mechas vermelhas

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Somando no total, eu tive 3 namorados.

O primeiro foi no auge dos meus 16 anos, quando eu já havia tido tamanha coragem de assumir meus cabelos longos ao invés de prendê-los em um coque devido às constantes insistências em ocasiões que estranhos me cutucavam por trás enquanto diziam "Ei, moça". A cara que eles faziam quando eu me virava era simbólica, sempre a mesma.

Mas aos meus 16 anos eu passei a não ligar, prendia somente uma parte dele na parte mais alta e deixava meu franjão caindo, tapando meu outro olho intencionalmente ao qual eu queria cobrir por nunca fazer o delineado no olho direito tão perfeito que nem ficava no olho esquerdo, sempre assimétrico. Mas com o tempo, eu me aperfeiçooei em delineados, mas não perdi o costume da franja.

Bom, o meu primeiro namorado era um cara em um constante meio termo de ter certeza que gostava de garotos mas, talvez por sua subconsciência que lhe importunava em impor que ele deveria ficar com uma garota, sempre que estava comigo fazia questão de esconder nosso relacionamento para os outros. E depois que eu descobri que ele só gostava do fato do meu cabelo ser até maior e mais bonito do que o das garotas, por lembrar um estereótipo feminino, eu fiz questão de terminar após meados 2 meses.

O segundo namorado, um desastre eu diria. Foi minha paixão do final dos 17 anos, nessa idade em que beira a maioridade tanta coisa maluca passou na minha cabeça, numa festa noturna da amiga da minha prima, eu conheci ele. Um playboyzinho qualquer, usuário de cigarro e que bebia muito, o beijo dele tinha gosto de cinzas com slova vermelho, me dá ate náuseas de lembrar.

Na época eu queria viver um romance-aventura típico de Hollywood, e ele pareceu se encaixar no perfil perfeito de Bad boy vibes. Namoramos por 2 anos, até os meus 19.  Acabou em maio, dia 6 de maio, meus 20 anos recém comemorados no dia anterior, descobri a traição que já durava a pelo menos 5 meses. Nunca me senti tão otário.

O terceiro foi até algo meio que hilário. Foi um mero rolo pra suprir carência das noites de setembro, estudava comigo na faculdade, 6 meses de namoro carregados e sem muito ânimo, acabou quando eu fui jogar no seu computador e me deparei com abas e abas do tal Xvideos, era um viciado em pornografia. Que nojo.

Esses 3 nunca me deixaram nada de bom. Não me fizeram lembrar de nenhum momento e sorrir, na verdade, só de lembrar seus nomes me fazia torcer a cara e querer apagar minha memória.

Mas com Sasori...

Porque Sasori que, sequer era meu namorado, me parecia ser tudo o que eu mais precisava, e unicamente o que eu precisava? Ele era a fusão da calmaria de um amor que eu sempre quis, junto com aquele seu jeito de sempre topar qualquer loucura minha, de me ouvir falando e falando mas sempre estar ali, sorrindo suave, escutando tudo. Aquela áurea quieta que me dava segurança, como se ele soubesse que tinha meu coração em suas mãos, mas que não iria jamais fazer algum movimento ou gesto brusco que pudesse machucá-lo.

E era justamente por isso que eu estava extremamente incomodado com tal cena em que eu tinha o desprazer de ver às 19:45 da noite naquele bar barulhento.

—Você viu? — Obito, após encarar alguns segundos a mesa atrás de nós, a qual estava Sasori, Kakuzu, Hidan e a tal prima de Hidan, sussurrou baixinho pra mim.

—Eu vi. Que que eu faço? — bati os dedos nervoso na mesa, a garota continuava a ficar dando carinhos no Sasori, e ele parecia estar acatando numa boa. Tão rápido assim? Ele já tinha arranjado outra pessoa?

—Acho que você tem que chegar pra ele e dizer "olha Sasori aconteceu um infeliz acaso, eu e você escolhemos o mesmo local pra nos divertimos.
" — ele falou e eu pensei nas palavras, eram bem diretas e firmes, não era atoa que Obito era um jornalista excepcional, ele no meu lugar resolveria aquilo da melhor forma possível.

Como eu era antes de você - SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora