Por sorte eu guardei um pouco da comida que o sensei me deu. Não dá para levar o cachorro para meu quarto, então vou ter que esconder ele em algum lugar.
Olho para os lados para ter certeza que não tem ninguém por perto, mas alguns alunos estão no caminho.
Vou ter que pegar uma mochila e esconder o animal.
-Por enquanto, você fica aqui. - Vou atrás da árvore e coloco o cachorro no chão. -Não saía daqui, eu volto logo. - Como se ele fosse me entender.
Começo a correr em direção ao dormitório, mas paro quando vejo Koro-sensei e Kayono conversando.
-Eu disse Koro! Eu to bem, você se preocupa muito. - Kayono praticamente grita com o professor.
-Desculpe, mas você sabe que eu me preocupo muitoo com você. Já esqueceu o que aconteceu... - Antes que ele presiga é interrompido.
-É por isso mesmo que eu estou nesse colégio! - Ela suspira e abraça o mais velho. - Eu estou bem, sei me cuidar, Koro. - Ele retribui o abraço, que tipo de relacionamento esses dois tem...?
Não é hora pra isso Nagisa! Se concentra e vai logo!
Olho para trás uma última vez para ter certeza que não tem ninguém perto da árvore e graças a Deus não tem. Voltei a correr até conseguir entrar no dormitório, mas me escondo em uma pilastra quando vejo Terasaka e seu grupo, Karma fez mesmo um estrago nele.
Quando eles saíram eu corri até chegar no meu quarto. O ruivo não está aqui.
Fui até o frigobar e peguei a marmita, enquanto o micro-ondas esquentava a comida eu fui arrumando as outras coisas.
A minha mochila que eu não uso está na muralha, como eu vou pegar ela?! Tenho que dar um jeito.
Começo a tirar algumas coisas da muralha até conseguir ver a mochila. Tento puxar a mochila, mas algumas coisas começam a cair e umas delas cai bem em cima do meu pé!
-AÍ! Que droga! - Pelo menos eu consegui pegar a mochila. - Por que essas coisas só acontecem comigo? - Choramingo enquanto faço massagem no meu pé.
Eu olho pro chão e vejo o que tinha caído em mim. Era meu violino, eu tinha me esquecido que ele estava lá. Olhar para ele me traz tantas lembranças, boas e ruins.
Esse violino era do meu pai, a maioria das coisas que eu sei foi ele quem me ensinou...
Levantei da cama e arrumei tudo que tinha para arrumar, só não guardei o instrumento.
Peguei a marmita, água e coloquei tudo na mochila, fiquei olhando o violino, ele me chamava para tocar suas cordas, para fazer música. Peguei ele com um certo desespero e saí do quarto.
O caminho todo eu me peguntava se o cachorro ainda estava lá. Quando eu cheguei na árvore sinto um grande alívio em ver que ele estava no mesmo lugar, deve estar com tanta fome que nem deve conseguir se mexer muito.
-Aqui pequeno. Pode comer. - Coloco a marmita do seu lado, ele cheirou a comida e começou a comer. - Estava com fome mesmo, hein. - Também coloco uma tigela de água e acaricio suas costas.
Me pego olhando de novo para o instrumento, não toco ele faz 2 anos, eu simplesmente não consigo, é como se algo estivesse me segurando.
Eu amava tocar, amava sentir a emoção calorosa percorrer meu corpo, a sensação era maravilhosa. Mas agora só sinto dor tocando. As memórias voltam com tudo, isso virou um meio de me lembras daquela época.
Já tentei vencer o medo de tocar mas não consigo.
O cachorro começou a latir me tirando dos meus pensamentos. Parece até que ele está me agradecendo.
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Complicações
RomanceNagisa é mandado para um colégio interno pela sua mãe. Sua vida não é fácil, seus colegas de classe o perseguem por conta de sua aparência andrógina. Mas sua vida pode mudar com a chegada de um certo ruivo, essa mudança seria boa? Baseado em Handsom...