19. Gigica

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A SEMANA ANTES DA FESTA
DE NATAL DO ESCRITÓRIO.

SEGUNDA-FEIRA.

Na manhã seguinte, ele riscou outro item em sua lista de fantasias. Alfonso acordou com um corpo pequeno encolhido junto ao seu, cabelos platinados fazendo cócegas em seu nariz e uma respiração quente em seu peito. Ele ergueu a cabeça, feliz por ainda estar escuro lá fora, sabendo que seu alarme ainda não havia soado.

"Só mais alguns minutos" disse a si mesmo, voltando a se aconchegar entre os travesseiros e apertando o braço mais forte ao redor da cintura da loira, que dormia tranquilamente ao seu lado.

Ana suspirou baixinho, aninhando-se ainda mais em seus braços.

Paraíso à quinta potência.

Ela o beijava enquanto saia pela porta da frente, quase sumindo em meio a bagunça de seus cabelos ondulados e às duas camadas de roupa por baixo de seu casaco imenso.

Anahi: Chega, me larga, – disse sem fôlego, segurando a maçaneta da porta enquanto tentava se soltar dos braços de Alfonso que a puxavam de volta para dentro. – Eu realmente preciso ir! Ainda tenho que tomar banho e ... – seu raciocínio foi cortado quanto teve que se esquivar de uma mordida em seu nariz – Meu Deus! Se eu for demitida por chegar atrasada nessa conferência, Alfonso Herrera, eu vou infernizar sua vida até você pedir clemência! Me deixe ir embora!

Alfonso: Vamos dizer que você está doente. Febre, enxaqueca, qualquer coisa.

Anahi: Nem em seus maiores sonhos, Herrera. – ele franziu o cenho, a deixando finalmente sair de seu abraço. – E não se esqueça, Senhor "eu tenho Grandes Planos", a contagem regressiva para a comemoração de natal começa hoje; Me surpreenda.   – Ela recuou alguns passos, dando-lhe um aceno animado, segurando a coleira de Edwiges com mais força em sua mão. – Tente não morrer de saudades, eu sei que vai ser difícil.

Ele acenou de volta, encostado no batente da porta enquanto a via se afastar. Alfonso riu quando a bola de pelos caramelo quase a derrubou em uma tentativa de corrida pela neve; a gargalhada soou tão alta que Ana se virou, olhando-o com um sorriso irônico.

Anahi: Ri mesmo Alfonsinho, ri e eu desisto de te enviar uns nudes INCRÍVEIS que eu ia tirar. – Ela disse suavemente, mantendo o sorriso debochado enquanto o via ficar sério, um milésimo de segundo depois.

Alfonso: Eu não ri de nada! – respondeu – vou ficar esperando ansiosamente. – dessa vez Anahi riu do esforço que ele fazia para manter o rosto impassível. Ela o olhou novamente, soprando um beijinho pelo ar e, finalmente, acelerando o passo.

Ele a ficou observando até que dobrasse a esquina, para só então voltar para dentro. Apolo o fitava de perto.

Alfonso: Elas deveriam se mudar pra cá. – disse ao cachorro, que inclinou a cabeça curiosamente. –Cedo demais?

Apolo latiu em resposta.

Alfonso: Sim? Pois é, provavelmente você está certo.

Na segunda-feira à noite, ele estava de mau humor.

E com saudades.

Um mau humor saudoso.

Era estanho estar na empresa e não receber nenhuma ligação vinda do setor de RH. De todas as formas, ele fez questão de reunir toda aquela energia negativa para um propósito maior: arrancar todo o dinheiro que conseguisse de seus amigos em sua noite de poker semanal.

Something Stupid | Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora