Capítulo 5: Memórias

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Shizen
Capítulo 5 - Memórias

   Ainda durante a noite, Dinho volta para o seu quarto, ele adorou o passeio que teve com seu mestre, mas uma coisa não saia de sua cabeça, a frase que a cigana lhe disse: "sangue será derramado, mas a luz purificará o ambiente."
   O jovem Dinho Sama, senta-se em sua cama com os olhos para a janela de vidro, onde era possível observar as estrelas e o jardim de Shizen. O brilho da noite refletia nos olhos do garoto enquanto pensava no que a cigana lhe dissera:
- Ei, você está observando as estrelas? - perguntou um jovem em outra cama.
- Só estou refletindo um pouco. - respondeu Dinho.
   O outro jovem se aproxima, tinha pele escura e cabelos cacheados como Dinho mas a diferença é que ele era mais magro, cachos mais curtos e usava óculos:
- Eu gosto de observa as estrelas, eu acredito muito no poder astral. - disse o outro garoto.
- Eu me chamo Dinho.
- Ícaro, prazer em conhecer você.
- Eu conheci um cara que possui um poder estelar, o nome dele é Henri. Você também tem esse tipo de dom? - perguntou Dinho.
- Não, eu adoraria, mas não tenho esse dom, não ainda. Meu dom natural é outro. Eu apenas observo e admiro as constelações.
   O garoto senta-se na cama e observa o céu junto a Dinho. O garoto começa a explicar sobre mapa astral, zodíaco e as constelações:
- Veja aquelas três estrelas juntas, uma ao lado da outra, é uma constelação, o cinturão de Orion. - explicou ícaro.
   Dinho prestava atenção no que Ícaro dizia, as constelações eram como mapas no céu noturno, ajudaria alguém estando perdido a noite. Mas em um momento da conversa, Dinho faz uma pergunta:
- Mas qual é o teu dom?
   Ao ouvir isso, Ícaro observa livros sobre a cama de Dinho, as páginas começam a se abrir, as folhas balançar e os livros flutuam com um mover de dedos de Ícaro. Os livros seguiram em direção de Dinho, caindo sobre seu colo. Ícaro movimenta mais uma vez os dedos fechando todos os livros. Dinho sorriu:
- Isso foi incrível, muito incrível.
   Ícaro agradece com o rosto e devolve os livros aos seus devidos lugares. Enquanto Ícaro reorganizava os livros com sua telecinese, Dinho volta a observar a parte externa de Shizen pela janela mas dessa vez para o jardim, onde o garoto percebe uma figura vestida por uma capa de capuz preto, decorada por cristais. A pessoa disfarçada parecia se esconder entre as árvores do jardim e seguiu em direção a saída da instituição. A silhueta era de uma mulher que sumiu da vista de Dinho.
Ele volta sua vista para Ícaro para explicar o que acabara de ver:
- Ei, Ícaro!
- O que? - perguntou virando-se.
- É normal os professores ou alunos saírem de Shizen nesta hora da noite?
- Sou tão novato quanto você, não sei dizer. Mas por que a pergunta?
- Nada, por nada. - Dinho respondeu.
   Dinho havia visto uma mulher vestida por um manto escuro que lhe cobria todo o corpo. A mulher que Dinho não sabera quem é, de fato era a Lotus que saiu pela madrugada para se comunicar com os outros membros magos.
   Lotus saiu de Shizen aquela noite. Ao passar pela praça da pequena vila verde, a cigana Madame Idalina a parou, surgindo por trás de tábuas de uma construção:
- Para onde a moça vai com tanta pressa e neste horário? - perguntou a cigana, encarando a mulher.
- Não devo satisfações a uma mendiga.
- Não sou mendiga, sou cigana e com muito orgulho.
- Então isso é problema teu. Agora deixe-me passar.
- Como cigana vejo que uma nuvem negra cerca esse teu coração congelado, mas você tem a chance e a possibilidade de mudar o teu destino e não só o teu.
- Pare de falar besteiras e saia da minha frente. - ordenou Lotus.
   A Cigana abriu caminho para a maga mas continuou a falar, enquanto Lotus sumia:
- Deixe a luz afastar essa escuridão desse teu belo rosto, Lotus!
   Lotus para de andar ao escutar que a cigana sabia seu nome, mas ao se virar a cigana não estava mais lá. A mulher de capa cinzenta seguiu seu caminho, ignorando tudo o que Idalina falou.
   No fim da Vila, após a barreira, havia um carro preto esperando Lotus chegar, a qual logo entrou no banco de trás, deixando Lino no volante. A mulher retira sua capa, e mira seu rosto para a janela do carro.
Na zona urbana, o carro passava por várias ruas de moradias humildes, casas simples mas felizes. Em uma casa amarela, com uma mureta, Lotus observou uma mãe brincando com sua filha, pareciam se divertir. Da janela de trás do carro, Lotus observou aquela cena, cena essa que fez ela virar o rosto, não suportava ver aquilo. Algo machucava os sentimetos de Lotus, algo que ela queria apagar de sua memória.

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