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Ela estava como sempre. Deslumbrante. É preciso tanto esforço para ignora-la. Mesmo que eu a ame, eu não posso obrigá-la a me amar de volta, mas isso não impede que eu a admire em silêncio. Estou pensando nisso há quase uma semana.

Jennie parecia tão cansada e, mesmo assim, era a personificação da deusa do amor e da beleza. Pelo menos do meu amor.

- Acorde! - sinto Lisa me sacudir pelos ombros. - Como foi o encontro de vocês? Você não me contou nada.

- Normal, apenas os parabenizei pelo contrato. - dou de ombros e viro a dose de tequila.

- Que só foi fechado graças a você. - ela ergue seu copo a fim de comemorar e balanço a cabeça em negação.

- Podemos não falar dela? Jennie está arrumando sua vida e eu não faço parte dela. Quanto antes eu aceitar isso, melhor para eu conseguir supera-lá. - seguro o pulso do barman para ele deixar a garrafa de tequila conosco.

- Ela te ama, JiChu. - Lisa suspira.

- Lisa.

- Pelo menos ainda há esperança para vocês duas, Jennie pode vir atrás de você, enquanto isso, Chaeyoung apenas me ignora. - ela diz com o tom tão triste que meu corpo congela. Os flashbacks passam na minha mente e eu balanço a cabeça para afastar o pensamento.

- Lisa, vá atrás da sua garota se é o que você quer. - aperto o ombro dela - Bata na porta dela e diga: NAMORE COMIGO ROSÉ PORQUE EU NÃO VIVO SEM VOCÊ. - ela começa a rir ao me ouvir.

- Você acha mesmo que eu deveria?

- Se é o que você quer, sim.

- Tem certeza que ficará bem sem mim?

- Sim, vá laçar sua garota, Limario. - ergo o copo para ela e ela me abraça antes de sair.

***

São duas da tarde quando acordo com a campainha tocando insistentemente. Parece que ainda estou tão bêbada. Meu cérebro é como uma pasta gelatinosa.

Me arrasto pelo corredor enquanto tropeço nos próprios pés até chegar na porta. A abro enquanto bocejo e sinto lábios quentes, macios e famintos se movendo sobre os meus antes mesmo que meu bocejo acabe.

Apoio as mãos no rosto de quem quer que seja e sinto mãos firmes apertarem minha cintura. Quando o beijo começa a ficar mais intenso, o perfume suave e floral invade meu cérebro, fazendo as engrenagens funcionarem novamente.

Meus olhos se abrem e a empurro para distante de mim, enquanto tento clarear minha mente, colocar tudo em seu devido lugar antes de cometer outra besteira.

- Sunmi, você enlouqueceu? - dou alguns passos para trás. - O que você está fazendo aqui?

- Você não faz ideia do quanto fiquei feliz ao saber que você estava de volta. - ela fecha a porta e vem andando em minha direção.

- De volta? Do que você está falando? - por que minha mente está em Jennie? Eu preciso parar de pensar em quem não me quer. Karma é uma vadia.

- Você não está solteira? - ela para na minha frente.

- Sim, mas... - começo a dizer e ela tenta me beijar de novo, mas viro o rosto - Sunmi, o que você está fazendo? - a seguro pelos ombros.

- Estou cansada de perder tempo. - ela diz olhando para minha boca - Sooya, eu quero você. Não estou te cobrando nada em troca, apenas que você me queira de volta. Você quer ou não?

- Sunmi está tudo confuso. Você me disse aquele dia que gostava de mim, agora está aqui dizendo que apenas me quer, sem querer nada em troca? - ergo a sobrancelha a observando.

- Sim. Eu sei que não adianta tentar forçar sentimentos. É preciso deixar que eles fluam naturalmente, então é isso que estou propondo. Você quer ou não? - ela me encara de volta.

Eu achei que antes tudo estava fluindo com Jennie, mas só fluía da minha parte. Por que minha mente fica sempre se lembrando de Jennie? Por que eu tenho que ficar sentindo sua falta? Sentindo saudades dela sendo pegajosa e grudenta?

Eu faria qualquer coisa que pudesse para me fazer esquecer Jennie. Eu daria tudo o que tenho para me livrar desse sentimento maldito e unilateral.

- Jisoo? - a voz de Sunmi tira o foco da minha discussão particular.

- Sim.

- Você ouviu o que eu disse antes?

- Sim. - digo e ela suspira como se eu não tivesse levando nada disso a sério.

- Você parecia tão dista... - ela começa a dizer e eu a beijo.

- Sim para sua proposta de deixar o barco navegar em sua própria velocidade, nesse rio conturbado de sentimentos. - sussurro com a boca próxima a dela.

- Depois de ouvir você falando tão poética assim, quem sou eu para resistir? - ela sorri antes de me puxar contra si.

Messing UpOnde histórias criam vida. Descubra agora