Capítulo 31

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-O que devo a honra de sua visita? Não está na hora de criança estar na cama?

-O que veio fazer aqui, Negan? -Cruzei os meus braços e foquei minha atenção em seu rosto.

-Uma visita, já disse. -Sorriu e tentou pegar o copo de água ao seu lado. -Poderia fazer essa gentileza? -Indicou com a cabeça na direção da água.

-Não me faça arrepender de ter vindo até aqui.

-É claro que não, minha querida. -Sorriu mais uma vez.

Revirei meus olhos e empurrei o copo para mais perto dele. Assim que conseguiu pegar, bebeu e se voltou para mim.

-Muito bem. Estou esperando você me explicar por que é que está aqui. Porque bom, que eu saiba a sua mamãe não vai muito com a minha cara. E ver você aqui é bem contraditório, não acha?

-Vim saber o seu lado da história antes deles te matarem.

-Uau. -Jogou sua cabeça para trás. -Então eles já se decidiram.

-E eu posso fazer eles mudarem de ideia caso você decida cooperar. -Me abaixei. -Eu preciso que me fale o que veio fazer aqui.

Ele riu assim que viu que eu estou falando sério.

-Então você é a próxima líder daqui, não é? Bacana, eles terem essa passada de poder.

-Negan, olha, acho que você não está entendendo a gravidade da situação. Todos aqui querem matar você. Com exceção de mim e mais duas pessoas. Então eu estou te pedindo por favor pra você só responder a minha pergunta.

-Bom, pelo jeito não me resta muita escolha, não é? -Respirou fundo. -Mas é que eu estava esperando conversar com uma pessoa adulta, não com uma criança que acabou de sair de fralda.

-Eu desisto. -Me levantei e isso o fez murmurar algo para si mesmo.

-Merda, garota, eu só estava brincando. Volta aqui.

Continuei caminhando.

-Qual é mini Grimes. -Gritou assim que me perdeu de vista. -Eu sei que você é a cura!

Assim que ele gritou essa última parte, parei aonde eu estava e não consegui me mover. Que merda é que ele está falando?

Voltei para perto dele e ele sorriu ao ver que conseguiu me fazer voltar.

-O que foi que acabou de dizer? -Perguntei.

-Eu sei que você é a cura. -Repetiu.

-Você é louco.

-Não sou eu quem está dizendo isso, são os seus próprios parentes.

Permaneci o encarando, esperando que continuasse.

-Aposto que eles não perceberam que aqui debaixo dá de escutar tudo o que eles conversam no andar de cima. -Sorriu e se inclinou para mais perto de mim. -Só que eu não posso simplesmente te contar, posso? Irei precisar que faça alguns favores pra mim, garota. Só assim posso saber se você é digna de minha explicação.

-Sem chances.

-Bom, quem vai sair perdendo é você mesma. -Se virou para o outro lado. -Quando sair não esqueça de apagar a luz.

-Está falando sério? -Peguei a faca que Pedro me deu e fui em sua direção. Assim que puxei sua camiseta e coloquei a faca em seu pescoço, ele sorriu e tentou olhar para o meu rosto.

-É, é assim mesmo que você tem que agir. Muito bem. Treina mais um pouco que você vai  chegar aos pés dos seus pais.

Ao perceber o que eu estava fazendo, o soltei e joguei a faca no chão. O que está acontecendo comigo? Eu ia mesmo matar ele? Era isso o que ele queria, não era?

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