Talk to ... stranger?

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Abri os olhos vagarosamente. Minha cabeça doia, e minha perna formigava

Olhei em volta e vi que estava na enfermaria, levantei a cabeça e vi o Oliver, que me olhava nervoso.

- Hey, o que você esta fazendo aqui? - tentei falar, mas saiu como um choramindo pois minha cabeça pesava.

- Você levou uma bolada, desmaiou, e eu te trouxe até aqui, só que a enfermeira foi despedida hoje mais cedo - ele disse franzindo o celho.

- Ah, muito obrigada- eu disse sem graça.

- Não por isso, você esta bem? - ele parecia preocupado.

- Ah, vou ficar bem - disse, deitando a cabeça.

- Olha, se você quiser eu vou embora, mas é melhor você ficar deitada, por que assim o sangue circula e se você ficar em pé, vai passar mal - ele demonstrava certeza no que estava dizendo.

-Não, não precisa ir se você não quiser.- disse

- De que escola você veio?- ele perguntou, puxou uma cadeira e colocou perto da cama onde eu estava, e ficou me olhando como se procurasse alguma coisa.

- Bom, eu vim de São Francisco.

- Eu odeio essa cidade, é cheia de burgueses sem cérebro - ele disse, e eu fiquei surpresa. Normalmente as pesssoas veneram São Francisco.

-É ...

-Você mora com seus pais? - perguntou-me

-Não, só com a minha mãe, mas ela trabalha muito, e é como se eu morasse sozinha. - lhe disse - Mas e você mora com seus pais?

-Sim, mas eles vivem trabalhando e viajando, e também é como se eu morasse sozinho - me respondeu rindo. - Porque é que você fica me olhando durante as aulas? - fiquei estática, não sabia o que responder.

- Hãm ... Eu não sei. Na verdade é você que fica me encarando o tempo todo - ele franziu o celho, com um sorriso no canto dos labios.

-Isso é por que eu te acho diferente das outras meninas - me disse

-Diferente como? - perguntei.

- Também estou tentando descobrir o que faz de você diferente - ele disse olhando em meus olhos.- Talvez seja só porque eu não te conheço.

-Então você conhece todas as outras garotas? - perguntei

-Na verdade sim, as com quem não falo é porque são tão clichês que não vale a pena perder tempo - me disse como se não fizesse diferença.

-As vezes, nem tudo o que parece realmente é. É o que penso sobre você - lhe disse, fazendo com que ele me olhasse intrigado

-O que você quer dizer com isso?

- Quero dizer que eu sei que você não é como os outros garotos. Você me parece bem direfente.

- Diferente como?

-Também estou tentando descobrir o que faz de você diferente - Eu lhe disse sorrindo- Talvez seja só porque eu não te conheço. - eu sorri e ele também.

- Sarcástica, gostei - ele me disse e passou os olhos por todo o meu corpo e voltou a colocar seus incriveis olhos verdes nos meus.

Ficamos em silêncio por um tempo, até ele iniciar de novo o papo.

-Você não parece o tipo de garota que anda com meninas como a Samantha e a Emma.

Realmente ele tinha razão. Elas eram alegres, falantes, e se vestiam e tinham costumes como os das outras meninas. E eu, eu não era nada disso.

- Eu sei, mas elas são legais. Talvez elas consigam me deixar melhor do que sou agora. E outra, ninguem, além delas, veio falar comigo. - disse para ele.

- Não vejo nada de errado em você que possa ser melhorado - senti meu corpo todo formigar quando ouvi aquelas palavras dele.

- Obrigada - eu disse, depois ficamos em um silêncio muito contrangedor, até o sinal bater - Que aula é agora?

- Agora é a hora de ir embora, vem vou te levar até sua casa, você consegue se levantar e andar? - ele perguntou, segurando minha mão.

Meu corpo todo ficou quente e meu estomago dava voltas.

-Acho que sim - eu disse apressadamente, me levantando bruscamente e tirando o contato de nossas mãos.

Saimos da enfermaria, andando pelos corredores. Todos nos olhavam e comentavam entre si. Oliver parecia nem perceber nada, mas eu já estava irritada com aquela situação.

Segui ele até o estacionamento, na vaga que seu mustang 98 conversivel com bancos de couro estava estacionado.

Ele abriu a porta do motorista e me olhou.

- Hãm ... você já pode entrar - ele informou.

Abri a porta do lado do passageiro, e me sentei. Ele deu ré no caro, ligou o som na musica: Satisfaction, The Rolling Stones, e acelerou. Lhe dei as coordenadas da minha casa, e em poucos minutos estavamos la.

-Obrigada pela carona, por ficar comigo na enfermaria, e por ser tão legal - eu lhe disse.

- Disponha Valery - ele me disse sorrindo, e segurou minha mão, pela segunda vez naquele dia. Olhei para nossas mãos juntas e voltei a ficar estranha comigo mesma.

-Bom, eu vou ... entrar, tchau e obrigada mais uma vez

- Tchau - ele me disse e passou o polegar suavemente no meu rosto.

Abri a porta do carro e sai. Entrei em casa.

Um turbilhão de sentimentos me atingiu como um enorme balde de água. Todo aquele contato com Oliver, a amizade que estava criando com as meninas e, é claro uma incrível bolada que havia levado, me fizeram ter q tirar um tempo em meu quarto apenas para descansar a mente.

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