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— Eu tô falando dona Antônia é um negócio desse tamanho, nem dava pra chamar de barata, parecia uma ratazana! —  Pietro teve tempo de ouvir a amiga de Hebe dizer, antes de entrar com ela na casa de Dona Antônia.

— Hebe?— Dona Antônia chamou pela neta que passou direto, trêmula e  trancou a porta do banheiro.

Os olhares das duas foram para a porta.

—  Aê almofadinha o que tu fez com a minha amiga?— A garota de tranças perguntou levantando, dona Antônia copiou seus movimentos e Pietro ficou encurralado entre a escada e as duas mulheres.

— E-eu juro que a culpa não e minha!... Bem talvez seja mas...

— O que você quer dizer com talvez?— A avó de Hebe gritou tirando um rolo de macarrão do escorredor de louça.

— E-ela também não me disse! A gente tava dançando e de repente ela viu um casal e ficou assim!

— Que era esse casal, em? — A amiga de Hebe se aproximou mais ainda intimidando Pietro que estava na porta de um conjunto popular, segurando um par de saltos altos nas mãos, com uma peruca agora  descabelada e um vestido longo. Era um ótimo jeito de ser parte de um barraco.

— Pelo amor de Deus me deixem entrar eu vou tropeçar no vestido e cair dessa escada!

—  E isso é ruim?— Dona Antônia perguntou fazendo Pietro descobrir de onde veio a maneira de falar de Hebe.

— Se a escada quebrar a senhora não pode mais sair de casa!— Tentou novamente, dona Antônia olhou para a amiga de Hebe que deu espaço finalmente para ele entrar. Pietro passou a mão no peito e puxou a cadeira.

— Não vai sentar não! diz logo o que minha neta tem! — Dona Antônia disse ao mesmo tempo que a garota de tranças batia na porta e falava com Hebe que chorava alto o suficiente para ser ouvida na cozinha.

— Ela viu os donos da autopeças,  Prado e ficou parecendo o chaves quando tinha piripaque, aí ela pediu pra eu trazer ela até aqui!

— Mas não pode ser...—Agora dona Antônia parecia preocupada também.

— O que não pode ser?— Pietro perguntou para a mulher idosa que piscava olhando o teto como se o choque agora fosse de ambas.

Ela se sentou na cadeira puxada por Pietro e fez sinal para ele sentar também. Hebe abriu a porta do banheiro e a outra garota entrou conversando com ela.

— Eu posso ver a cara desse casal? — Dona Antônia perguntou pressionando as mãos e com o rosto branco como farinha.

Pietro tirou o celular do bolso. Pesquisou pelo Instagram da empresa e constatou que o sinal de internet móvel era péssimo onde Hebe morava. Depois de alguns segundos a foto carregou.

— Esses são eles, eles são amigos da minha família, sempre íam lá em casa! — Pietro disse entregando o celular para Antônia que coloco o celular perto e longe do rosto diversas vezes tentando enxergar.

Ela fez uma pequena pausa e depois chamou Pietro para mais perto falando em seu ouvido desnecessariamente pois só os dois estavam no cômodo.

— Esse é o pai da Hebe!

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— Obrigada por ter levado as crianças pra casa depois Paloma!

Pietro agradeceu a mulher parada a sua frente.

— O que eu não faço nesse emprego?

Até que a morte nos JunteOnde histórias criam vida. Descubra agora