Capítulo 27

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Já não sabia mais onde procurar quando me lembrei de um lugar onde nos encontramos sem querer dias antes daqui ter pegado fogo. Fui correndo até lá e acertei em cheio. O encontrei sentado no chão, encostado em uma das árvores que fica na beira do rio. Está fumando, e eu não o via fazendo isso a muito tempo.

Me aproximei lentamente e ele olhou para mim. Em seguida desviou o olhar e tirou o cigarro da boca, soltando a fumaça no ar.

-Oi. -Falei ao chegar próxima o suficiente. Ele não me respondeu. -Por que está agindo assim comigo?

-Assim como? -Colocou na boca mais uma vez.

-É sério? -Me sentei ao seu lado. -Vai me dizer que não está agindo diferente?

-Sim. Estou normal com você.

-Ok. -Me levantei e comecei a caminhar de volta para a minha casa. Escutei ele dizer algo para si mesmo e em seguida veio correndo até mim.

-Espera. -Pegou em meu braço. -Desculpa.

Me virei para ele e o vi jogando o cigarro no chão e pisando em cima.

-Eu não sei o que está acontecendo comigo. Muito menos sei o que esse sentimento estranho dentro de mim quer dizer. -Suspirou.

-Fiquei sabendo que foi ideia sua toda aquela bagunça em frente da minha casa.

Ele sorriu e enfiou as mãos no bolso.

-Você gostou?

-Teria gostado mais se você estivesse lá.

-Ah... -Olhou para baixo. -Eu... bom, eu...

-O que aconteceu?

-Não, nada.

-Olha, eu não tenho nada com o Aleksey. Nada mesmo.

Ele mordeu levemente os lábios e desviou seu olhar do meu.

-Vocês pareceram bem próximos hoje.

-Estávamos conversando. A gente não se via desde o dia em que fui mordida.

-Então daí ele pensou que tinha a total liberdade de poder pegar em sua mão daquele jeito?

Ri e neguei com a cabeça.

-Você está com ciúmes.

-O que? Não estou não.

-É claro que está. -Ri mais. -O sentimento estranho que você estava sentindo, é ciúmes.

-Você está viajando. -O vi segurando a risada.

-Assume logo, Kendrick. -Puxei sua mão do bolso e as segurei. -Você está morrendo de ciúmes de mim.

-Quer saber, você está se achando demais. -Ele me puxou para perto de si. -Acho que vou ter que fazer você aprender a não ser assim.

-Ah, é? -Sorri pra ele e apoiei minhas mãos em seu ombro. -E como pretende fazer isso?

-Quer mesmo saber? -Sussurrou e colocou suas mãos em minha cintura.

-Talvez eu queira. -Sussurrei de volta.

Ele sorriu e passou a língua sobre os lábios, os umedecendo. Em seguida aproximou o seu rosto do meu. Assim que nossos lábios se tocaram, eu me separei. Ele me olhou tentando entender.

-Tá, vamos lá. -Comecei a falar. -Vamos ter que impor algumas regras.

-Regras? -Colocou seus cabelos para trás e levantou as sobrancelhas.

-Regra número um: a gente só vai se beijar se você não ter fumado.

-Ah, Star. -Ele riu e me abraçou.

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