CAPÍTULO 8

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A chuva começou a cair quando eu já estava com o porta-malas aberto, tirando nossas coisas e pousando-as no chão

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A chuva começou a cair quando eu já estava com o porta-malas aberto, tirando nossas coisas e pousando-as no chão. Eram duas malas pesadas, com rodinhas, e uma bolsa de mão de Brianna – mais suas botas que peguei no chão, próximas ao banco da frente –, mas eu conseguiria dar conta de tudo em uma única viagem. Não estava a fim de ficar ensopado – ou mais ainda, já que os pingos não estavam dispostos a serem gentis.

Havia uma comoção na estrada, e eu estava doido para fugir dos guardas rodoviários, ao menos naquele momento, mas mal consegui fechar o bagageiro quando um deles se aproximou de mim.

Ficou olhando para o carro de um lado ao outro, com uma carranca nada agradável, e eu o observei, esperando que dissesse alguma coisa.

— A coisa foi feia aqui, hein? Um carrão desse... que pecado — o oficial falou, fazendo-me franzir o cenho, porque eu não estava a fim de conversa. Havia uma mulher linda e machucada esperando por mim, de quem eu tinha prometido cuidar. Além do mais, não queria ficar ali, pegando chuva só para cair na conversa fiada com um policial entediado.

Não respondi. Em minha vida como empresário, aprendi que minhas palavras podiam ser armas, mas que meu silêncio era ainda mais poderoso, especialmente quando não tinha nada a dizer ou não queria dizer. Naquele momento, ignorar o cara me pareceu muito promissor, e eu esperava que o meu olhar com o cenho franzido fosse sinal suficiente de que não estava nem um pouco inclinado a socializar.

Se ele tivesse alguma informação importante para me dar, aí seria diferente.

— Alguém se machucou? — ele finalmente perguntou.

— Sim, mas nada grave. A moça que estava comigo cortou os pés nos estilhaços.

— Sua namorada?

Por que isso era relevante para a conversa?

Fechei a cara novamente e decidi mudar de assunto, usando da minha expressão menos amigável.

— Tem alguma previsão de quando a estrada estará liberada? — Eu esperava que ao menos aquilo ele pudesse me responder.

— Esperamos que amanhã à noite. Não foi apenas esta árvore que caiu, mas mais duas um pouco à frente. Há mais alertas de tempestades, e não vamos conseguir ter segurança para realizar o trabalho.

Sim, fazia sentido.

Enquanto ele falava sobre mais temporais, um trovão rugiu no céu, quase como se concordasse com sua teoria.

— Eu vou me instalar no local que consegui alugar para passar a noite e acionar a locadora do carro para enviar um reboque e um carro reserva. Espero que isso ajude um pouco a liberar a rodovia. — Olhei ao redor e vi as pessoas paradas, falando aos celulares, encostadas em seus carros, tentando decidir o que fazer. Provavelmente havia outros motéis e hospedagens nas redondezas, ou ao menos eu imaginava que sim.

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