Um

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A cabeça de Akaashi estava girando enquanto ele olhava para seu computador. Ele estava vagamente ciente do fato de que não estava registrando nenhum dos números na tela, e ainda lutou contra o cansaço em seu cérebro.

Este cliente seria a morte dele, ele sabia disso. Como alguém poderia ser tão desorganizado e ainda ter um emprego? Nenhum dos números parecia fazer sentido, não importa de quantas maneiras diferentes ele os trabalhasse. Ele tentou entrar em contato com o diretor financeiro três vezes na semana passada para perguntar sobre a discrepância nos saldos da conta; toda vez o assistente que parecia importunado lhe dizia que teria que ligar de volta. Eles estavam evitando ele, e com razão. A incompetência quando se tratava de uma auditoria era uma má notícia para uma empresa. E essas pessoas era decididamente incompententes, não tinha outra explicação.

Depois de ler o mesmo caminho de números quatro vezes, Akaashi aceitou a derrota. Ele se jogou de volta em sua cadeira, deslizando os ósculos para cima e esfregando vigorosamente os olhos. Pequenas estrelas entraram em sua visão, e ele não podia dizer que se importava com elas.

Um olhar ao redor do escritório disse a ele que a maioria de seus colegas de trabalho tinha ido para casa. Havia apenas duas outras pessoas com ele no cubículo, embora em algum lugar à distância, ele tenha ouvido o fraco click de chaves. Essa foi uma coerência bastante comum durante a temporada movimentada. Ninguém tinha saído antes das 20h00 em mais de um mês, e havia uma boa chance de Akaashi dormir aqui na próxima semana se ele não conseguisse o cliente até amanhã. Mas, por enquanto, sua cama estava a uma curta viagem de trem, e os números em seu computador não eram nada mais que uma bagunça confusa. Então, com um suspiro pesado, ele desligou o computador e começou a organizar suas coisas.

"Uau, realmente saindo antes de nós? Onde está seu o seu vigor habitual, Akaashi-san?"

A voz morta estava arranhada por descostume, e Akaashi se virou para ver olhos dourados entediados olhando para ele por cima dos óculos de aro preto a algumas mesas de distância.

"Bem, Tsukishima, você sabe que também está livre para sair a qualquer momento," respondeu Akaashi, cansado demais para brincar com o loiro.

"Alguns de nós estão realmente fazendo o trabalho."

Certo, talvez Akaashi não estivesse tão cansado.

"Há uma primeira vez para tudo, suponho." ele respondeu friamente.

Um sorriso peculiar na boca de Tsukishima traiu sua expressão entediada, e ele voltou à pilha de papéis em sua mesa sem palavras. Akaashi foi uma das únicas pessoas do trabalho a aturar as... excentricidades. A maioria das pessoas o viam como um babaca frio e insensível que não tinha uma boa palavra para ninguém. E, geralmente, isso era bem verdade. Mas ele faz seu trabalho bem, respeita seus superiores e, na verdade, sua maneira seca e monótona é engraçada. Então Akaashi não se importou com ele.

O outro homem no aglomerado de mesas estava sentado em frente a Tsukishima, de olho no loiro com cautela. Ele sabia que havia uma caneta presa atrás de sua orelha? Provavelmente não, considerando o quão exausto ele parecia.

"Yamaguchi, você sabe que também está livre para sair a qualquer momento," disse Akaashi um pouco mais gentilmente.

Yamaguchi quase pulou de seu assento, mirando os olhos arregalados em Akaashi, quase como se tivesse esquecido que o outro estivesse lá mesmo.

"Oh! Não! Obrigada, Akaashi-san, mas... mas eu estou bem! Eu só tenho mais algumas coisas para... para fazer", ele gaguejou. Ele embaralhou uma pilha de documentos juntos, com os quais Akaashi já o tinha visto mexendo cerca de cinco vezes, antes de procurar algo em sua mesa. Provavelmente a caneta dele.

Rules - Tradução PT/BR - BokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora