das garotas, mas nada que fosse incrível.

Depois de todo o discurso da professora, as meninas foram se sentar, a garota da camiseta foi logo pro fundo mas a professora mandou ela sentar na carteira da fileira ao meu lado.

Depois de um tempo, ela parecia fascinada com a aula, seu rosto era palido e suas bochechas rosadas, cabelos incrivelmente negros e um corpão incrivel.

- Olieh - Brad, um bombado do time me chamou.

- Diz - falei, ainda olhando pra garota

-Pergunta pra garota nova o nome dela- ele disse fazendo com que eu o encarasse

- Pra que?- perguntei

- Porque a gente quer saber o nome dela. Está com medo da cara de durona dela?- ele perguntou debochando

Me virei pro lado.

-Ei, novata! - falei, e ela me ignorou,- garota to falando com você - puxei seu braço, e ela me encarou olhando em meus olhos.

-O que você quer cara?- Nenhuma garota jamais falou naquele tom comigo.

-Qual teu nome?- agora era eu que tava interessado em saber seu nome

-É Valentina - respondeu, sorri, algo me dizia que eu tinha que saber mais sobre ela.

- Nossa, muito bonito o seu nome- eu disse, enquanto não conseguia parar de olhar para a boca dela, era tão ... desejavel

-Obrigada - ela sorriu rapidamente, depois fechou a cara.

-Meu nome é Oliver, Oliver Bradley- eu estendi a mão para comprimenta-la e ela me olhou desconfiada, mas acabou por apertar a minha muito breve.

Depois olhou pra frente, mas parecia incomodada.

Fiquei olhando seus movimentos nervosos e sua aparência pertubada. Ela me olhou e nossos olhares se encontraram, foi como se ela soubesse, só com um olhar tudo que eu sou. Ainda me olhando, pediu a professora pra ir ao banheiro e saiu apressadamente da sala, enquanto o universo me dizia para ir atrás dela. Mas não foi o que eu fiz, não tinha porque.

-------------------------------------------------

Musica do capitulo: Do I Wanna Know? Arctic Monkeys

All I WantOnde histórias criam vida. Descubra agora