Charasuke

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Capítulo 4

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Capítulo 4

por N.C Earnshaw


    VÍSCERAS ARRANCADAS. Um pescoço rolando pelo chão do apartamento e o seu tapete completamente sujo de sangue eram as únicas imagens que passavam na cabeça de Sasuke enquanto ele observava sua cópia que tinha vindo, aparentemente, dos confins do inferno para atormentar sua vida, flertando com Sakura.

    Ele tentou ao máximo controlar a fúria que tomava conta de seu corpo, buscando evitar a memória amarga dos tempos em que apenas vingança e ódio preenchiam sua vida.

    Sasuke procurava evoluir a cada dia, sendo mais compassivo, valorizando a amizade dos seus companheiros de time e, claro, evitando socar outra pessoa até a morte por motivos pessoais. Aparentemente, o universo era um filho da puta que queria testar sua paciência e fazê-lo tropeçar no seu caminho até a redenção, pois tinha enviado alguém com o mesmo rosto que o seu, e que tirava qualquer resquício de paciência que ele possuía.

    Quando percebeu o idiota se inclinando para tocar o cabelo de sua companheira de time, agiu por instinto. Quem era ele para tocá-la quando não era nada mais que um mero estranho? O fato dele ter o seu rosto e ser o seu eu de outra dimensão não justificava a intimidade em que ele tratava Sakura. Segundo os relatos que Naruto e ela o deram, não passaram mais que alguns dias na dimensão bizarra para criar qualquer laço que fosse.

    A kunai se cravou na parede devido à força que ele a lançou. Não tinha mirado para atingir, de fato, o alvo. Se o fizesse, somente daria mais uma chance para Sakura e sua cópia se aproximarem ainda mais enquanto ela o curava.

    — É muito interessante ver você demonstrando alguma emoção, traidor — comentou Sai com um sorrisinho falso. O ex-anbu se aproximou da janela e se virou para Sasuke novamente. — Por mais didático que seria observar vocês lidando com essa situação, tenho um encontro com a Ino, e ela não gosta de atrasos. — E saltou, desaparecendo em meio aos telhados.

    O Uchiha achava que nunca conseguiria se acostumar com o quão estranho era aquele cara. Era bizarro ter encontrado alguém que fosse pior que ele mesmo em demonstrar sentimentos.

    — Sasuke-kun! — A voz irritada de Sakura quase feriu seus tímpanos. Ele se virou para observá-la vindo furiosa em sua direção. As bochechas estufadas, um biquinho adorável em seus lábios e os punhos cerrados, prontos para oferecer cascudos a qualquer um que a desafiasse.

    Sasuke duvidava que ela usasse seus punhos com ele. Ela ainda gostava demais dele para feri-lo displicentemente. No entanto, apostava que ela tinha um longo discurso de repreensão na ponta da língua.

    E estava certo.

    — Por que jogou aquela kunai? — indagou Sakura, exasperada. — Sei que sua intenção não foi ferir o outro Sasuke, sua mira é boa demais para errar desse jeito. Então o objetivo foi o quê? Assustá-lo?

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