VII

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— Aqui, um dos meus melhores pratos com muito amor pra você, (S/n)-chan.— O cozinheiro romântico põe a comida na mesa em frente a garota.— Você é tão linda e destemida! Isso faz meu coração palpitar!~
Ela vê Zoro desviar o olhar de canto de olho.
— Obrigada.
— Não tem de quer!— Continua a andar com a bandeja cheia em mãos.— Tó.— Coloca outro prato em frente a Zoro.
— O que foi?— Pergunta.— Por que esta cara amarrada?
— Nada.— Responde enfiando o garfo cheio na boca.
(S/n) come sua refeição tentando não deixar nenhuma risada escapar.

— Consigo ganhar de você.
— Naquele dia em Wano você não conseguiu.
— Estava sem as minhas espadas. Se estivesse com elas, você provavelmente não estaria inteiro agora.— Comenta Killer, orgulhoso.
— Você chama aquilo de espadas?
— Mas são espadas!— Killer exclama.
— Tá bom, tá bom, de qualquer jeito, ainda ganho de você sem esforço.— Pega uma garrafa de sake em um barril e sai da cozinha.
— O quê disse?!
Zoro desce as escadas e se senta no gramado, enquanto bebe seu sake e observa as estrelas.
— Como são barulhentos.— Resmunga, ouvindo a risada de Luffy, Usopp e Chopper cantando as músicas que Brook toca na guitarra. Mesmo assim, ele sorri, feliz em ver os companheiros animados desse jeito.
— Zoro!
Ele se vira em direção à voz, e se depara com a garota em pé atrás dele.
— Hunf... O que você quer?
— Nada...— Ela senta ao seu lado, pegando a garrafa do chão e tomando um gole.— Por que está evitando me olhar?— (S/n) chega mais perto.— É por que o perna negra deu em cima de mim?
— Como você é irritante.
— Se está com tanto ciúmes assim, porque simplesmente não diz que eu sou a sua garota e pronto?
— Não estou com ciúmes!
Finalmente a olhou. (S/n) caiu na risada.
— Hahaha... Você sabe como gosto de te provocar...— Acaricia o queixo dele.
— Cale a boca.
(S/n) o olha fixamente por alguns segundos.
— Você ainda usa...— Toca os brincos dourados em sua orelha.— Ou apenas se esqueceu de tirá-los?
— Só não quis tirar.
Ela sorri, mas logo fica séria.
— Alguns de nossos outros tripulantes me contaram sobre você na guerra de Wano.— Se vira para ele.— Já não somos mais do mesmo nível.
— O que quer dizer?
— Você ficou mais forte que eu. Me ultrapassou.
— Ninguém ganhou na luta de hoje mais cedo.
— Você sabe muito bem que nenhum de nós vai usar sua força total um com o outro. Você, eu, querendo ou não admitir, nós sentimos algo muito forte um pelo outro.
— Quem se importa com isso?— Puxa o pulso dela, a trazendo pra perto.— Não dou a mínima pra quem é mais forte ou não, não temos o mesmo objetivo, de qualquer jeito.
— Mas eu ligo. Competimos tantas vezes. Era tão divertido. Pensava que quando voltássemos pro East Blue, e lutassemos mais uma vez, seria como antes.
— Fique calada. Não quero mais ouvir isso.
— Mas–
— Vou ter que repetir mesmo?— Olha para o céu em busca de uma resposta.
— Hein? As vezes, você é tão chato que–
Zoro se aproxima, e a traz para perto com uma das mãos atrás da cabeça de (S/n).
— Fique quieta.
Selou a distância dos dois – junto daquele maldito assunto – com um beijo. Revigorante e cheio de nostalgia.
— Não quero ouvir sobre quem ficou mais forte e blá blá blá, não foi por isso que me apaixo–
Zoro trava antes de terminar a frase. (S/n) sorri travessa.
— Também não foi por isso que me “apaixo” por você.
— Idiota.— Zoro revira os olhos. Suas mãos, na sua cintura, a trazem para perto.
— Ainda parece grama.— Ri ela, passando os dedos pelos fios de cabelo esverdeados.
(S/n) lança seus braços ao redor do pescoço dele. Ele demorou apenas um segundo para envolvê-la nos braços.
— Está menos lerdo que antes. Parabéns.
— Você realmente nunca me dá paz.
— Eu sei que você adora quando encho seu saco.— Seus narizes se encostaram.
De repente, Zoro se aproxima rapidamente e a beija. Ao se afastar a olha com olhos vivos, concentrados.
Os dois voltam a se beijar. As lembranças boas vividas há dois anos agora são tão fortes quanto nunca, os sentimentos são os mesmos: o frio na barriga, o calor, os batimentos acelerados. Porém, diferentes. Tudo parece novo e mais intenso, os toques pareciam mais cuidadosos, os beijos mais apaixonados e lentos, os olhares mais focados. Mesmo que Zoro não demonstrasse, seu carinho era evidente quando a beijava.
Suas mãos foram descendo até o quadril dela, afim de acabar com a distância.
(S/n), em seu colo,– sabe se lá como ela foi parar lá – acaricia seus cabelos verdes, que por mais que pinicassem, ela ama afagá–los, sua outra mão passea pelo seu peitoral, enquanto seus dedos deslizam suavemente pelos pontos da enorme cicatriz em seu tronco.
Toda a concentração de ambos é tirada pelo cair de um prato.
— O que foi isso?— (S/n) se vira em direção ao barulho.
— Maldito...— Sussurra Zoro.
Sanji, embasbacado, assistia os dois do outro lado do gramado. Sanji levara chá para a garota, apenas não esperava que encontraria os dois no maior amasso. O pequeno pires estava despedaçado no chão, e a sua respectiva xícara de chá na mão trêmula. Ainda boquiaberto, Sanji grita:
— Marimo de merda!!!— Sai pisando alto e cochichando alguns outros xingamentos.
— Aquele...
— “Marimo”?— (S/n) ri até doer a barriga. Zoro a olha feio.— Ah... Foi mal...— Desculpou-se, limpando uma lágrima.
Zoro segura seu queixo e a aproxima, tentando voltar ao que estavam fazendo antes, porém, (S/n) mantém distância.
— Quantas cicatrizes em, “fortão”.— Comenta, passando um polegar pela ferida em seu olho esquerdo, enquanto o outro acaricia seu rosto.— Como a fez?
— Lutando contra babuínos.
— Uau. Que inimigos perigosos.— Provoca (S/n).
— Eles imitavam os guerreiros que tinham na ilha deles. E de qualquer jeito, era parte do meu treinamento.
— Hum... E essa maior aqui?— Corre o indicador pela cicatriz em seu peito.— Foram os babuínos também?
— Foi o olhos de gavião.
— Sério?
Zoro faz que sim com a cabeça.
— Uau.— Sussurra com êxtase.
— Eu perdi a luta. Depois de várias coisas que aconteceram, abaixei a cabeça e pedi a ele que me treinasse. Precisava ser mais forte.
— Estou impressionada. Você não é de baixar a cabeça. Por que queria tanto ficar mais forte?
— Tenho um objetivo, não se lembra? E além do mais, Luffy precisava de mim.
— Entendi.— Cochicha, com admiração na voz.— Vou pegar mais uma garrafa.— Se levanta e segue para a cozinha.

— Até aquele imbecil do marimo tem alguém...— Desabafa Sanji, com o rosto enterrado nos braços.— Fala sério... Ele é tão feio e idiota...
— Calma, calma.— Afaga os cabelos do loiro.
— Kaiga-chan¹... Eu sou feio?
— Er...— Ela exita, o deixando ainda mais cabisbaixo.—... S-sim! Você é bonito sim, Sanji! N-não se preocupe, você vai achar alguém.
— Você é mesmo um doce, Kaiga-chan.
(S/n) vai até a caixa de bebidas, pega uma e sai pela porta.

Eles voltam a conversar e bebericar a garrafa, sentados, com as costas apoiadas no parapeito, e observando as estrelas. Um tempo depois, quando o silêncio já reinava, (S/n) sente um peso sobre o ombro.
— Vai dormir?
— Vou, sim.— Responde ele sem enrolação.— Me acorde ao amanhecer.
— Tá bom, tá bom.— Da tapinhas leves na cabeça do mesmo. Minutos mais tarde, (S/n) acaba adormecendo também. Os dois dormiram lado a lado no gramado fofo do Sunny. Zoro normalmente dorme quatro horas por noite, mas desta vez, ele dormiu a noite inteira, e provavelmente dormiria mais, se não fosse o sol do amanhecer.

A tal da “Kaiga-chan” que apareceu ali em cima é uma referência a outra Fanfic minha! É, poisé 😂, pra quem leu “Freedom Is All I Want” até o final deve ter entendido, (espero)
Bem, desculpem pela demora, espero que tenha válido a pena, e fiquem sabendo que o próximo vai ser o último! E já estou nas últimas linhas, então ele provavelmente sai amanhã! Mas não criem expectativas, não posso prometer nada, oras...
Fiquem ligados!

Three Earrings • Imagine Zoro •Onde histórias criam vida. Descubra agora