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Escócia, 1943Castelo de Hogwarts23 de setembro

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Escócia, 1943
Castelo de Hogwarts
23 de setembro

Conforme segue o já decorado caminho pelos corredores do grande castelo, o jovem bruxo sente o rosto esfriar com a repentina corrente de ar que circula por ali. Contraí os membros instantâneamente e apressa os passos, não querendo demorar-se muito mais.

De alguma forma, seu batimento está acelerado. Consideravelmente acelerado, devo ressaltar. Deste momento em diante, tudo poderia mudar para ele e, querendo ou não, ele desejaria que saísse conforme o planejado. Simplesmente não poderia mais ficar imerso naquela imensa bolha pegajosa e difícil de estourar. Tinha que tomar a decisão agora e, para que isso acontecesse, precisaria de ajuda.

O bruxo esboça uma careta assim que a palavra percorre por seus pensamentos confusos e nevoados. Ajuda. Ele nunca tinha precisando de nenhuma. Tudo era lhe dado em mãos, bastava apenas estalar os dedos. Sempre muito fácil, muito rápido.

No entanto, um tempo atrás, algumas coisas mudaram consideravelmente. Assim que ela, com seu jeito estranho, cabelos muito claros e sorriso inebriante apareceu, seu mundo virou de cabeça para baixo. Tudo o que ele conhecia ou almejava simplesmente transformaram-se em cinzas no momento em que ela lhe lançou uma azaração na aula de feitiços. Aquele ato, no entanto, proporcionou à pobre garota uma semana inteira de detenção. Ele zombou-a por todos os dias até então.

Naturalmente, a história é muito mais profunda e complexa que isso. Tão complicada que proporcionava ao jovem bruxo dores de cabeças e ataques de pânico frequentes. Ele tinha que fazer algo para resolver. Estava cansado de apenas observar pelo canto a forma que seus pais controlavam sua vida como se fosse deles.

E, é claro, como um bom Sonserino, Abraxas Malfoy não descansaria até conseguir tomar as rédeas novamente.

Balançando os fios absurdamente claros na tentativa de afastá-los do rosto agora corado por conta do frio, o Sonserino sobe a longa escadaria até a torre de Astronomia em passos leves, contudo precisos. São duas e dez da madrugada. Não escuta-se nada além do ruído crepitante que as chamas nas lamparinas produzem ao longo do caminho. Os passos do garoto produzem um leve, quase inaudível, atrito com as escadas de pedra. Mentalmente, Abraxas torce para que ninguém indesejado esteja acordado, mesmo sabendo que é muito difícil por se tratar de uma quinta-feira.

Conforme seu corpo alto e esguio continua à seu destino, a longa capa escura flutua atrás de si, de maneira instável e constante. O barulho do vento pelos corredores vazios consegue ser gritante. O silêncio é quase insuportável, mas valerá à pena.

Imaginando diversos caminhos que aquela futura conversa poderia tomar, Abraxas sente seu coração palpitar forte. Precisa que tudo corra como o planejado. Não há outro jeito.

𝐘𝐎𝐔𝐍𝐆 𝐆𝐎𝐃 • tom riddleOnde histórias criam vida. Descubra agora