CAPÍTULO 36

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Eu não queria soltá-la. Sabia que, em algum momento, precisaria colocá-la dentro do meu carro para tirá-la daquela merda de casa, mas fora por muito pouco. Sérgio estivera do nosso lado o tempo todo, e, se eu demorasse um pouco mais, ele fora instruído a atrapalhar um pouco o casamento, fosse se embolando com as palavras ou com as alianças, ou fingindo passar mal. Qualquer coisa. Mas não foi preciso.

Ainda assim... eu quase a perdi.

Nefoedd — Brianna sussurrou, com a cabeça encostada no meu peito, e sua respiração fez cócegas no meu rosto. — É assim que eu me sinto. Feliz. Em paz.

— Eu também, irlandesinha. Você é minha nefoedd.

Só que... bem... talvez estivéssemos um pouco enganados.

Mal consegui terminar de dizer tudo o que queria dizer quando ouvimos um tiro. E gritos.

Rapidamente apertei Brianna contra o meu peito, em uma reação automática e instintiva, protetora.

— O que foi isso? — ela perguntou, apavorada.

— Não sei, mas vou te tirar daqui agora mesmo. — Preferi não colocar Brianna no chão naquele momento. Apressei os passos, decidido a chegar ao carro o mais rápido possível, mas ela se manifestou.

— Alex, meu pai está lá. Sérgio, Cris... Pessoas de quem gostamos. Não podemos simplesmente fugir. — Não lhe dei ouvidos em um primeiro momento. A prioridade era levá-la para um lugar seguro. — Droga, Alex, me põe no chão. Precisamos voltar. — Desesperada, Brianna deu um leve empurrão no meu peito e tentou se desvencilhar. Parei de andar, segurando-a com força, porque não queria que caísse e se machucasse.

Eu deveria continuar ignorando-a e tirá-la dali, mas isso me faria ser exatamente igual a Cláudio, manipulando-a e não permitindo que se manifestasse.

Com o coração na mão, coloquei-a de pé. Ela parecia prestes a sair correndo, mas segurei-a, impedindo que se afastasse.

— Vamos juntos.

Ela assentiu, e nós dois nos apressamos para voltar para o local onde aquele estúpido casamento estivera acontecendo.

Conforme chegávamos, pessoas vinham em nossa direção, fugindo. Era o que deveríamos estar fazendo também; uma garantia de que eu deveria, de fato, tirar Brianna de lá, mas ela apenas avançava e avançava, parecendo mais desesperada.

O espaço foi ficando cada vez mais vazio, e tudo o que eu vi foi Sérgio, de longe, abraçado a Cristiane, como que para protegê-la. Alguém tinha sido alvejado, isso era mais do que óbvio. Mas quem?

Vi Victor se levantando, conversando com um dos policiais ao seu lado, e a camisa branca que usava por baixo do blazer com o qual optou ir para o casamento estava toda manchada de sangue. Ele não parecia ferido, pela forma como seu corpo se movimentava, então supus que não era dele. Ainda bem, porque Micaela acabara de dar à luz, e ele saíra de perto dela com muito custo, apenas para me ajudar.

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