II

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(S/n) acorda, como de costume, em seu pequeno bote. Ela levanta da pequena cama, dentro da minúscula cozinha, e toma um susto quando se depara com quem está dormindo no seu barco.
— O quê você está fazendo aqui?!— Grita. (S/n) olha em volta, e fica ainda mais desesperada quando percebe que estão em mar aberto.— Vai embora daqui!— (S/n) puxa a camisa de Zoro, fazendo o barquinho balançar.
— Quer me matar?!
— Não ligo se você morrer! Vá embora do meu bote! Quem te deixou ficar aqui?
— Você, oras! Tá ficando maluca? Você me deixou ficar aqui e disse que iria me levar até a próxima ilha!
— O quê? Não me lembro de nada disso!
— Você é mais sensível ao álcool do que pensei.— Deu um sorriso triunfante.

“—Oe, aonde está indo, idiota? Não disse que iria em direção ao Norte?
— Ah? Estou indo em direção ao Norte.
— Você está indo pro Sul.— Zoro
franziu a sobrancelha e seguiu andando para a direção oposta.— Agora está indo para leste!—(S/n) deu um tapa na própria testa. — Cadê seu barco? Onde ele está ancorado?
— Meu bote afundou.
— Como chegou até essa ilha então?
— Ele afundou no início dos recifes. Depois vim nadando.
—Ah... Deixe-me ver se entendi... Você não tem senso de direção, um barco, e muito menos um cérebro.
Oe!
— Como quer ir para a Grand Line deste jeito?
Ele deu de ombros.
— Fala sério. Okay, okay... Posso te dar uma carona. Cabe nós dois no meu barco, te deixarei na próxima ilha, e então você dá algum jeito de conseguir um navegador ou consertar essa falha cerebral.
— Falha cerebral?!

N-não sou sensível ao álcool! Nem ao menos fico alterada!
— Só com amnésia.— Revirou os olhos.
— Quer que eu te ponha pra fora?!— Puxou a sua orelha.
— Aí! Tá bom, tá bom, entendi! Já vi que essa será uma longa viagem...

— Ei, menina, o almoço ainda não tá pronto?
— Almoço? Não fiz almoço.
— Mas então o quê é esse cheiro vindo da cozinha?
— É o meu almoço. Até parece que iria preparar uma refeição pra você.
— Aaaah...! Esse lugar não tem comida nenhuma não?
— Se quiser um rango, prepare você mesmo.
— Fala sério, nem pra ajudar um pouco...— Saiu, resmungando, em direção à cozinha.— Vamos, isso não deve ser tão difícil.— Zoro pegou três facas e as posicionou como se fosse atacar o peixe morto a sua frente.— Há, até que é mais fácil do que imaginei.

(S/n) começou a desconfiar de algo; tudo estava estranhamente quieto. Percebeu o quê a questionava quando viu a fumaça preta saindo do pequeno cômodo.
— O quê você está fazendo?!
— Meu almoço.
— Tá queimando! Seu idiota!— (S/n) pegou um pano e começou a sacudi-lo para que a fumaça fosse embora.— Apaga! Vai botar fogo na cozinha! Pegue baldes e os enche de água! Vai, rápido!— Socou o rapaz que foi obrigado a obedecer. O fogo que ia crescendo da panela logo poderia se espalhar pelo bote inteiro.
Ao cessar fogo, literalmente, ainda tinha como ver o pequeno pedaço de carvão restante na frigideira, que dava para ver algumas escamas torradas e a espinha, além disso, o peixe não foi nem sequer lavado, ou cortado descentemente, e outro dos principais motivos de Zoro o ter desintegrado era que, não usou óleo nem outra coisa para refogar ou fritar o peixe. O espadachim de cabelo verde era realmente um desastre na cozinha.
— Você é um idiota! Um completo idiota!— Reclamou (S/n).— Agora, se me der licença, vou comer meu almoço.
Enquanto comia, reparava que Zoro a olhava de longe com a boca salivando. A refeição realmente cheirava muito bem, os olhos do espadachim brilhavam de desejo, a cada 5 minutos, sua barriga roncava tão alto que o East Blue inteiro poderia ouvir. Mas seu orgulho o impedia de pedir um pedaço.
— Tem mais um na panela dentro da pia. Pode pegar se quiser.
— Não preciso da sua misericórdia.— Bufou, desviando o olhar.
— Então morta de fome, já que é quase impossível cozinhar quando nem se sabe cortar um filé de tilápia direito.
Ele suspirou e continuou olhando para o mar, até que a fome falou mais alto. Foi até o cômodo e encheu o prato o máximo que pode, voltou e se sentou ao lado de (S/n), e a estendeu uma garrafa da bebida favorita de ambos.
— Obrigado.— Sussurrou.
(S/n) pensou em tirar sarro da cara dele, já que estava com o rabinho entre as pernas e, por algum milagre, agradecendo, porém, ela não quis, apenas aceitou e retribuiu.
— Não tem de quê.— Bebeu um gole do sake.
Assim, eles passaram a tarde, dividindo uma garrafa, e de vez em quando, trocando algumas palavras, e posso dizer que, nenhuma delas foram insultos. Talvez esses dias juntos até a próxima ilha nem sejam tão demorados assim.

Three Earrings • Imagine Zoro •Onde histórias criam vida. Descubra agora