Eu Te Amo

281 11 1
                                    

– Para a fazenda Nascente o mais rápido. – diz entrando antes mesmo do homem abrir a porta.

– Senhora  a chuva…. – ele tenta, mas ela o impede.

– Eu só preciso chegar o mais rápido que puder, por favor.

Ele quem nem é bobo nem nada, segue  e faz o que pode naquelas estradas enlameadas, rezando pelo seu próprio pescoço para que chegasse a tempo, Julieta vai o caminho rezando, não só para chegar, mas para que Aurélio esteja lá e a receba.

Ao estacionar o carro, novamente ela não espera pelo motorista e sai correndo na chuva, se molhando toda, fazendo seu cabelo se desmanchar e sua roupa ficar encharcada.

– Aurélio...– ela grita ao  bater na porta sem se preocupar se na casa há mais pessoas. – Aurélio  – tenta soar mais alto que a chuva, chamando diversas vezes pelo nome dele.. Pelo que pareceu uma eternidade a porta foi aberta, mas uma moça assustada foi quem lhe recebeu, dando passagem para entrar – Por favor o Aurélio, por favor.

– Ele…

– Me diga que ele está – lágrimas já começam a nublar a vista e a se misturar com a água que escorre por seu rosto, mas a moça não consegue responder pois ela ouviu a voz que mais desejava ouvir, a voz que poderia reconhecer entre mil vozes.

– Mas o que está acontecendo...  – ele diz vindo de um corredor, então ele a percebe ali e caminha mais rápido – Julieta? Você aqui, nessa chuva, o que aconteceu? – ele se aproxima a  passos rápidos dela, faz perguntas, mas não espera respostas. – Você está molhada, vem – ela sorri, mesmo ali, mesmo assim ele cuida dela antes qualquer outra coisa, eles refazem o caminho que Aurélio tinha feito,entram em um escritório, onde a lareira está acesa há  uma bandeja de café sobre a mesa cheia de papéis, ele deveria estar trabalhando – Lurdes traga toalhas e cobertores, rápido, por favor. – ele fala apressado, ela nem tinha visto que a moça estava junto deles, ela logo sai, Aurélio a coloca sentada em frente a lareira, e alisa suas mãos querendo passar calor – Você está fria, gelada, não deveria ter saído com esse tempo.

– Eu precisava vir – Julieta consegue encontrar as palavras e usar, pois era tanta a coisa dizer que tinha travado – Aurélio eu... – não consegue terminar pois a moça retorna, com tudo que ele pediu.

– Obrigada Lurdes, veja se o motorista de dona Julieta não precisa de nada, e de um abrigo ao homem, eles não vão voltar com essa chuva. – a mulher apenas assente e sai fechando a porta. Aurélio volta sua atenção a ela, ele pega uma toalha e a enrola – Você tem que tirar essas roupas molhadas antes que fique doente – ela olha surpresa para ele. – Você sabe que tenho razão, vou ver se tem alguma roupa da filha do senhor Ferreira, só um minuto – ele sai a deixando ali, sem pensar muito no que estava acontecendo, só agindo por impulso, vai correndo ao quarto da filha do patrão e sem muitas opções pega qualquer um,  não tarda muito a voltar com um vestido vermelho escuro em mãos, era mais simples dos que ela vestia, mas estava seco, no escritório Julieta encontra-se na mesma posição que a deixou, olha inerte para o fogo, ele a chama para ter sua atenção. – Julieta? Não tinha nada mais escuro e acho que deve servir em você vou deixá-la se trocar – diz entregando a ela peça de roupa– Vou pegar um café quente para você, esse aqui já deve estar frio – ele quer dar não só a ela, mas a si mesmo alguns minutos, agora passado o susto inicial ficou preocupado pelo que ela foi fazer lá, embaixo daquela chuva toda da última vez que a tinha visto ela estava deitada  após desmaiar em seus braços em São Paulo, agora estava ali a poucos passos dele, mais assusta do que ele jamais viu.

Chegando a cozinha encontra Lurdes  e o motorista dela, um mais confuso que outro, não tanto quanto ele.

Nunca é Tarde... Onde histórias criam vida. Descubra agora