Shizen

Capítulo 1: Bem-vindos à Shizen

Capítulo 1:
Bem-vindos à Shizen

Europa - Ano de 1476:

Em uma cidade de céus nublados, encontra-se uma grande estrutura que nos faz lembrar uma igreja, um castelo. Era um templo de magia, uma grandiosa construção de velhos pilares de pedra, janelas tão grandes como as portas, abóbodas que preenchiam o teto com pinturas de anjos entre as nuvens, pinturas opacas, estátuas e um chão que refletia as luzes das velas.
Um homem de roupas brancas e longas se encontrava em uma sala daquele ambiente, seu nome era Renatus Modotte, um mago de 42 anos de idade que era responsável pelo templo. Ele era o supremo do vínculo de magia entre os magos mais poderosos da Cidade de Hanabel, Renatus tinha o dever de manter a ordem da magia para que o poder da natureza não caísse nas mãos das trevas, mas o problema era que ele não sabia que isso estava tão perto e fácil de acontecer; seu irmão mais novo, Orfeu, tinha inveja do seu poder e controle, fazendo assim querer tomar o comando do vínculo para si mesmo.
Renatus foi escolhido pela natureza para manter o poder da Luz em seu corpo como um receptáculo enquanto o poder das trevas estava selado em seu irmão, o mesmo estudava e praticava as magias proibidas. Em um dia de ventos fortes, Orfeu rompe o selo que prendia a magia das trevas, libertando um poder maligno entre os céus da cidade. Logo após isso, Orfeu mata seu irmão Renatus a punhaladas e o joga de umas das torres. Agora o sucessor seria ele, ele tinha o comando das trevas, e ninguém iria para-lo. Caído no jardim, o corpo de Renatus brilha fortemente e evapora no ar em forma de borboletas de luz que voaram pelo templo. As trevas que foram libertas pelas mãos de Orfeu matava todos os magos do templo, exceto o próprio causador do caos. A natureza descontente com o que vira, castigou Orfeu por sua inveja, filtrando seus poderes e aprisionando ele em um grande espelho circular no salão mais profundo do templo usando as borboletas que voavam no local. Orfeu, ainda lutou contra os poderes do seu falecido irmão, mas foi derrotado. As borboletas de luz se fundiram em uma pássaro que subiu para o céu. A natureza logo em seguida reveste todo o templo com ramos de folhas verdes, em sinal de aprisionamento e justiça.
As trevas e a luz estavam agora soltas pelo mundo, esperando uma era certa e um corpo certo para possuir.

Brasil - Tempos atuais:
A antiga cidade de Hanabel agora era chamada de cidade de Hotarun. Mas não havia apenas magia, a tecnologia também predominou a região. Magos conviviam com humanos normais, porém muitos dos humanos comuns tinham preconceitos com os humanos magos, por certas pessoas e religiões eram vistos como criaturas do diabo. Mesmo com alguns maus olhares, a maioria respeitava a magia no cotidiano.
Na região Norte da cidade encontra-se uma grande escola de cinco andares, rodeada por plantas florais, árvores enormes que desenhavam o caminho da entrada, ciprestes, roseiras, folhas verdes que decoravam a escola de magia da cidade. Ao lado da porta, logo após o caminho de entrada, duas grandes estátuas em mármore branco de anjos fisicamente belos.
A cada ano, jovens magos entravam na academia de magia, após 1 ano letivo já se consideravam magos e após 3, magos formados. Lá não estudavam apenas magia, haviam as ciências que um jovem normal costuma estudar; como matemática, biologia, geografia, história, artes e até mesmo gramática.
Um novo ano de magia está começando, novos alunos chegando, alunos de vários lugares do país, a escola era tão imensa que chegava a caber centenas deles, porém nem todo jovem que nascia era mago, na sociedade, apenas 20% deles nasciam com o dom da magia. Os alunos eram enviados como alunos normais, indo em ônibus ou qualquer outro meio de transporte, pois a escola de magia de Hotarun não se encontrava na região urbana da cidade e sim nas áreas verdes e floridas, a rural.

Dinho Sama é um jovem de 17 anos de idade, que nasceu com o dom da magia, mas a qual não sabia controlar ou lidar. O adolescente seguiu para Hotarun em busca do entendimento de si mesmo. Um jovem de pele levemente escura, cabelos curtos e cacheados, olhos castanhos e uma personalidade de boa empatia. Pela manhã, Dinho já se encontra na entrada da Escola com outros novatos como ele, um grande portão de ferro do jardim se abre sozinho com um ranger de ferros. Após ser aberto, o portão deixa em vista um longo caminho de pedras e grama; com grandes ciprestes enfileirados nas laterais que levam até a grande porta da escola. Dinho e os outros novos alunos entram e caminham em direção à estrutura, um coral de magos mestres e professores começa a cantar em frente, para simbolizar as boas vindas, vozes agudas e angelicais; em seguida um grande badalo de sinos é escutado no momento em que os novos alunos terminam o longo percurso. O coral para, os sinos também param em respeito a entrada da diretora da escola que foi anunciada pelos mesmos. Uma mulher com um longo vestido vermelho surge na pequena escadaria da porta. Uma mulher que aparentava ter mais de 40 anos, magra e de cabelos castanhos, elegante e de olhar sério. Seu nome é Amélia Acal:
- Bom dia a todos vocês - disse ela - novos alunos. É um verdadeiro prazer receber novos magos e magas em Shizen, a escola de magia de Hotarun - ela estende os braços - desejo a todos bons estudos, não tenham medo pois somos todos uma família. Obrigado pelo coral, professores, mas agora é hora de mostrar o novo lar dos nossos alunos, já que passarão todo o ano conosco. Venham, entrem jovens magos!
Dinho sobe as escadarias com ansiedade e nervosismo, subiu os três degraus de pedra, passou entre as estátuas de anjos e finalmete atravessou a porta, ele se maravilhou com o Lugar. Os alunos seguiam Amélia que se calara por alguns segundos. Dinho e outros alunos admiravam o quão detalhado era o lugar, pilares enorme do chão ao teto, uma grande abóboda de vidro que deixava a luz do sol entrar no salão e uma grande escadaria dourada. Shizen era um verdadeiro Palácio.
- Não sintam vergonha - pronunciou Amélia com os olhos para os alunos - Essa é a segunda casa de vocês.
Um aluno ao lado de Dinho fala baixinho:
- Casa? Parece uma mansão.
Dinho olha para o lado e se apresenta:
- Olá, sou Dinho Sama.
O outro novato também estende a mão:
- Oi cara, eu me chamo Sack, Sack Luzumákil, eu sei, é estranho mas é engraçado.
Os dois sorriram, Dinho já tinha um novo colega, talvez um futuro amigo.
   Amélia estende a mão e sopra em direção aos alunos uma leve poeira dourada, a qual se espalhou entre os novatos:
- Não se assustem - explicou Amélia - isso é apenas uma magia para guiar o grupo de vocês, olhem para seus braços.
   No pulso de cada aluno havia uma pulseira e entre elas seis cores diferentes, vermelho, azul, amarelo, verde, roxo e laranja. Os alunos que tivessem as mesmas cores seriam do mesmo time. Cada professor ficou responsável por uma cor para orientar os alunos.
Sack pergunta ao Dinho:
- Qual cor você pegou?
Dinho responde:
- Verde.
- Que legal, eu também. - disse Sack em estado júbilo e alegre - Vamos ser da mesma equipe.
   Sack sorriu, Dinho sorriu também. Sack era um garoto extrovertido, alegre, brincalhão e um pouco sem noção. Tinha a pele clara e cabelos pretos como os olhos.
   Um homem alto forte e loiro chama a atenção dos dois novatos:
- Bom, a equipe verde ficará comigo, então venham, sigam-me que levarei vocês até seus quartos.
   Então 20 alunos seguiram o tal professor de cabelos loiros. Subiram as escadas e entram em um grande quarto. Parecia um quarto normal com TV, ar-condicionado e camas confortáveis, a diferença é que era tudo coletivo.
   Bastou os alunos entrarem no quarto que as pulseiras evaporaram dos seus pulsos:
- Bom, agora vocês já sabem quem são do grupo de vocês e qual é seu quarto, então não façam bagunça - disse o loiro - Eu me chamo Leon, o mestre de vocês, mas não pensem que vou pegar leve não, vocês não são crianças, são um bando de marmanjos, alguns garotos até já com pelo na cara!
   Os jovens riram da personalidade de Leon que logo saiu do quarto. Dinho escolhe uma cama ao lado de uma das janela, Sack fica em uma próxima a dele. Da janela de vidro ao lado de sua cama, Dinho conseguia ver um pequeno jardim da parte interior da escola. Sack se aproxima perguntando:
- E aí? Já sabe qual o teu dom elemental?
Dinho se acomoda sentado na cama com uma resposta:
- Não exatamente, acho que nem sei controlar bem meus dons e...
- Relaxe! - Sack interrompeu - Nós vamos aprender tudo aqui. Mas fica de olho nas garotas, tem três na nossa equipe e uma delas tem um par de peitos enormes.
   Após ouvir o murmuro de Sack, Dinho começa a rir descontroladamente, deixando seu amigo envergonhado.