Capítulo 8

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-O que fazemos? -Perguntei em um tom relativamente baixo. 

-Você acha mesmo que valeu a pena? Não encontramos nada lá. -Disse um deles.

-Isso não quer dizer que não valeu a pena. Até porque ganhamos muita comida. 

-Eu vou ter que concordar. Aquelas pessoas eram simplesmente deliciosas.

-O que? -Falei acidentalmente. Judith colocou a mão sobre minha boca na mesma hora.

-Escutaram alguma coisa? 

-Que que é? Está sendo assombrado pelas pessoas mortas? 

Quase o grupo todo riu.

-Não consigo acreditar que não encontramos a líder e a garota.

Mas o que!?

-Elas não devem ter ido muito longe. É apenas uma questão de tempo até encontrarmos as duas por aí. -Sorriu. 

As vozes começaram a se afastar, insinuando que eles já haviam passado sobre nós. 

-Não vejo a hora de poder colocar a mão naquela fór...

-Star, vamos. -Se levantou e começou a me puxar para o lado oposto deles.

-Espera. Colocar a mão aonde? 

Continuei tentando escutar.

-Isso realmente não é importante agora. Vamos voltar para o carro. Aqui não é seguro.

-Mas...

Antes que pudesse argumentar, Judith me puxou. 

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-Vamos embora. -Falou assim que chegamos no carro.

-O que aconteceu? -Pedro entrou e nós duas fizemos o mesmo.

-Dravens. Estão procurando pela Sofia e pela Star. Precisamos sair daqui. 

Começamos a sair do lugar.

-Também estão procurando por algo a mais. Tenho certeza que escutei mais alguma coisa.

-O que mais poderia ser? -Pedro olhou para mim através do espelho retrovisor.

-Eu não faço ideia. -Passei a mão no cabelo e olhei para o lado. Kendrick ainda está dormindo. 

-Precisamos encontrar o restante do grupo. -Judith concluiu. 

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Algumas horas já se passaram e nenhum de nós sequer acrescentou algo. Está ficando um silêncio bem incômodo, mas estou tentando não pensar muito nisso. 

Há algum tempo o sol foi completamente tampado pelas nuvens, o que me fez chegar a conclusão de que virá chuva em algumas horas. E isso é uma coisa incrível. Com certeza isso pode considerado um milagre, até porque não é muito comum chover por aqui. Ainda mais no finalzinho de abril. 

Bom, eu amo chuva. Acredito que ela com certeza entraria nas coisas que eu mais amo nesse mundo. Quando estou debaixo dela, apenas sentindo as gotas tocarem em meu rosto, é como se nada mais me importasse. É como se por um momento eu esquecesse das minhas responsabilidades.  

Sei que é uma coisa simples. É apenas água caindo do céu. Mas, será que não podemos pensar que ela é bem mais do que isso? 

A quem estou querendo enganar, estou apenas tentando ocupar minha cabeça para ver se esse tempo corre mais rápido. É estranho a sensação de incapacidade. Nesse momento não posso fazer nada, exceto ficar parada dentro de um carro durante horas, pra talvez, apenas talvez, encontrar minha família.

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