Segunda temporada - Sobre passado, perdão e abraços

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Algumas horas antes...

As narinas de Yuri estavam dilatadas enquanto ele se apressara em enfiar uma amostra das iguarias venenosas de Holland nos bolsos da jaqueta. Havia aproveitado a ausência do ômega para investigar a cabana do mesmo, e garantir que suas dúvidas fossem sanadas de vez. Porém, fora surpreendido com a quantidade de receitas estranhas escondidas em um dos muitos livros de cultivo que o ômega o dispusera quando demonstrara interesse nas suas tão adoradas "plantinhas".   
Sabia que poderia ser pego, no entanto quando vira os supostos efeitos de cada planta para cada receita, teve seu corpo arrepiando-se ao se lembrar da imagem de sua irmãzinha desmaiada seguida de convulsões. Tomara algumas das folhas do mesmo livro, dobrando as páginas e escondendo-as no bolso.

— Já não pegou o suficiente? — a voz do ômega o fizera hesitar, parando imediatamente o que estava fazendo a segundos atrás.

— Ah, Holl... — engolindo em seco, Yuri virara-se para o outro, sentindo o medo escorrendo por suas veias, junto a seu sangue que parecia ter se transformado em uma pasta gelatinosa.

— Não, não precisa fingir que não estava me roubando. Mas me diga, gostou do livro? — gesticulando com a mão, Holland se divertia com a expressão medrosa do ômega mais jovem.

Havia um pouco de prazer em seu cerne ao perceber o quão fraco Yuri poderia ser.

— Hunm, ah... Olha, eu... — coçando a nuca em puro nervosismo, o ômega começara a se prepar para uma fuga covarde que para sí, lhe garantiria a vida.

— Já descobriu qual delas eu usei nos doces? — apontando para os livros despreocupadamente, Holland rira audivelmente quando notara o quão assustado estava o ômega.

— O que? — trêmulo, Yuri tateara um dos livros, visto que era nele em que estavam as receitas dos venenos mais perigosos.

— Vamos, me diga... Seu pai está acamado? Quem mais comeu? A sua família inteira já está morrendo? — disparou no mesmo instante em que lhe dava as costas, buscando algo às escondidas do olhar de Yuri, estranhamente empolgado demais.

— Você é louco! Meus pais tinham razão, você é um monstro... E-envenenou a minha irmãzinha... Ela é uma criança! Como pôde?! — dissera, vendo quando o outro revirara os olhos, e sorrira descrente em sua direção.

— Aigoo. Você é um saco. Não me surpreende que seu alfa tenha passado mais tempo nas fronteiras do que com você. — dissera cruzando os braços em suas costas, escondendo o pedaço curto de madeira, este que fora visto pelos olhos medrosos de Yuri.

— Cala a boca! Você não sabe de nada — exaltado, Yuri tentara passar pelo ômega, este que saíra de seu caminho em direção a porta rapidamente.

— Será mesmo? — Holland rira fracamente enquanto assistia o outro girar a maçaneta da porta, e não tendo sucesso em abri-la.

— Você trancou a porta?! Abra! Agora mesmo, ou eu farei um escândalo! — dissera alterado, vendo quando o outro apenas rira mais, debochando de sí.

— Ah, é? E quem vai te ouvir? Admita que estragou tudo quando veio a mim. Seus pais estão te odiando agora que preferiu a mim! — riu, tirando um pequeno pedaço de madeira de trás de suas costas, o que fizera os olhos do ômega mais jovem se esbugalharem gradativamente, a medida que ele se aproximava do mesmo.

— Você é maluco! Abra a porta! — gritou devido ao medo. Suas mãos suavam devido a ansiedade e a pressão que o momento lhe causava.

— Não. Você não vai sair. — dissera com o rosto próximo ao seu. Sua face séria era medonha aos olhos de Yuri. — Bons sonhos.

Pela mão de Park Jimin - {Jikook Abo}Onde histórias criam vida. Descubra agora