Capítulo 19

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Após andarmos um pouco, saímos da prisão e fomos para o lado de trás. Aqui há várias tendas, parecidas com as que eu vi em um livro de história um bom tempo atrás. As pessoas aqui estão bem agitadas. Umas estão amolando facas, outras trocando a guarda, outras apenas encarando os homens me puxando.

O primeiro homem abriu uma das tendas e pude ver a líder sentada atrás de uma mesa com os braços cruzados. Assim que notou a nossa presença, se levantou e pareceu estar irritada com os homens. 

-Eu pensei ter sido bem clara com relação a essa garota! -Ela bateu na mesa. -O que é que foi explicado mil vezes pra vocês nos últimos dias? 

Os homens permaneceram quietos. 

-Respondam! -Bateu novamente. 

-Que era para trazer ela diretamente para a senhora... 

Sussurrou o que estava me segurando.

-E que merda que vocês tinham na cabeça de colocar ela pra fazer parte do experimento!? Eu não fui clara o suficiente? Será que tenho que gritar pra vocês entenderem?

-Desculpe, senhora...

-Não! Eu não quero escutar desculpas agora. Saiam. Deixem ela aqui comigo. 

Os dois obedeceram. Eu permaneci parada, sentindo meus pulsos doendo pela força que eles seguravam. 

-Agora que está só nós duas aqui. -Ela arrodeou a mesa e parou de frente para mim. -Vamos conversar. 

-Não tenho nada pra conversar com você. 

-Tem. -Ela sorriu. -É claro que tem. Primeiro de tudo vamos falar da vacina que sua mãe estava produzindo. 

Vacina?

-Onde está?

-Eu... Eu não sei do que você está falando.

-Não venha bancar a sonsa comigo. Eu sei tudo sobre vocês. Inclusive sei que você seria a próxima líder de lá. E agora você vai me dizer que não sabia de algo que estava sendo feito debaixo do seu nariz? 

-Eu não sabia de tudo. Comecei a aprender as coisas recentemente.

-MENTIRA. -Ela se virou e passou as mãos no cabelo. -Eu acho bom você cooperar comigo, sua desgraçada.

-Eu juro que se soubesse de algo eu diria. -Um nó se formou em minha garganta. -Por favor, eu não sei de nada, acredite em mim. 

-Eu vou ser bem clara e objetiva. -Ela apontou o dedo para mim. -Vou te dar exatas vinte e quatro horas para você decidir se vai ou não cooperar. Se a resposta for sim, eu mando te trazerem pra cá e conversaremos como pessoas civilizadas. Se a resposta for não. -Ela sorriu. -Daí você vai ver o que vou fazer com você.

Abaixei a cabeça.

O que vou fazer? Eu realmente não sei do que ela está falando. Será que aqueles zumbis que estavam no porão de casa têm alguma coisa haver com isso?

-Será que... -Olhei para ela mais uma vez. -Será que eu poderia ficar junto com meu amigo?

-Acha que está no direito de pedir alguma coisa? Me dê alguma informação e eu posso pensar em fazer isso. 

-Eu não...

-Basta, cansei de te escutar. -Ela estralou os dedos e o mesmo homem entrou novamente. -Leve ela para o bloco A. E eu espero que você realmente siga as minhas ordens dessa vez.

-Sim, senhora. 

Ele pegou em meu braço e eu permaneci a olhando antes dele me puxar para fora.

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