Capítulo Dez

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Anahí verificou o telefone pela décima vez naquela noite. Nada, nem mesmo uma mensagem de texto de Ian. Qual era o problema dele? Ela estava ali para ajudá-lo! E ele tinha que trabalhar? Ela não acreditou. Não era burra. Mas se sentiu envergonhada quando os pais dele lhe lançaram olhares preocupados.

Eles finalmente foram dormir pouco depois do incidente da torta. Ela decidiu que esse seria um daqueles momentos malucos em que você perde o controle das funções corporais e a lógica e faz escolhas ruins. Meio como quando você está bêbado, algo que ela não estava, porque, de acordo com os pais de Ian, ela estava carregando o filho de seu amor.

Maldito Ian Herrera.

— Annie! — Alfonso entrou no quarto, absolutamente sem camisa e usando apenas a calça do pijama. Ela estava com a língua pra fora? Ai, meu Deus, ela estava começando a suar. Caramba, pelo menos liga o ar-condicionado deste lugar.

Desviando o olhar, ela conseguiu dar uma risada sem jeito.

— E aí?

— Noite do cinema. — Ele jogou um travesseiro nela e foi até os DVDs.

— Hum, é noite do cinema pelado? Não tenho certeza se recebi esse memorando. — Ela
o olhou de cima a baixo quando ele virou.

— Me desculpa, minha masculinidade perturba sua natureza puritana?

Ela bufou.

— Por favor, eu só não quero ficar com a prostituta da noite passada. Ouvi dizer que as
doenças viajam através do excesso de contato da pele. Ele revirou os olhos.

— Eu coloco uma camisa se você tirar a sua. Que proposta tentadora...

— Tirar minha blusa? Pra você finalmente ver meus peitos? Ai, Poncho. Deixa eu pensar. Te dar a fantasia dos seus sonhos há anos ou manter meu amor-próprio? É, acho que vou manter meu amor-próprio.

Ele deu de ombros.

— Fica à vontade, mas não é uma festa do pijama se você não estiver nua.

— A que tipo de festas do pijama você foi quando era criança? — perguntou Anahí.

Alfonso riu sem vergonha.

— Só as boas. Agora, sério, vai colocar uma roupa confortável. Eu espero.

— Tudo bem. — Ela pulou da cama, com o coração batendo irregular no peito. Essa
provocação inteligente tinha que parar. Pelo amor de Deus, eles eram adultos! Não adolescentes!

Ela pegou um short curto da Victoria's Secret e uma camiseta preta sem manga e calçou chinelos para parecer menos... sedutora. Não que ela o estivesse seduzindo. Sua pele a traiu no espelho, quando ficou de uma cor vermelha muito bonita.

Ela realmente precisava começar a sair mais. Descendo dois degraus de cada vez, ela voltou para a sala de estar e viu Alfonso abrir uma garrafa de vinho. Felizmente, ele tinha colocado uma camisa. Ela não tinha certeza se conseguiria aguentar mais seus músculos maravilhosos naquela noite.

— Achei que você precisava disso, apesar de não ser bom para o bebê. — Ele piscou.

— Eu beberia essa garrafa toda se soubesse que não ia ficar totalmente bêbada. Sinto falta de vinho.

— Hum, você não bebe vinho há uma noite e sente falta?

— Você subestima meu relacionamento com o vinho e o que eu faço nos fins de semana quando estou sozinha lendo.

— Você é muito ousada. — Alfonso a cutucou e encheu a taça até a borda. Ele deveria ser canonizado imediatamente.

Os dedos dos dois se tocaram levemente quando ele deu a taça para ela. Seus olhos escaparam até o short dela, e ele pigarreou.

O que ficou pra trás Onde histórias criam vida. Descubra agora