Escócia, 1943
Castelo de Hogwarts
9 de setembroHEAVEN WINDSOR
O dicionário nos informa que a glória é um substantivo feminino. É a fama que uma pessoa obtém por feitos heróicos, grandes obras ou por suas extraordinárias qualidades. Sinto isso ferver sobre minha pele enquanto ando pelos corredores lotados de Hogwarts, com Scarlett ao meu lado direito. Dezenas de olhares me seguem até o final do corredor, sinto todos grudados na minha nuca. À cada segundo, um ou dois jovens me param no meio do caminho e me pedem para contar a história inteira mais uma vez. Graças à Septimus Weasley, a escola inteira agora sabe de meu feito heróico. Eu acho um grande exagero, para ser honesta. Não é para tanto.
— Heaven! Heaven!
Vozes entusiasmadas me fazem parar no meio daquela multidão de gente. Me sinto pequena de repente, esmagada por jovens bruxos e bruxas de todas as idades e casas.
— É verdade que você salvou Septimus Weasley? — pergunta um quartanista da Lufa-Lufa.
— Como isso aconteceu?
— Dippet sabe disso? — diz uma aluna da Grifinória, arqueando a sobrancelha fina.
— Dumbledore não vai gostar.
— Aquilo foi incrível, Windsor!
— Me ensina?
— HEAVEN! — grita Andrea Smith, minha companheira de dormitório. — Preciso falar com você!
São tantas vozes, mal consigo distinguir. Ofego rápido, o peito subindo e descendo com a adrenalina.
— Pessoal, perguntem ao Septimus! — diz Scar, abraçando-me pelo ombro. — Heaven precisa ir para a aula agora, desculpem.
— Ah, não — resmunga um primeirista da Corvinal, parecendo chateado.
— Conte-nos mais, Heaven.
— Você matou o dragão?
— Não — respondo com os olhos arregalados. — Eu não matei ninguém, por Merlin!
— Como fez aquilo, então? — uma garota de cabelos castanhos e curtos, da Sonserina, pergunta. Ela está em um grupo de quatro pessoas, todos com vestes em detalhes verdes.
— Eu só.... — começo, sem encontrar direito palavras para resumirem o que aconteceu naquela aula. Os alunos me encaram, esperando algum esclarecimento válido de minha parte.
Aberração. Amaldiçoada.
Estremeço ligeiramente. Aquela voz. Há tanto tempo não a escuto tão viva assim, tão lúcida. Sinto-a cochichar no meu ouvido, arranhando lentamente as paredes que ergui para proteger a minha mente de suas lembranças contaminosas. Ela desliza, oscilando e sussurrando suas histórias absurdas. Pisco com força, tentando me concentrar.
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𝐘𝐎𝐔𝐍𝐆 𝐆𝐎𝐃 • tom riddle
Fanfiction❝Ela é inteligente e ambiciosa, quer expandir os horizontes de seu conhecimento até torná-lo infinito. Sua jornada começa precoce, aos três anos ela aprende seu primeiro feitiço e aos onze anos é considerada a melhor bruxinha do primeiro ano. Agora...