Pela mão de Park Jimin - {Jikook Abo}

Segunda temporada - Doces, Mark e Lúpus.

Era por volta das nove da manhã quando Yuri fora chamado na porta de sua nova cabana, por Holland, que trazia consigo uma cesta pequena recheada de doces e um sorriso satisfeito.

— O que é isso? — Seus dedos tocaram o embrulho vermelho, onde um bolinho jazia muito bem enfeitado com grânulos doces colorido.

— É um presente, como um pedido de desculpas por ontem a noite... Poderia entregar para seu pai? — com a cesta em mãos, o ômega sorriu doce quando Yuri tomara a mesma de suas mãos e com gentileza, a repousara na mesa da cozinha.

— Eu vou entregar... Quer entrar e tomar um chá? — ofereceu-lhe, olhando-o da porta, embora se sentisse mal por tratá-lo de tal forma após ouvir tudo que o pai havia lhe dito na noite passada.

— Não querido, eu estou apenas de passagem... — abanou a mão no ar, meneando a cabeça como se não fosse nada demais, antes de voltar a sorrir largamente.

— Ah, está bem — acenara devagar para o ômega loiro, enquanto ele caminhava devagar de volta para sua cabana.

Ele e MinHo haviam-se mudado recentemente, e ainda vinham se organizando aos poucos com o passar dos dias. Sentia falta de poder contar ao pai com toda a sua empolgação, o quanto estava feliz, porém naquele momento tudo parecia incerto e ele tinha novas dúvidas. Sabia que seus pais não mentiriam para ele e nem para os irmãos. Era um dos muitos valores que os mesmos ensinavam desde cedo; não mentir, nem para outras pessoas e nem para sí mesmo. Porém, por mais que as palavras de Holland soassem convincentes, algo não se encaixava e ele se mantinha em dúvida.
Seus olhos vagaram pela cesta recheada. Haviam muitos doces, estes que cheiravam muito bem, além de terem uma aparência apetitosa. De certo, ele não entraria em contato com os pais por algum tempo, mas aquele era um pedido sincero e sentia-se na obrigação de entregá-los ao destinatário.

Tomando-a em mãos, colocara um casaco e marchara para casa da família Park, onde pretendia entregar a cesta como uma bandeira de paz.

[...]

— Então Mark hyung, qual o diagnóstico? — as mãos frias de Jimin suavam desde que ele levara a filha a farmácia de Mark, um dos poucos da aldeia, visto que Hyujin havia saído para mais uma eventual busca por ervas nas aldeias vizinhas.

BokJoo vinha apresentando um comportamento de defensiva e deveras ciumento quanto ao pai ômega, que junto a uma fase irremediável de teimosia, fazia Jimin e o esposo ficarem estressados e sem muitas alternativas. Era comum que crianças alfas agissem de forma raivosa e por vezes teimosa ou ciumenta devido ao lobo, porém BokJoo havia adquirido as habilidades que somente se adquiriam na adolescência ou na fase adulta, como por exemplo sua transformação precoce, o que fora combustível o suficiente para que os pais a levassem para alguém que pudesse os explicar o que acontecia com a filhote.

— Jimin, se formos otimistas... — riu baixinho enquanto sentia-se ser empurrado no ombro pelo mais baixo, ato que fora acompanhado pelos olhos atentos de BokJoo, que até aquele momento permanecia em silêncio, sentada sobre a bancada onde era examinada.

— Por favor! Apenas diga, antes que eu morra pela ansiedade... — Pediu-lhe, descruzando os braços para abraçar a filha e fazer-lhe carinho nos cabelos ruivos presos em uma "Maria Chiquinha".

— Bubu é lúpus. — escorando-se na bancada e ao lado da alfa, Mark buscara um doce na redoma ao seu lado, não parando para escolhê-lo.

— Como? — incrédulo, Jimin piscara os olhos fortemente.

— Deve ter algum descendente na árvore genealógica de vocês. Não é incomum, Bubu que foi uma surpresa — riu enquanto estendia um bombom para a menina, esta que pegara o doce calmamente, olhando com afinco cada um de seus movimentos. — Ela está agindo dessa forma — dissera apontando-a com o polegar, enquanto conversava baixinho com o outro ômega — Porque o lado lúpus dela te vê como alguém que deve ser protegido.