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Ao invés de saírem, Hebe chamou Jonathas para casa. Eles pediram comida por conta dele e ficaram na cozinha rindo e conversando. Até Dona Antônia que não saía da Sala/quarto, foi para a mesa escutar a conversa.

Jonathas era realmente um cara legal, ele era engraçado, gostava de fazer as pessoas se sentirem bem, era espontâneo e feliz. Depois da segunda cerveja ele agora era moreno e um pouco mais baixo. Finalmente Hebe entendeu o porque gostava tanto dele.

Ele era André! Só que em outro corpo.

— Hebe você tá bem? — O bombeiro perguntou enquanto colocava mais uma peça do dominó na mesa.

— O que?— Hebe saiu dos próprios pensamentos, Jonathas voltou a ser loiro e alto pra caramba.

— Você tá distraída, olhando pra frente parecia até que queria vomitar!— Vinícius falou tentando olhar de relance as peças de Cris ao seu lado.

— Eu tô bem, acho que foi o lanche! — Hebe mentiu jogando sua peça.

— Oh pode ter sido a maionese! Eu não confio em maioneses caseiras, aliás eu não confio em maionese de nenhuma espécie! Já vi gente morrer por causa de maionese!— Jonathas disse olhando preocupado pra Hebe que riu de tantas maioneses.

— Não é nada, eu só tô me sentindo que nem no natal logo depois da ceia!

— Como você se sente?— Ele arregalou os olhos de forma cômica.

— Tão cheia que eu fico triste! Acho que você pode ficar tranquilo!— Hebe falou sorrindo.

— O lanche da Rita é muito bom, Ninguém morreu por causa dele!— Cris falou protegendo suas peças de Vinícius.

— Ninguém voltou pra falar do que morreu também, salmonela ainda está por aí!— Vinícius falou jogando mais uma peça.

— Salmonela é mortadela de salmão ? — Cris perguntou fazendo todos na mesa rirem.

— Sua família é incrível, pena que o seu chefe não quis vir, bem ele é rico deve ser super ocupado !— Jonathas completou jogando a última peça e ganhando o jogo. Cris fez um bico mesmo tendo ganhando as 3 vezes anteriores.

— Sim ele deve ser...— Hebe encolheu os ombros jogando as peças de volta na mesa pra serem embaralhadas. Aquele era um dos momentos chatos em que estava tudo bem e de repente ela se lembrava de André. Isso acontecia as vezes, nas ocasiões mais aleatórias, um certo dia no trabalho uma cliente apenas falou em " academia" e de repente, Hebe teve que ir pro fundo da estufa respirar. Ela sabia que fazia parte do luto, mas as vezes tinha sensação de que André estava demorando demais a sair dela.

Jonathas foi pra casa e Hebe foi colocar a irmã na cama.

— Amanhã é sábado não é? A gente pode dormir até às dez?— Cris perguntou e Hebe concordou com a cabeça prendendo o cabelo de Cris.

— Aí que bom, não vía a hora do sábado chegar!— Cris disse dramática com as mãos estendidas como se agradecesse alguém.

Dona Antônia roncava feito o motor da Kombi caquética  no outro lado do quarto.

— Boa noite princesa, eu espero que vc tenha bom sonhos e se tiver pesadelos não sobe na minha cama correndo! Da última vez você deu uma joelhada no meu estômago! — Hebe advertiu conferindo se a coberta estava bem presa mas beiradas, pois Cris costumava cair da cama as vezes.

— Desculpa!— Hebe ía saindo do quarto quando foi chamada novamente— Hebe?

— O que foi? Não me diga que quer ir fazer xixi de novo?

Até que a morte nos JunteOnde histórias criam vida. Descubra agora