Capítulo 30

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-Agora que já está todo mundo aqui, vamos começar. -Mamãe se sentou à mesa.

Estamos todos em seu escritório. A maioria está de pé, já que aqui não possui tanto espaço.

-Vai ser decidido o que vamos fazer com aquele cara? -Perguntei enquanto me encostava na parede, logo atrás de Tio Daryl e vovó.

-Sim, só que por mim isso nem devia ser discutido. -Ela se encostou na cadeira. -Devemos mata-lo.

-Sem nem ao menos sabermos o motivo dele ter vindo até aqui? -Cruzei os braços.

-Não é necessário. Não estou interessada nas desculpas que ele vai dar.

Neguei com a cabeça e sorri para mim mesma, olhando para baixo.

-Algum problema com essa decisão, Star? -Minha mãe chamou minha atenção.

-Ninguém merece morrer sem nem ao menos ter a chance de tentar se explicar. -Voltei a olha-la.

-Acha que aquele desgraçado tem o direito de dizer alguma coisa?

-Sim, eu acho. E não vou mudar de opinião até alguém me falar o motivo de tanto ódio por ele.

Ela suspirou e se inclinou para frente, apoiando os braços na mesa.

-Eu vou te contar exatamente o que ele já fez, Star. -Olhou diretamente para mim. -Negan apareceu pela primeira vez quanto eu tinha 14 anos. Ele já chegou infernizando a vida de todo mundo. Seu pai até chegou a ir na casa dele pra poder mata-lo, para assim todos nós podermos viver em paz. Só que você sabe o que aconteceu em seguida? Acabou não dando muito certo e no fim ele matou o meu irmão.

Coloquei a mão sobre a boca por conta do choque.

-Não bastando isso, alguns dias depois ele me aprisionou em um calabouço por dias. Eu fiquei presa naquele lugar por dias sem ver a luz do sol e sem comer uma comida decente. Eu havia chegado ao nível de começar a ter alucinações. Fui maltratada, humilhada e impossibilitada de fazer qualquer coisa a não ser tentar acordar viva no outro dia. -Passou a mão pelos cabelos. -E depois disso tudo, ele ainda mandou tacarem fogo em Alexandria.

Abaixei o olhar.

-Após anos ele aparece aqui na minha casa, onde eu faço de tudo para manter todos em segurança, e diz que veio fazer "uma visitinha"?

Concordei.

-Ainda acha que ele merece sair vivo daqui?

-Podemos mantê-lo preso. -Olhei ao redor e vi todo mundo me encarando. Judith negou com a cabeça. -O que? Vocês realmente acham que matar é a solução?

-Matar é a solução. -Disse tio Daryl.

Respirei fundo e me desencostei da parede.

-Se o matarmos, estaremos nos igualando a ele. -Falei. -Temos que ser diferentes.

-Não vou conseguir dormir sabendo que ele está debaixo do mesmo teto que eu. -Minha mãe se levantou. -Eu não sei nem por que é que estamos discutindo as possibilidades.

-Talvez ela tenha razão. -Pedro falou e todas as cabeças se voltaram para ele. O encontrei do outro lado do escritório. -É, pode ser que a Star esteja certa. Matar não vai nos ajudar em nada.

-E o que sugere então? -Vovô cruzou os braços.

-Podemos mantê-lo preso, como ela mesmo disse. Se escalarmos cada pessoa em uma espécie de turno, podemos muito bem conviver com ele.

Mamãe negou.

-Sem chances.

-Não podemos simplesmente mata-lo, Sofia. -Pedro olhou para ela. -Ele ainda é um ser humano.

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