Something Stupid | Adapt.

24. Agentes duplos

Anahi e Alfonso acordaram tarde.

Ele se moveu, remexendo sobre a mesinha de cabeceira – ainda totalmente embolado sob a bagunça de lençóis felpudos de Ana – em busca de seus óculos, enquanto ela se espreguiçava, ainda muito mais dormindo do que acordada.

Alfonso: 8:45 – declarou com um gemido preguiçoso, deixando a cabeça cair na montanha de travesseiros atrás de si enquanto a olhava. Anahi, literalmente, o ignorou, abrindo um dos olhos e o fechando rapidamente, assim que se deu conta de que Alfonso a observava.

Como era possível ser linda nesse nível as 8:45 da manhã?

Alfonso: Já te vi, não finja que está dormindo! – afirmou, a vendo suspirar profundamente. – Estamos muito atrasados; alguma ideia brilhante para nos safar dessa, senhorita espiã de mercado? – perguntou, soltando uma gargalhada alta assim que ela reabriu um dos olhos, bufando com o comentário.

Anahi: "Espiã", sai daqui! – exclamou, se levantando para procurar o celular sob a mesinha. Ele sorriu quando a viu se aproximar, nua da cintura para cima, seus quadris cobertos apenas pelo edredom de sua cama – Você deveria era me agradecer, isso sim! – afirmou, o ignorando solenemente enquanto se desviava para alcançar o telefone. – Se eu bem me lembro, você se apaixonou por mim na frente do freezer do mercado nesse dia, não foi? – questionou, e Alfonso fingiu que pensava sobre o assunto.

Ana sorriu, dando um leve tapinha em seu ombro enquanto mordia um dos lábios, digitando um número conhecido no aparelho e franzindo a testa de brincadeira quando ele se aproximou para beliscar um de seus seios nus; ela afastou a mão dele.

Anahi: Penn? – perguntou, fingindo várias tosses fracas enquanto sorria para Alfonso que, entendendo o que estava a ponto de acontecer, a reprovou com a cabeça. – Estou doente. Muito, muito doente. – comentou, forçando mais algumas tosses. – E Alfonso também. Estou com medo de ser super contagioso.

Alfonso: Você é uma péssima influência, Anahi! – sussurrou, a vendo abrir ainda mais o sorriso com o comentário.

Alguns segundos se passaram até ele se ajoelhar, atraindo o olhar dela para si, agarrando o lençol que ainda a cobria parcialmente e o puxando para longe enquanto sorria um sorriso totalmente sacana. Ana tentou parecer séria, mas falhou miseravelmente quando suas bochechas ficaram vermelhas e os ombros se encolheram na tentativa de suprimir o riso. Ele se aproximou com cuidado do telefone, conseguindo ouvir Penn discursar algo sobre cuidados médicos.

Provavelmente ele teria ouvido mais, se Ana não o tivesse empurrado, fazendo-o cair de costas sobre o colchão

Anahi: Fofoqueiro! – sussurrou, em um tom tão baixo que ele apenas leu a palavra saindo de seus lábios.

Alfonso: E você acha que aprendi com quem? Eu disse que você era uma péssima influência. – retrucou, rindo baixo ao levar um beliscão na perna direita.

Anahi: Aham. – Uma pausa. – Perfeito – prosseguiu – Vou passar isto para ele, pode deixar. Obrigado pela compreensão. – finalizou, descartando o celular sobre a cama e o fuzilando com o olhar. – Você é muito implicante, Alfonso Herrera. – afirmou, rindo para si mesma enquanto ficava de joelhos e lutava para tirar os lençóis que o cobriam também. – Tudo certo no trabalho – comentou, subindo sobre ele, os joelhos se fixando um de cada lado de seus quadris. – Penn desejou melhoras e me pediu, encarecidamente, que eu cuidasse de você. – completou.

Ele sorriu, estendendo a mão para tocar em um cacho platinado que descia pelo seu ombro.

Alfonso: Bem, – começou, reproduzindo a melhor imitação de uma voz séria que conseguiu – Então acho melhor você não decepcionar seu chefe. – pontuou, dando um beijinho na ponta de seu nariz e vendo-a franzi-lo com o contato. – Tenho várias ideias de como você pode cuidar muito bem de mim.