I

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(S/n) estava sentada no balcão de um bar qualquer, de uma ilha qualquer, do East Blue, dando algumas goladas na garrafa de sake a sua frente, e lendo o jornal semanal, buscando por mais piratas iniciantes para caçar e conseguir mais dinheiro, quando seu raciocínio é cortado, pela décima vez, pelos outros baderneiros presentes no bar. Ela olha com fúria para a mesa com bêbados cantando, mas é eventualmente ignorada, vendo de que nada adianta, dá mais um gole em sua bebida e volta a atenção para o jornal, tentando se concentrar, e, falhando miseravelmente de novo. De repente, todos no local se calam, resta apenas o barulho da porta dubla de madeira batendo e passos. (S/n), satisfeita com o silêncio, passa os olhos pelos cartazes e suas recompensas.
— Ei, garota,— O balconista sussurra.— Abra caminho ou vá embora, aquele que acabou de entrar é Roronoa Zoro...! Ouvi dizer que ele é um sanguinário que mata todos que estiverem em seu caminho.
— É?— (S/n) continua lendo, ignorando os avisos.
— Me traga uma garrafa de sake.— A voz rígida ecoou pela casa de bebidas.
— Sim...!— O bartender correu para atender seu pedido.
(S/n) encarou o homem de cabelos verdes ao seu lado, focando principalmente nas três bainhas na sua cintura.
— Perdeu alguma coisa?— Perguntou o espadachim.
— Três espadas?— Ela riu.— Como você segura a terceira? Com as bolas?
— Quer que eu te mostre como empunhar uma espada?— Desafiou, com um quê de deboche na voz.
— Acha que não sei segurar uma?— Se pôs em pé, sua saia – que antes cobria seus membros inferiores por completo – continha uma fenda que ia do meio de sua canela até a cintura, revelando a empunhadura de sua espada.— Se quer brigar, agradecerei, assim poderei treinar mais um pouco.
— Não vejo porque não, mas não chore quando acabar com algum membro amputado.
— Você não vai conseguir nem sequer encostar suas "espadinhas" em mim. Terá de comprar outras quando isso acabar. As cortarei ao meio.
— É?— Pegou a garrafa cheia e bebeu um pouco.— E o quê ganho em troca?
(S/n) reparou em sua pequena alteração de tom ao tomara a bebida, logo ligou os fatos.
— Sake. O quanto quiser.
— Agora está falando a minha língua. Vamos lá pra fora.
Os dois se posicionaram de maneira que ficassem um de frente para o outro, em um círculo formado pelos bêbados do bar e outros curiosos que andavam pela cidade.
— Nitoryu Iai: Rashomon!— Cortou o ar em uma linha na vertical, no qual (S/n) defendeu o golpe.
— É só isso?— Gritou ao adversário. A garota posicionou sua única espada por trás da cabeça.
— Ittoryuu, Yuru No Hoko!— Cortou o ar de forma horizontal, porém, Zoro desviou com um pulo, se preparando para atacar (S/n) frente à frente com a empunhadura dupla, mas, a espadachim o defendeu, se afastou e atacou novamente, mal o deixando processar o quê havia acontecido. Ela correu e acertou sua costela com a empunhadura, o fazendo cuspir um pouco de saliva. Com esse movimento, (S/n) também se arriscou, Zoro ergueu o braço para acertar um golpe, por sorte, (S/n) percebeu e correu, algo que fez com que seu ataque pegasse de raspão, deixando apenas um corte leve no braço da garota.
A luta assim se seguiu pela noite toda, fazendo ferimentos leves um no outro, quando acertavam, afinal, a maior parte dos golpes era defendida por ambos. O cansaço nos dois era evidente. Gotas de suor desciam pela testa de (S/n), e a barriga de Zoro roncava em um volume irreal. As mãos de ambos, vermelhas e com alguns calos. De frente um para o outro, caíram no chão, já sem forças.
— Estou surpreso... Você não é tão fraca assim...— Disse Zoro, arfando.
— Você me... Subestimou...
— Ainda vai me pagar por uma garrafa de sake?
— Foi empate, seu imbecil. Hey, quer dividir uma garrafa?
— Hum... Pode ser.— Sorriu maliciosamente. (S/n) se levantou e esticou o braço para ajudá-lo, que aceitou, porém, quando se pôs em pé, levou uma rasteira e caiu no chão novamente.
— Venha logo! Ou não irá sobrar pra você!— Gritou ela, correndo pra dentro do bar.
— Aquela mulher...— Ele resmungou.

— Ei, não eram aqueles dois que estavam quase se matando há alguns minutos?— Um homem cochichou à outro.
— Eram eles sim... Não sei o quê deu neles, mas... Pelo visto... Viraram amigos...
— Kanpai!!— Os espadachins brindaram pela décima vez, virando as canecas e se esquecendo quase totalmente da discussão mais cedo.
— Você até que não é tão fraquinha assim!
— E a sua técnica de três até que nem é tão escrota!
Inconvenientemente, um respeito mútuo foi criado entre os dois, graças às técnicas de empunhadura de cada um, e, claro, aos níveis de poder em pé de igualdade. Logo, um laço de uma amigável rivalidade se formou.
— Traga mais duas garrafas! Não vamos embora até que o sake acabe!

Three Earrings • Imagine Zoro •Onde histórias criam vida. Descubra agora