Psicotic

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OLIVER:

- Mamãe! - Aquela criança rosada gritava e chorava enquanto eu terminava de amarrar suas pequenas e frageis mãos.

Aqueles berros estridentes não estavam a ajudando em nada. Muito pelo contrario, minha raiva e prazer só aumentavam.

Ela não devia ter mais de 2 ano e meio. Nem sei dizer se tratava de um menino ou menina, para mim são todos iguais.

Assim que terminei de amarra- la, observei suas roupas coloridas e me lembrei de minha infância nada normal. Foda-se. Todas aquelas turbulências me fizeram ser quem eu sou, e independente do que sou, tenho orgulho.

Terminei com a criança colocando-a no forno de sua propria casa e ligando-o no grau mais alto, sentei e observei pelo vidro transparente.

Em poucos minutos, a criança começou a dar gritos que fariam qualquer pessoa perder o sono por muito tempo.

Sua pele começou a ficar irritada e não demorou muito para as primeiras queimaduras aparecerem. Ela se contorcia e continuava a berrar, abafadamente, ja que sua boca agora estava presa com uma fita.

Aquela cena era memoravel. Como é que eu nunca tive essa ideia antes? Não pude deixar de sorrir, era orgasmico.

Peguei minha mochila e retirei o plastico que envolvia um cd. Provavelmente um recado do meu pai, pro tal investigador.

Antes de sair, chequei o local para não deixar nenhuma pista. É claro que não havia nada, eu não sou amador.

Peguei minha camera e tirei uma foto do meu espetaculo.

A mãe da criança eu estrangulei, depois a esquartejei.

Saí da casa pelos fundos, já estava quase na hora do investigador chegar.

Fui andando pela calçada pelo lado inverso do que tinha feito para chegar. 4 quadras depois, avistei a van branca com a marca de uma lanchonete conhecida. Mas esse era meu transporte pra casa.

Cheguei perto e a porta ja foi aberta. Lá haviam 3 capangas do meu pai. Entreguei a mochila, que tinha usado para carregar as armas, roupas e luvas que eu tinha usado, para um deles.

30 minutos depois eu cheguei a lanchonete, de quem a van pertencia, desci. Andei mais alguns quarterões, peguei meu carro e voltei pra casa.

Fiquei pensando em tudo o que aconteceu no meu dia, enquanto tomava banho. E me lembrei dela.

Um turbilhão de pensamentos e sentimentos me desestruturam toda vez que conversamos.

Porque é que ela não poderia ser só mais uma garota para me satisfazer?

Cansei de brincar de "cara legal". Eu nunca fui e nunca vou ser o sonho de alguma garota. Se eu me importo com isso? Não mesmo.

Deixa ela pensar que vai descobrir alguma coisa. Pelo menos eu me divirto um pouco.

Mas uma coisa eu tenho que admitir, ela é diferente. Além de inteligente e esperta, ela é corajosa e perspicaz. Ela mexe comigo de verdade e isso me deixa com raiva.

Eu não quero parecer fraco, mas com ela as coisas fluem e eu não consigo dominar. É a pior e a melhor sensação do mundo.

Hoje na sala de sua casa eu ... eu senti a necessidade de ser diferente do que sou, eu estava pronto para esquecer o que eu era, e apartir daquele momento, ser o que ela precisasse.

Agora eu vejo o quão idiota eu estava sendo. Prestes a me entregar a um simples momento de desejo, do qual ja tive muitos.

Eu sei que desta vez é diferente e eu quero fazer acontecer, mas é impossivel. Nenhuma garota me aceitaria do jeito que eu sou.

Não o Oliver Bradley que anda com um pessoal legal e já comeu metade das garotas da escola, o Oliver Lynus Bradley, "cheio de disturbios, frio e incapaz de amar", como diz minha mãe.

Saí do banho e enrolei a toalha na cintura, peguei meu cigarro e a acendi, muito melhor. Deitei na cama, eu estava cansado.

Acabei dormindo, do jeito que tava.

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Música do Capitulo: Born to die - Lana del rey

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