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— Então esse senhor do Opala preto atropelou seu noivo? — o Bombeiro perguntou tomando notas enquanto o resto da equipe constatava que não dava mais pra fazer nada com André.

— Foi ele sim, só não sei de quem era a preferencial do André ou dele!— Hebe falou com os olhos avermelhados sentindo na voz que poderia chorar novamente.

Pietro estava sentado na guia tremendo enquanto uma Bombeiro examinava seus olhos com uma luz amarela. Paloma estava apoiada na escada do caminhão de bombeiros, por onde se entrava na cabine, juntamente com uma oficial.

— Nós vamos passar as informações para a polícia, você provavelmente terá de falar tudo o que disse para eles também!— o membro da equipe abaixou a cabeça e segurou o ombro de Hebe— Eu sinto muito, você parece ser uma moça muito gente boa !

— Não estou minimizando minha situação, ele era meu noivo sabe? Mas eu já estou acostumada a perder pessoas, meu avô morreu exatamente onde a gente está pisando! — Falou para o  oficial loiro com uns 1,87 que olhou para baixo tirando os pés do chão como se pisasse em seu avô.

— Oh eu sinto muito novamente, se puder me passar o endereço do velório eu gostaria de ver a mãe desse rapaz!— O oficial rabiscou algo na folha de baixo da que ele havia escrito tudo o que Hebe Relatara.

" Jonathas (67) 94587649 "

— Eu vou te avisar!— Hebe disse sem olhar nos olhos dele vendo o carro do padrasto de Pietro chegar junto com o do IML vindo da direção oposta. O Oficial do corpo de bombeiros saiu sem que ela percebesse, Hebe suspirou se preparando para mais uma série de perguntas.

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Depois de contatarem que Pietro não estava alcoolizado ele e a Garota de cabelo preto preso num rabo de cavalo baixo foram levados a delegacia. Pietro nem sequer cogitou a hipótese de fugir depois de atropelar uma pessoa. E agora mais um de seus pesadelos estava virando verdade.

Ele era um fracasso financeiro, era um Jardim de araque, era um fracasso no amor e agora também iria aparecer nos jornais como " Herdeiro rico mata trabalhador no Bairro do Café". Pelo menos foi o que a tia do tau André chegou gritando na delegacia.

Agora Pietro tinha um pouco de raiva de todos os ricos. Pois o esteriótipo de herdeiro bêbado matando trabalhadores saindo de baladas era muito grande. E todos na delegacia estavam o julgando como tau menos a garota que ele descobriu se chamar Hebe quando o policial a chamou para o interrogatório.

A avó dela continuava encarando ele com uma cara feia. 

— Senhora por favor tem como parar de me olhar assim parece até que eu passei em cima dele de propósito!— Disse depois de longos minutos sendo encarado por aquela carinha de maracujá.

— Haaaa você tem certeza que não jogou de propósito seu carrinho de luxo em cima da fuça do coitado do André?—  Ela perguntou azeda parecendo que ía se levantar e esbofetear ele. O outro policial que mexia no computador no outro lado do corredor  até parou de digitar e esticou a cabeça pra olhar pra ela.

— Minha senhora, até onde eu vi o sinal estava aberto! Segundo quando eu atropelei ele eu não saí correndo com o carro!

— Claro ! Foi porque eu deitei no capô!

— Senhora acho que se ele quisesse fugir mesmo ele teria deixado dois atropelados ao invés de um neste caso!— o policial do computador falou e recebeu um olhar mortal de reprovação da "adorável" Dona Antônia.

Até que a morte nos JunteOnde histórias criam vida. Descubra agora