Elisabeth levantou da cama e ficou à janela. Era madrugada, o sol ia nascer dali a algum tempo. Essa era a maior dádiva que ela tinha recebido ao ser aceita no quadro de empregados da Reserva. Ela sempre acordava bem cedo, para ver o sol nascer por entre as árvores. Ela se sentia renovada, pronta para o trabalho duro e animada a construir um futuro onde ela daria as cartas, não seria levada pelas circunstâncias.
Sentiu braços fortes a envolverem por trás, e ele descansou o queixo na cabeça dela. Eles estavam nus, e ela sentiu a ereção dele, roçando a bunda dela. Ele inspirou, mas mesmo sentindo a excitação dela, continuou onde estava, olhando para a frente. Ela também ficou imóvel, desfrutando da sensação de querer ser possuída, do calor entre as pernas. Era uma delícia.
"Você prefere o nascer ou o pôr do sol? Ela perguntou. Queria saber se ele era mesmo tão romântico quanto tinha ouvido falar. Ele tinha sido carinhoso, fogoso, insaciável, respeitoso, a lista de qualidades parecia interminável. Mas romântico? Ele ainda não tinha mostrado esse lado pelo qual era tão famoso entre as fêmeas.
"Nunca me perguntei isso. Eu tenho o sol como algo que indica constância, solidez, certeza. Ele sempre está lá. Ele nasce e se põe e não há nada que qualquer um possa fazer para impedir.
Ela riu, e foi rindo até que estava gargalhando. Ele ficou olhando para ela calmamente. Sério, mas não fechou a cara.
"Estou imaginando onde estaria o Jericho romântico que todos tinham medo de que eu quebrasse o coração."
" Romântico, eu? Não. Na verdade elas é que encaram minha solidão como romantismo. Eu não sou romântico, acho que nunca fui."
"Eu era. Mas quando comecei a trabalhar com prazer, perdi todo romantismo."
"Eu vi um filme, há muito tempo, as fêmeas viram esse filme várias vezes," "Uma linda mulher?" Só poderia ser.
Ele sorriu. Ela sempre sentia uma pontada no peito quando ele sorria.
"Você..."
"Imaginou que isso poderia acontecer comigo?" Ela bufou." Não, nunca. Eu sempre fui realista. A maioria dos meus clientes eram pobres trabalhadores. A maioria casados. Ninguém teria dinheiro pra me tirar daquela vida."
"Mas agora você tem um trabalho onde pelo menos você pode ficar vestida."
Ela riu. Ele estava falando sério, não estava brincando.
"Por que você parou de se prostituir? Você poderia ir para outro estado, não acredito que aqueles caras te seguiriam."
Ela ficou triste. Ele parecia que queria vê-la pelas costas.
"Não quero que você se vá." Será mesmo? Então porque tantas perguntas?"Eu só queria entender porque você saiu agora e não antes."
"Você sabe sobre meu avô?" Ele pareceu surpreso e balançou a cabeça." Ele me criou. Ele era pai da minha mãe. Eu não tenho pai, ela engravidou de um idiota, que ela nunca mais viu. Ele tinha uma pequena livraria, e eu e ela tínhamos muitos sonhos para o meu futuro.
Mas antes que eu completasse o ensino médio ela teve câncer. Meu avô acabou tendo que passar a livraria, e pareceu que ela tinha se curado com o caro tratamento alternativo que meu avô conseguiu pagar. Mas alguns meses depois, o câncer, voltou muito mais agressivo e ela não resistiu. Meu avô nunca mais foi o mesmo depois disso."
"Foi por isso que você optou pela prostituição?"
Era até engraçado o modo como ele falava prostituição. Da mesma forma como diria comércio, ou administração ou qualquer outro ramo de trabalho.
"Não, eu saí da escola pra cuidar dele, eu nunca fui muito estudiosa. E aí consegui emprego numa lanchonete. E fiquei por um bom tempo sendo garçonete e cuidadora do meu avô. Mas aí..."
Lembrar daqueles meses era tão doloroso! Ela sentiu um bolo na garganta e não pôde continuar. Ele a abraçou e ficou calado. Ela olhou para fora e viu o sol nascendo por entre as lágrimas. Como ele disse, era algo que ninguém impediria. Se ela estivesse sorrindo ou chorando, o sol nasceria.
Ele a virou e beijou as bochechas dela, sorvendo as lágrimas. E a abraçou com muito carinho. Ele ainda tinha a ereção, parecia que aquele pau dele não amolecia nunca! Ela sorriu, e pediu:
" Me faça esquecer as coisas tristes que me aconteceram Jericho, por favor."
Ele não se fez de rogado. Começou beijando o rosto dela, e foi descendo pelo pescoço e beijou a garganta dela. Continuou a descer a boca mas não parou nos seios, por mais que ela quisesse. Ela adorava sentí-lo sugando os seios dela, mordiscando com as presas. Mas ele continuou descendo, até chegar no âmago dela, no centro do prazer dela. Levantou uma perna dela e a repousou no ombro largo dele. Assim, ela ficou toda aberta para ele. E ele degustou. Era como se o gozo dela, e ela gozou várias vezes na boca dele, fizesse com que ele gozasse também. Ele chupava e se masturbava, até ela gozar. Aí ele gozava também. Ela perdeu as forças e ele a colocou na cama. Quando o corpo dela bateu no colchão, ele a penetrou. E estocou com força, selvagemente. Ele soltou o animal nele e ela gozou violentamente, gritando. Ela praticamente desmaiou depois disso.
Quando acordou mais tarde, ele não estava. Ela se sentiu sozinha, mas não ia ficar remoendo o fato de que ele a deixara sem nem um bilhete.
Estava faminta, saindo para a sala viu uma bandeja com um copo grande de café e torradas num prato na mesinha de café. Havia uma pequena flor amarela na bandeja. Um gesto romântico afinal.
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Jericho
Hayran KurguJericho, o macho mais solitário dos Novas Espécies, está prestes a ter seu mundo virado de ponta cabeça. Segunda história de uma série: Brass Jericho Kit Harley Flame Silent Hunter