Maratona parte 1

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Tema: Nascimento da Star

Data: 10/04/2022

Sofia narrando:

-Vai Sofia, você precisa empurrar. -Disse Maggie.

Agora está na hora de eu dar a luz. Não faço ideia de quantas horas que são. A única certeza que tenho é que está doendo muito.

Quando era por volta das duas da manhã eu acordei sentindo umas pontadas na ponta da barriga. Uma espécie de cólica só que 10 vezes pior. Tentei me convencer mentalmente de que não era nada, até porque ainda não estava me sentindo preparada para ter o bebê.

-Eu não consigo. Não consigo. -Joguei minha cabeça para trás enquanto sentia o suor escorrer por meu rosto.

Logo após eu começar a sentir o inicio das contrações, corri até onde Maggie estava dormindo -estamos morando na mesma casa, já que segundo ela eu me sentiria muito melhor com uma companhia sempre por perto. -e lhe disse o que estava sentindo. Ela me disse que isso significava que já estava quase na hora de eu ganhar a Star ou o Nathaniel. Naquela hora eu não soube como reagir a não ser chorar.

Com o tempo ela conseguiu me acalmar e iniciamos o trabalho de parto. Apesar de já ter assistido algumas pessoas tendo bebê, quando se trata de si mesmo é completamente diferente. A dor foi aumentando cada vez mais com o tempo e eu não consegui segurar os gemidos de dor que vinham involuntariamente algumas vezes.

-Por favor, Maggie. -Respirei fundo.

-Você precisar fazer força, só assim a dor vai acabar mais rápido. -Abriu um pouco mais a minha perna.

Respirei fundo mais uma vez e forcei o máximo que consegui. A porta se abriu e Michonne e Beth entraram. Olhei na direção da entrada e vi Glenn, Daryl e Rick parados do lado de fora.

-Como ela está? -Perguntou Rick.

-Ela já conseguiu? -Glenn também abriu a boca.

-Força cachinhos dourados, estamos aqui com você. -Daryl gritou assim que Michonne fechou a porta na cara deles.

-Por favor, calem a boca. -Falei involuntariamente. -Argh, meu Deus, que dor.

-Estamos quase lá, não desiste agora, Sofia.

Senti algo pegando em minha mão então me virei e vi Beth.

-Estou aqui com você, Sofi. Não vou sair do seu lado, escutou?

Concordei e soltei mais um grito ao sentir a contração piorar.

-Muito bem, isso mesmo, só mais um pouco.

Respirei fundo mais algumas vezes e senti a dor ir se aliviando conforme eu forçava mais e mais.

-Eu não quero que aconteça comigo igual aconteceu com a Lori. -Chorei. -Eu quero ver o meu bebê. Me deixem ver o meu bebê. Eu prometi pro Carl que cuidaria de nosso filho, por favor não me deixem morrer. -Apertei mais forte a mão de Beth e forcei mais uma vez.

-Já estou vendo a cabeça, vamos lá, só mais uma vez.

Assim que escutei o choro do neném, toda a dor simplesmente desapareceu e um grande alivio invadiu o meu corpo.

-Ela está bem. É uma menina, Sofia. Uma menininha linda.

Senti as lágrimas escorrendo por meu rosto no exato instante em que a vi no colo de Maggie. Ela a enrolou em um pano e tentou limpar seu rostinho sujo de sangue.

-Meu Deus. -Respirei fundo. -Ela está bem. Amor, ela está bem. -Sussurrei.

-Aqui. -Maggie veio com ela até mim. Assim que a senti nos meus braços, foi como se um choque de realidade tivesse me acertado em cheio. Nós sabemos que vamos nos tornar mãe naquele momento em que pegamos o resultado do teste, mas pegar o bebê que é total responsabilidade sua, no colo, é algo completamente novo e um medo e nervosismo te consome por completo.

Sentir seu corpinho frágil sobre o meu, foi como se um amor fora do normal crescesse dentro de meu coração.

-Oi, minha filha. -Sorri em meio as lágrimas assim que a arrumei melhor em meus braços. -É a sua mamãe.

-Ela é linda, amiga. -Beth acariciou meus cabelos. -Eu estou tão feliz por você.

-Os olhos dela. -Falei. -São idênticos aos de Carl. -Sorri mais uma vez.

-Você conseguiu. -Maggie veio para perto de mim. -Você foi forte.

-Eu consegui. -Sorri.

(...)

Já amanheceu e muita coisa aconteceu após a Star nascer. Assim que eu fiquei tempo o suficiente com ela, Maggie a pegou e disse que ia ver se estava tudo bem e ia lhe dar um banho. Não a impedi já que estou completamente exausta.

Michonne até se ofereceu para me ajudar a tomar um banho, mas a vergonha falou mais alto e eu tive que discordar e tentar fazer isso sozinha. Não foi tão difícil quanto eu pensei, porém com ajuda teria sido muito mais fácil.

Amamentar foi um pouco mais complicado. Apesar de ser um coisa que deveria ser involuntária, Star demorou para conseguir pegar. Mas assim que conseguiu também foi muito, muito dolorido.

Assim que já estava de volta no quarto, os homens vieram aqui me ver. Rick foi o primeiro a aparecer e ele pode até ter tentado não demonstrar que estava emocionado, porém não conseguiu muito bem. Assim que viu a Star deitada ao meu lado, pude o ver limpando rapidamente a lágrima no canto da bochecha. Nunca vou me esquecer de suas palavras que foram ditas segundos antes dele sair do quarto:

"Não é porque meu filho não está mais aqui que isso te faz ficar sozinha, viu? Todos nós sempre vamos estar ao seu lado para ajudar na criação dela. Você não está sozinha."

E eu realmente não duvido disso. Durante todos esses anos eles nunca demonstraram não gostar de minha presença, e isso de certa forma me faz ficar bem mais tranquila.

Logo em seguida veio Daryl, que se encontra aqui comigo até agora. Ele se recusou me deixar aqui sozinha, já que disse que eu posso querer levantar e ele não vai deixar isso acontecer.

Tentei dar a Star para ele segurar um pouco, só que ele se recusou e disse que não leva jeito com criança. Isso pode até ser verdade, só que tenho quase certeza de que por muito pouco não o convenci.

-Você está com dor? Quer que eu pegue alguma coisa? Está com fome? Sede?

Ri de sua preocupação e neguei.

-Estou bem, Daryl. -Continuei sacudindo a Star em meus braços.

-De qualquer forma eu vou até lá embaixo buscar algo pra você. -Se levantou.

-Não precisa. É sério. Eu estou bem. -Olhei para ele.

-Fica aqui, cachinhos dourados. Volto em um minuto. E você, mini cachinhos dourados, nem pense em chorar.

Sorri para ele e ele saiu do quarto.

(...)

Já se passaram alguns meses desde que a Star nasceu. Hoje ela completou seu quinto mês. Ela já está bem esperta para quem tem só isso de tempo de vida. De vez em quando ela dá uns gritinhos que encanta todos que estão a sua volta.

Nos primeiros meses foi bem difícil e tive que precisar de ajuda de todos os que se ofereceram para estar comigo. Não sei o motivo, mas a Star sofreu com cólica durante os 3 primeiros meses. Ela não parava de chorar um segundo sequer e isso me desgastou tanto que cheguei no nível de querer abandonar tudo e deixar de ser mãe por um dia pelo menos.

Só que à partir do momento em que eu vi o quanto ela era dependente de mim, isso me fez desistir dessa ideia e eu voltei de novo para a realidade.

A realidade onde eu entendi o quanto essa responsabilidade era grande e eu não podia simplesmente jogar tudo pra cima.

Agora que ela está com cinco meses, finalmente consigo respirar um pouco mais do que antes e todas as vezes que ela dá uma risada, eu sinto como se todo o esforço tivesse valido a pena.

Eu sempre vou cuidar dela, Carl. Por mim, por você, por nós dois.

Oii, gente. Vocês gostaram desse capítulo? Falam aí pra mim. E me falam também qual outra cena vocês gostariam de poder ter a chance de ver com mais detalhes. Beijos. 

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