— Soojung, hoje você dará início à oração. — A voz de sua progenitora lhe despertara de seus devaneios, estivera aérea desde a última conversa que tivera com Jongin, ainda estava surpresa com a confissão repentina do rapaz; O Kim encontrava-se perdidamente apaixonado por Kyungsoo, seu colega de classe. Por um momento, Jung sentira pena do amigo, apesar de ouvir ignorância de seus pais, com certeza, as agressões físicas sofridas pelo coreano era incomparavelmente pior, uma vez que, este sofria dor física e emocional. Definitivamente, o pai do garoto não era digno de estar à frente de um altar, pregando o amor de Cristo, afinal, ele não vivia isso, certo? Hipócrita, pensou Krystal.
Ainda silente, a americana alternara o foco entre todos sentados àquela mesa, o que a fizera suspirar triste e curvar os lábios em um sorriso mínimo, dando então início à uma oração breve de agradecimento. Após o fim do jantar, Krystal e Jessica ficaram encarregadas de desfazer a mesa, ato que fora exercido apenas pela mais nova.
— Sooyeon, só irei terminar rápido se tiver a tua ajuda! — Esbravejou a platinada, um tanto impaciente com a outra Jung.
— Acho que você se esqueceu que me deve favores para ficar com a boca fechada, Krys. — Enfantizou, com um notável tom de sarcasmo, o apelido da irmã, fazendo-a revirar os olhos. Estava cansada das chantagens de Jessica, porém, temia que ela contasse aos seus pais sobre a Choi. — Aliás, pirralha, acho bom ficar longe daquela grandona agora que ela voltou. Não quero a fama de ter uma irmã lésbica, eca!
Por um segundo, jurou ter ouvido errado, era impossível que Jinri tivesse voltado à cidade, definitivamente não poderia ser verdade. Hesitou indagar sobre, apenas deu de ombros e concluiu o que fazia, rumando, em passos rápidos, até o quarto.
De repente, pegara-se olhando a fotografia que tinha com Choi. Ela era linda, de longe, uma das garotas mais bonitas que já havia visto. Contudo, não iria a procurar, tinha medo do que a irmã era capaz, além de tudo, tinha Victoria, não tinha?
— Acho que você deveria pensar menos em mim, garota. — Soojung sobressaltara-se ao que tivera a destra da mulher pousada em um de seus ombros. Assustada, a platinada perguntava-se mentalmente como ela havia entrado em seu quarto, ou melhor, como ela sabia sobre seus devaneios voltados à mesma.
— Eu pensei alto demais..? — Com um fio de voz, a indagou. Por Deus, se realmente isso aconteceu, seus pais ou Sooyeon poderiam ter a ouvido.
— Não, gracinha. — Soou irônica demais. — Eu apenas te conheço muito mais do que possa imaginar. — Ciciou próxima demais, causando-lhe espasmos e arrepios à espinha.
— Victoria, eu estou falando sério.
— Fica tranquila, você não disse nada, só pensou. — Mantinha-se imersa ao relógio na parede, qual a marcação já passava das onze. — Onde ela está? A sua irmã.
— Provavelmente, não irá dormir aqui. Por quê? — Arqueou uma sobrancelha, de modo cômico, já imaginando sobre as segundas intenções da outra.
— Sendo assim, tenho você apenas para mim, hoje?
— Não sei, tem? — Agora o sarcasmo viera da Jung, que era empurrada às pressas contra o colchão. Seus lábios foram selados com volúpia, enquanto sua cintura e torso eram tateados gradativamente. De repente, pecar não parecia tão errado, e aquela noite, entregou-se à Victoria mais uma vez. Ao se desvencilharem, por mais cansada e sem forças que Krystal tivesse, ela não pregara os olhos uma vez sequer, temia que Song a deixasse sem se despedir, como das outras vezes.
— O que foi, garota? — Referiu-se ao bobo curvar de lábios que era emoldurado à face da mais nova. — Não me olha assim, não gosto.
A americana nada disse, apenas continuou observá-la, admirando cada traço que compunha seu rosto angelical. Era isso, Victoria era um anjo, claro que sim.
— Você parece um anjo, Toria. — Tal comentário fizera a mulher sentar-se sobre a cama, em um ímpeto, levando o indicador até a boca e mostrando-lhe a língua, insinuando um vômito.
— Arghhh, Krystal. Tchau.
Ao fazer menção de levantar-se, fora impedida pela outra, que a segurara firmemente pelo pulso, ato que causou-lhe um involuntário arquear de sobrancelha.
— Victoria, me responda com sinceridade. O que somos, afinal?

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𝐛𝐚𝐝 𝐫𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧𝐬 𝐭𝐨 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐲𝐨𝐮 | 𝐤𝐫𝐲𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚.
RomanceE de novo aquelas malditas lembranças a consumiram; era como se ainda pudesse sentir alguém tateando seu corpo com maestria, provocando gemidos e suspiros seus, era tudo tão real para ser apenas um sonho.