Capítulo 36

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-Tem certeza de que escutou barulho vindo daqui de dentro, Eugene? -Meu avô perguntou.

Encostei um pouco mais a porta e em seguida olhei para Kendrick. Ele está erguendo sua camiseta enquanto tenta encontrar onde está machucado.

-Tenho. Eu tinha acabado de sair daqui com a Tara quando vi alguma coisa correndo para a parte de trás. Daí eu voltei e escutei barulho aqui dentro. Acha que pode ser um zumbi?

-Se fosse ele com certeza já teria vindo até nós. Não, é alguém. -Tio Daryl se virou para cá, então me afastei da porta.

-Não faz nenhum barulho. -Falei para Kendrick.

Ele concordou e eu me sentei ao seu lado.

-Aquela janela sempre fica aberta?

-Ãhn... eu acho que sim.

-Vamos nos dividir. Eu vou por ali e você vai por aqui.

-Vem. -Me levantei e peguei os registros. -É melhor irmos mais para o fundo. Consegue?

-Acho que sim. -Tentou se levantar. As caretas involuntárias em seu rosto me fez perceber que ele está machucado em algum lugar.

Passei seu braço por cima do meu ombro e fomos em direção as prateleiras. Passamos por algumas e enfim chegamos na parte mais funda da despensa.

-Aqui. -Me abaixei junto com ele e olhei para a porta. -As chances deles abrirem essa porta é mínima, né?

-Eu não faço ideia. -Se arrumou melhor. -O que eles podem fazer se nos encontrarem aqui?

-Talvez eu fique de castigo. -Dei de ombros. -Já você... eles não vão fazer nada. -Olhei para o seu rosto e em seguida para o seu tronco. -Eu posso... -Pigarreei. -Posso dar uma olhada para ver onde você se machucou?

-Sim. -Ele desencostou da parede e tentou retirar a camiseta.

-Eu ajudo. -Peguei na barra da camiseta e a ergui para cima, a tirando. -Espera. -Olhei suas costas e encontrei uma parte ficando arroxeada. -Isso vai ficar feio.

-Foi bem aí que eu fiquei preso. -Respirou fundo.

-Tudo bem. -Me levantei. -Vou ver se encontro alguma coisa pra poder passar aí em cima.

-E se te escutarem?

-Não vão. -Sorri e comecei a olhar as prateleiras. -O que é Traumeel? -Peguei a caixa e mostrei para ele.

-Eu não sei. Mas deve funcionar.

Continuei olhando e encontrei algumas gazes. As peguei e voltei para perto dele. Assim que me sentei ao seu lado, peguei a caixa do remédio e comecei a ler.

-Pelo jeito isso pode ajudar. -Falei e passei a caixa para ele.

-Acredito em você. -Me devolveu. -Vai em frente. -Respirou fundo.

Coloquei um pouco do produto em cima de suas costas e isso o fez se retrair um pouco.

-Está gelado. -Falou.

-Foi mal. -Sorri e passei a gaze por cima, espalhando por todo o lugar que está roxo.

Ficamos em silêncio por quase um minuto antes dele tomar iniciativa.

-Eu tenho uma pergunta para te fazer. -Começou.

Tirei minha atenção de seu ferimento e tentei olhar em seu rosto, já que ele está de costas para mim.

-Ontem à noite, enquanto a gente... bom, você sabe... -Ele puxou suas pernas para cima e passou os braços ao redor. -Você pareceu ter ficado incomodada quando eu te disse para se sentar em meu colo.

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