— Eu vou e você fica aqui, eu vou enrrolar ela e dar um jeito de apresentar vocês duas!— Pietro disse perto do ouvido de Hebe para tentar abafar o som alto.
— Espero que funcione!
— Vai, funcionar, pelo menos a minha parte!— Pietro deixou Hebe no meio das pessoas e dançou se espremendo entre os casais até chegar próximo do seu alvo.
Hebe de longe observava mordendo o lábio preocupada e tentando fingir dançar.
— Hey, Jaque!— Pietro chamou alto o suficiente para seu escutado por ela. A mulher de cabelos pretos na altura da cintura virou rápido na direção dos gritos.
— Oi... Pietro? Uau, você... Você cresceu muito! A quanto tempo a gente não se via! — Ela disse sorrindo e abraçando rapidamente Pietro. Hebe olhava de longe a conversa que parecia extremamente amigável.
— Pois é, você foi pra USP seu pai me contou! Como foi o exame da OAB?— Pietro conversava e se lembrava aos poucos da personalidade de Jaqueline, que ele havia conhecido ainda na adolescência. Ela era doce com as pessoas, tímida e Pietro se lembrava com clareza de que ela tinha um humor simpático e contagiante. Fora a aparência física, ela não tinha muita a ver com Hebe até onde ele conhecia as duas.
— Foi tenso,mas deu tudo certo! Eu sou quase uma advogada! Acho que em janeiro eu já começo a providenciar meu escritório!— Ela gritou em meio a uma música eletrônica de batida frenética. Pietro teve que adivinhar algumas palavras pela leitura labial mas entendia o que ela falava.
— Isso é muito bom! Cara eu tenho uma pessoa pra te apresentar!
— Jura? Quem?
— Vem comigo!— Pietro chamou com um dedo sinalizando para ser seguido.
Hebe observou com a respiração trancada a aproximação dos dois. Pietro abriu caminho para Jaqueline a irmã descoberta a oito minutos atrás, um pouco menor que eles dois ficar de frente pra ela. Jaqueolhou atônita alguns segundos para ela piscando os olhos grandes como os delas.
— Quem é ela?— Jaque perguntou para Pietro ainda impressionada com seu rosto. Pietro abriu a boca para responder mais foi interrompido;
— Oi... Eu sou a Hebe, sou uma amiga do Pietro!— Hebe estendeu a mão para a meia irmã que sorriu para ela revelando os dentes da frente iguais aos seus porém claramente tratados com aparelho ortodôntico.
— A gente é muito parecida! Pietro como você aprontou uma dessas?— ela perguntou de boca aberta encarando Hebe que não sabia bem como reagir.
— É conhecidência mas eu nunca tinha notado como vocês são parecidas até esse exato momento!— Pietro disse fingindo que a situação era totalmente normal.
— Parecidas? Nós somos praticamente gêmeas!— Jaqueline continuou de olhos brilhando em curiosidade procurando alguém em volta — Eu preciso mostrar você pra minha mãe!
Hebe ficou apreensiva. Olhou para Pietro pelo canto do olho, ele fez um sinal furtivo para que ela se acalmasse. Jaqueline segurou seu pulso com leveza. As duas saíram do aglomerado de pessoas aos poucos, se desvencilhando dos casais que se moviam ao som de um pop nacional. Hebe olhou uma última vez para trás, Pietro estava as seguindo um pouco mais afastado, dançando entre dois garotos gêmeos usando ternos idênticos.
— Mãe!— Jaque gritou balançando o braço livre acima da cabeça. Uma mulher baixinha no meio da escada de virou na direção delas, assim como ela, Jaqueline não tinha nada a ver com sua mãe. As duas eram a cara do pai. Ela desceu em passos miúdos carregando a taça de champanhe próxima ao rosto tomando cuidado para não derrubar o líquido.
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Até que a morte nos Junte
RomanceHebe é uma florista quase falida, Pietro é herdeiro de uma funerária e André morreu atropelado por um Opala preto.