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Não preciso nem dizer que minha mãe quis me matar na manhã seguinte daquele domingo. Seu argumento era o "que mulher pega Uber sozinha em um domingo às 23h, você não tem o menor juízo garota?", dizia que eu poderia ter encontrado um estuprador e coisas do tipo.

E ela nem aguardou eu chegar em casa, no caminho da casa do Diego até a minha faculdade eu fui ouvindo o extenso sermão, acho que às vezes ela se esquece que eu já tenho 21 anos.

Devido a isso, fiquei a semana inteira sem ver Diego. Era de casa para a faculdade, da faculdade para o estágio e do estágio para casa. Optei por fazer isso para acalmar um pouco os ânimos da minha progenitora, para no final de semana, ela já estar mais tranquila e eu conseguir sair sem peso na consciência.

Foi o que aconteceu, sexta à noite o Diego me chamou para ir até o seu apartamento e, ela apenas assentiu quando eu avisei, sem criar qualquer tipo de caso. Já estava próximo das 18h e, apesar de ser muito mais fácil eu sair do meu serviço e ir para a casa do Diego, eu queria passar em casa. Afinal, eu havia tomado um banho há umas 12 horas atrás.

Cheguei indo direto para o chuveiro, aproveitei para hidratar meu cabelo, já que a máscara possui um cheiro mais intenso e duradouro que o simples condicionador. Eu estava com saudades de Diego e não via a hora de o rever.

Terminei de me arrumar, coloquei um vestido acompanhado de uma jaqueta, hoje não estava muito calor. Peguei minha bolsa e coloquei uma troca de roupa dentro, conferi se não faltava nada e chamei um Uber. Me despedi dos meus pais, que estavam assistindo um filme e achei graça quando o mais velho reclamou que eu estava cheirosa demais para encontrar um amigo.

Enviei uma mensagem pro Di, avisando que eu já havia saído e ele me respondeu na hora com um simples ok. No caminho, eu e o motorista mantínhamos uma conversa descontraída sobre o atual cenário político, para minha sorte, ele compartilhava dos mesmos princípios que eu, o que fez a nossa conversa fluir ainda melhor. Agradeci ele antes de sair do carro e desejei uma boa noite.

Interfonei para o apartamento de Diego e logo o porteiro liberou minha entrada, caminhei até o elevador e, quando abriu no seu andar, ele já me esperava na porta. Minha mente já achava repetitivo eu dizer que ele estava lindo toda vez que meus olhos pairavam nele, mas era inevitável.

Só de o ver eu já me sentia tão bem, como se uma paz interior fosse estabelecida sobre mim, como se ele tivesse poderes para retirar tudo de ruim e estressante que pudesse ter acontecido no meu dia. Eu vivia em dois mundos, o lá de fora e o daqui de dentro, que era reservado somente a nós dois.

- Você está linda - ele me puxou e selou nossos lábios.

Reparei que a luz da sala estava apagada, era perceptível ao olhar atrás dele.

- Preparei algo para nós - sua voz soou muito próxima ao meu ouvido - espero que goste.

Minha curiosidade falou mais alto que eu, a mão de Diego nas minhas costas me guiava para dentro do seu apartamento. O seu abajur, que normalmente fica no seu quarto, estava aqui, ajudando a dar a impressão de meia luz junto com algumas velas. Na mesa de centro da sala havia um barco com comida japonesa e, em volta, outros pratos da mesma culinária.

- Está tudo muito lindo - eu finalmente falei algo, estava encantada com o seu cuidado e, principalmente, por ele ter tirado um pouco de seu tempo fazendo algo para mim. Ele pegou a minha bolsa, colocando-a em um canto da sala.

- Assim como você - ele falou se aproximando e colando nossos lábios novamente - vai querer beber o que?

- O mesmo que você - respondi e ele foi até a cozinha pegar algo para nós.

Me sentei ao lado da mesa, enquanto analisava os detalhes com mais calma. Percebi que as velas tinham um cheiro doce com um suave toque cítrico, parecia morango ou alguma outra fruta vermelha.

Diego voltou com duas taças em sua mão, aparentava ser vinho branco, me entregou uma e brindamos. Pelo primeiro gole conclui que eu tinha razão e ele bom gosto. Nosso olhar estava conectado e isso causou um leve frio na barriga.

- Vamos comer? - ele sugeriu e eu assenti, logo percebi que a comida estava maravilhosa, tudo estava perfeito nessa noite - você está muito quieta - certa insegurança preenchia o seu tom, realmente o meu silêncio pode estar o assustando.

- Você me deixou sem palavras - eu confessei - ninguém fez algo desse tipo por mim antes.

- Que bom que fui o único - ele falou sorrindo e eu aproveitei para admirar um pouco a cena.

- Como você pensou em tudo isso? - perguntei não me aguentando mais de curiosidade.

- Tive uns conselhos da Gabi e da Débora - ele confessou - mas a maior parte da ideia foi minha - eu sorri com a sua preocupação em demonstrar que isso partiu dele.

- Você é incrível - eu falei sincera.

Continuamos a comer e, quando terminamos tudo, nos sentamos no sofá, onde era mais confortável.

- Gostei de te ver falando aquilo - ele comentou.

- Aquilo o que? - perguntei confusa.

- Que eu sou incrível - notei que, apesar de eu possuir sentimentos intensos por ele, eu nunca o disse.

- Você é incrível - eu reafirmei - você me conquistou devagar e acho que isso deixou tudo mais forte - eu fitava seus olhos - você foi paciente e soube esperar pelo meu tempo, eu não imaginava que iria permitir me apaixonar tão rápido, mas quando eu vi, já tinha acontecido.

- Você o que? - ele se moveu bruscamente, se aproximando de mim.

- Que parte você quer que eu repita? - perguntei mordendo meu lábio, tentando conter meu sorriso, apesar de já saber a resposta.

- A parte que você diz que está apaixonada por mim - ele respondeu e seu olhar era denso, como se esperasse a tempos que eu dissesse isso.

- Eu estou apaixonada por você, Diego - admiti falando em claro e bom tom o meu sentimento.

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Eu jurava que eu já tinha postado esse capítulo!!

positions - Diego Costa [short]Onde histórias criam vida. Descubra agora