Encrencado

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-Certo pessoal! Agora eu quero que vocês criem um pequeno poema, para acompanhar o que estudamos. A última frase deve ser "Durante todo esse tempo, eram tentáculos." - Fazia alguns dias que as aulas voltaram, entre mim e o Karma nada mudou e o Koro-sensei se mostrou um ótimo professor, mas ele deve ser como os outros professores, incapaz de me ver....

-Hã? "Durante todo esse tempo, eram tentáculos"? - Kanzaki levanta a mão para confirmar essa frase maluca.

-Isso! Eu corrigirei a caligrafia e verificarei se entenderam a beleza dos tentáculos. - Seus métodos de ensino às vezes são estranhos...

-Tentáculos? Isso é sério? - Isoga pergunta colocando a mão na testa.

-Vocês poderão ir para seus quartos quando terminarem! - A sala começou a protestar contra a ideia. - Sei que nessas cabecinhas devem ter frases maravilhosas! Podem começar.

Eu nem sabia por onde começar, eu adoro escrever, mas em dias que eu não estou inspirado fica mais difícil colocar emoções em um papel. Não sei de onde veio esse meu hobby por escrever, mas é uma das coisas que eu faço para esquecer de tudo. Pra mim a imaginação é a melhor coisa que um ser humano pode ter e conseguir passar para um papel a sua imaginação e sentimentos é uma arte maravilhosa.

Olhei em volta para ver se conseguia ter alguma ideia do que escrever, a maioria dos alunos estava escrevendo ou, pelo menos, tentando, enquanto a outra metade não fazia nada e no fundo eu pude ver ele, sempre com o ar de mistério e com um olhar de desinteresse ele olhava para o teto como se aquilo fosse a coisa mais interessante para ele.

Tá bom Nagisa, para de encarar as pessoas e faz logo esse poema! E então comecei a escrever assim que terminei, eu li de novo para ver os erros e meu pai, que poema sem sentido. Bom, é melhor do que nada, não é?

Me levantei da cadeira e fui em passos lentos até Koro-sensei que assim que me viu abriu um gentil sorriso.

-Oh Nagisa-kun, vejo que já acabou nurufufufu. - Que risada é essa? Ele pegou o poema e deu uma rápida olhada e me entregou de novo. - Certo, eu quero que você leia para a turma. Prestem atenção, meus queridos alunos.

-Que?!? Espera, Koro-sensei! Eu prefiro não ler isso. - Falava me distanciando do meu professor.

-Não seja tímido! Vamos, leia. Turma prestem atenção! - Ele veio até mim e praticamente me arrastou até ficar de frente aos alunos. - Pode começar. - Com muito custo, depois de olhar diversas vezes para as meninas eu comecei a ler.

-"Seus olhos azuis me lembram o oceano. Onde o céu toca o mar e o mar toca o céu."

-Mais alto por gentileza, Nagisa-kun. - As pessoas começaram a rir. Eu tenho que me acalmar.

-"Onde tudo se mistura, e como seus olhos que durante todo esse tempo, eram tentáculos." - Assim que terminei pude ouvir as risadas dos meninos.

-Até a voz dele é feminina!

-Um poema de amor, tá apaixonado por quem, viadinho?

-Poema bonitinho, parece meu cu cagando! - Qual o problema dessa gente? Consigo sentir o nó se formando na minha garganta, tenho que sair daqui antes que eu chore, não posso parecer mais vulnerável do que já sou.

Antes que eu consiga sair da sala Koro-sensei fez algo que eu não esperava, ele me defendeu. Nenhum professor fez isso antes, eles geralmente viram o rosto e simplesmente esquecem que eu existo.

-Seu senso de humor é muito bom Terasaka, aposto que vai adorar escrever uma redação de 3 páginas sobre seu humor. - Koro-sensei fala indo até sua carteira e começa a bagunçar o cabelo do moreno. - E olha só, nem o título você fez, espero que não tenha planos depois da aula já que terá que ficar e fazer o poema. - Ele abre um grande sorriso que faz Terasaka fechar a cara e tenta tirar o professor de cima de se.

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