Complicações

Um sonho diferente

Nagisa on

Dormir depois de tantas horas acordado é um alívio para meu corpo cansado. Mesmo tendo pesadelos enquanto dormia, foi um por conta de um desses que me acordou definitivamente. Não é raro isso acontecer.

Quando olhei ao meu redor percebi que o Karma não estava no quarto e já eram 18:30.

-Alguém esqueceu de me acordar... - Digo pegando um copo d'água. Mas não faz mal, precisava mesmo de hora a mais de sono.

Aproveito que o ruivo não está e pego rapidamente da machila o meu kit de emergência mais uma muda e me tranco no banheiro.

Preciso tratar esses machucados o mais rápido possível. A aula de dança vai ser amanhã e mesmo que eu cubra todo meu corpo dançar com as pernas acabadas não é muito recomendável, por assim dizer. Já teve dor muscular, aquelas que um passo em falso doía tudo. Pois bem, acrescente alguns hematomas e tente dançar. A sensação não vai ser das melhores, acredite em quem tem a experiência aqui.

Tomo um banho rápido, tomado cuidado com qualquer parte do meu corpo. Assim que termino começo a série de tratamento. Quando sair do banheiro eu vou ficar cheirando a pomada.

Nesse espelho minúsculo eu não consigo ver nada! Apenas o grande roxo no meu ombro, droga.

Encosto a orelha na porta esperando ouvir algum barulho, nada. Bem rápido, Nagisa. Enrolo a toalha na minha cintura e coloco minha roupa por cima do ombro machucado. Abro a porta com cuidado, ele ainda não voltou.

Vou a passos ligeiras até a porta e tranco rapidamente.

-Melhor eu ir rápido. -Pego o que eu preciso no banheiro e vou até o espelho que fica na porta do armário.

Não fico mais surpreso pro ver meu estado, já está na hora de se acostumar com isso. Passo a pomada na costela e na parte de trás das minhas pernas. Estava nos últimos hematomas quando escuto Karma tentando abrir a porta.

-Merda... Só um minuto! - Pego a pomada e guardo junta com minhas coisas na última gaveta do banheiro e visto a calça e blusa de manga cumprida o mais rápido possível.

Me observo no espelho, normal. Quando abro a porta vejo Karma encostado na parede de frente para a porta.

-Oi. - Dou um aceno e permito sua entrada. - Eu estava vestindo roupa. - Digo colocando mais uma blusa de frio.

-Por isso tranco a porta? - Perguntou fechando a mesma. - Não a nada que você tenho no meio das pernas que eu não tenha também. - Ele diz passando a mão no cabelo com um sorriso maroto no rosto.

Paro de andar suprimindo um grito no meio da garganta. De repente sinto que essa blusa só me deixou com colar.

-Karma. - Digo respirando fundo.

-Esse é meu nome. - Esse sorriso...!

-Vai tomar banho logo. - Falo jogando sua toalha no seu rosto.

-Já que pediu com jeitinho. - Ele fala pegando uma muda de roupa e indo para o banheiro. - Ah, e não se preocupe, vou vestir roupa, não quero que seu rosto fique da co do meu cabelo.

-Vai logo! - Ele fecha a porta antes que eu pudesse pegar qualquer coisa para jogar nele.

Não dá para acreditar nesse cara. Eu já vi ele só de toalha. O pânico interno daquela vez já foi o bastante para meu pobre coração inocente.

É melhor eu começar a fazer as tarefas. Desde que o Karma virou meu amigo eu não tenho focado tanto na escola. Tinha até esquecido de escrever a crônica!