Singular

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creditos fanart: fountain0109



Tínhamos que comprar uma cortina para a porta da sala...

E não digo isso a toa. O feiche de luz da manhã batia bem nos meus olhos, apesar do imensurável sono que eu ainda sentia mesmo provavelmente já sendo mais de meio dia de um sábado, ontem a noite tínhamos ficado até as 4 da manhã acordados vendo filme no notebook do Sasori e comendo besteiras que compramos quando estávamos voltando do parque de diversões.

Foi quando fui me lembrando de tudo, ainda nem com os olhos abertos mas com um sorriso que aumentava a medida que minha memória se refrescava com os acontecimentos de ontem

noite anterior, 18:46 da noite

Meus momentos com ele ao meu lado eram inevitávelmente mais felizes.

E eu pude confirmar aquilo cada vez mais a cada segundo que eu estava com Sasori ao meu lado, me ouvindo tagarelar, se deixando levar comigo puxando-o pelos cantos, sorrindo suave e rindo das besteiras que eu dizia.

Seu semblante assustado pela altura que, repentinamente mudou para um tomado por vergonha quando eu coloquei a minha mão na sua, as bochechas ficavam tão vermelhas quanto os fios bagunçados que esbanjavam rebeldia e eram só uma de suas imensidões engajantes e bonitas.

Ah, Sasori. Se você soubesse o quanto faz o meu gigantesco orgulho ser minúsculo perto da vontade de querer mostrar toda a adrenalina que meu coração estimulava em mim só com aquele olhar, aquele olhar que me fazia querer mergulhar na profundeza de mistérios acastanhados que suas órbeas escondiam.

Aqueles olhos escuros pareciam me implorar para que eu colorisse o dono deles, e a cada sorriso que eu conseguia tirar dele eu sentia que conseguia também dar cor naquelas feições desgastadas por algo que eu ainda não sabia.

Comemos algodão doce depois da roda gigante, ele fazia algumas caretinhas falando que era doce demais, e eu apenas ria e mastigava o algodão doce de boca aberta só para lhe ver fazer mais caretinhas. Deixando com que, como sempre, eu puxasse-o horas pelo pulso, horas pela barra do moletom, fomos de brinquedo em brinquedo, parando para comer uma besteira ou outra entre as idas, paramos inclusive pra tirar umas fotinhas na cabine fotografica.

As vezes eu tinha vontade de puxar ele para um avião destino a vários países, o mundo inteiro, desvendar locais que nunca ninguém viu, discutir sobre arte em horas inusitadas mas únicas nossas que só nós dois sabemos fazê-las e adaptá-las de forma que nada mais importa, só eu e ele, ele e eu.

Se for pra descobrir o mundo, que seja com ele. Tinha que ser com ele.

Mas se bem que eu já tinha o mundo ali comigo...

O sorriso inesperado que ele me lançava, o cabelo vermelho meio suado com a nossa andança, amar ele era fácil demais, e eu era a maior testemunha disso.

—Já rodamos tudo, comemos tudo e fomos em todos os brinquedos. — me disse apoiando as mãos nos joelhos, ofegante e suado, me olhou de baixo, sorrindo de lado. —Que tal maratonar Shrek lá em casa?

Maldito. Descobriu meu ponto fraco sem nem que eu precisasse lhe contar.

Não respondi, só sorri estendi minha mão, ele rapidamente entendeu e me deu seu pulso, e lá fomos nós, eu puxando-o e ele me seguindo, correndo atravessando o trânsito agitado de Londres, buzinas para lá e para cá com as afrontas que eu fazia em frente aos carros.

Ele ria me chamando de louco, e eu realmente era. A adrenalina de dizer foda-se às regras e a monotomia para concentrar minhas atenções à ele era incrível.

Como eu era antes de você - SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora