O jantar

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-Ah então você é o Karma? - Minha mãe falou estendendo a mão para ele. - Seu pai falou muito de você.

Karma não se mexeu, continuou com o corpo encostado no batente da porta, encarando minha mãe, como se avaliasse ela de cima para baixo sem esconder seu olhar crítico. Pigarrei para chamar sua atenção, ele se virou pra mim e eu lancei um olhar dizendo que ele estava sendo rude, na mesma hora o ruivo entendeu.

-Espero que só coisas boas. - Ele apertou a mão da minha mãe. - Entrem.

Minha mãe deu um sorriso gentil, mas falso e entrou na casa. Eu acompanhei ela enquanto Karma fechava a porta. A casa por dentro era ainda mais bonita, era clara e a mobilha era moderna e sofisticada e o chão era tão claro que dava para ver meu reflexo. Seguimos em direção a sala de jantar.

Quando chegamos pude ver uma linda mulher de cabelos negros ao lado da mesa. A mãe do Karma pelo visto. Enquanto minha mãe ia em direção a anfitriã para cumprimentá-la Karma me puxou para perto dele, o bastante para que eu conseguisse ouvir seu sussurro:

-Não se esqueça da nossa aposta, baixinho – Ele disse com um sorriso triunfante.

-Você é insuportável as vezes sabia? - Ele não vai deixar eu esquecer dessa aposta tão cedo.

-É, eu sei. - Seu sorriso só me deixava mais irritado. - Mas sério, Nagisa. Você por um acaso é algum tipo de fada madrinha? - Olhei ele sem entender sua pergunta. - Porque no final das apostas você sempre realiza o meu desejo.

-Vai se fuder, Karma! - Digo baixo só pra ele ouvir e dou uma cotovelada na sua costela.

-Ai! Quantas vezes eu tenho que dizer que isso doí? - Ele fala massajando a área.

-Você merece por fazer essas piadas. - Cruzo os braços.

-Tá estressado é?

Era verdade, eu estava super estressado. O fato do Karma ser o filho do chefe da minha mãe não ajudava minha situação. Muito pelo contrário, só piorava. Karma não tinha noção do que poderia acontecer comigo caso esse jantar não saía as mil maravilhas, se soubesse também estaria estressado, nervoso, tenso e preocupado. Com medo de que cada passo, movimento e fala poderiam significar algo pior do que Terasaka e outros garotos já fizeram no passado.

Não posso relaxar só poque ele está aqui. Tenho que me segurar para não fazer nenhuma bobagem.

-O que você acha? Não esperava conhecer sua família hoje. - Isso também era verdade.

-É mais fácil lidar com eles do que comigo. - Ele me puxou para continuar andando em direção a onde minha mãe e a dele estavam.

De perto a mãe do Karma parecia anda mais bonita em seu vestido branco, dava pra ver a inveja da minha mãe de longe.

-Senhora Akabane. - Foi a vez da minha mãe me puxar e ficar de frente a mulher. -Este é o meu filho, Nagisa. - Ela me envolveu em um abraço de lado e apertou meu ombro.

-Prazer em conhecê-la. – Digo fazendo uma reverência.

Karma ficou observando tudo sentado na cadeira com tédio, me lembro que ele disse que odeia apresentações.

-O prazer é todo meu, Nagisa. Você não tem ideia de como eu estava ansiosa por conhecer você! Só um jatar mesmo para eu conhecer um amigo do meu filho pelo visto.... - Ela me olhou com gentileza e para o Karma com certa raiva que fez ele desviar o olhar.

-Então você não é de fazer amizade, Karma? - Minha mãe perguntou fingindo gentileza.

Karma olhou para minha mãe com o mesmo olhar de antes dando um suspiro e dizendo:

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