Capítulo 2: Mostre a sua magia

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Capítulo 2:
Mostre a sua magia

   Região Urbana da cidade:
Ao sul da região urbana da cidade de Hotarun, encontra-se uma mansão antiga com um grande jardim e portões pivotantes com pontas agudas. Na rua dessa mansão aproxima-se um carro preto. O automóvel para em frente aos portões que logo se abrem, o carro entra, passa por enormes palmeiras do jardim, dobra o caminho entre um chafariz e então para em frente as escadas da mansão. O motorista desce, abre a porta de trás do carro, então surge uma mulher que desce do automóvel, a mesma mulher da cabana, dessa vez com um vestido que lhe mostrava todas as suas costas, mas da mesma cor, lilás e com a flor que prendia seus cabelos.
Sobre as escadas, na frente da entrada, um homem a esperava para abrir a porta:
- Boa Noite, Senhora. - disse ele abrindo a porta para ela entrar.
- Boa Noite, Hênio. - Ela o comprimetou sem olhar no rosto dele.
Hênio se pronuncia mais uma vez:
- O Senhor Aikuma está em...
- Eu sei muito bem onde ele está. - ela respondeu com arrogância.
   A mulher sobe a grande escadaria do lugar e entra em uma sala com uma mesa comprida de doze cadeiras. Na cabeceira um homem estava sentado bebendo vinho solitariamente, era Aikuma, roupas pretas cabelos cinzentos, barba curta e escura, pele lisa como de um jovem, olhos pretos, corpo fisicamente forte e 32 anos de idade. Ele quebra o silêncio:
- Você é sempre pontual, Lotus.
- Trago a novidade que precisas. - disse ela.
- Novos alunos em Shizen?
- Exatamente, se a profecia estiver certa, um deles carrega aquele poder. - falou ela.
- A profecia está certa, é um mago dessa era que herdará o poder ancestral. - ele explicou.
- Resta agora apenas saber qual deles, são muitos, mas com nosso plano tudo sairá como queremos. - disse Lotus, olhando-se em um grande espelho da sala.
   Aikuma levanta-se da cadeira e segue em direção à duas enormes portas de vidro que levam até uma varanda. Ele as abre, ainda com a taça de vinho na mão. Aikuma observa o céu estrelado:
- Veja este céu, essas estrelas ofuscam o meu poder. - disse ele tomando um gole de vinho.
Lotus, observa o reflexo do homem pelo espelho:
- Parece que você está confiante de si mesmo. - ela falou.
- E por que eu não estaria, eu sou capaz de fazer o que quero, tudo o que eu quero e o que eu quero agora é mais poder.
Os olhos do homem se tornaram vermelhos vividos como sangue. Lotus se pronuncia mais uma vez:
- Temos que chamar a todos da organização para uma reunião, mas não aqui - disse ela virando-se contra o espelho - Nosso novo local está nos esperando, recrutarei todos os outros magos da organização.

Na escolda de magia:
   A diretora Amélia, encontra-se em sua sala, sentada na cadeira, com os cotovelos sobre a mesa e as mãos entrelaçadas, com as costas para a varanda principal. Do outro lado da sala, entre as prateleiras de livros está Leon, o professor de magia mais fiel de Amélia:
- Entendo tua preocupação, mas se continuar assim você vai ter fios de cabelos brancos antes do tempo. Acalma-te Senhora, está tudo bem. - disse Leon.
- Por enquanto, - disse a superiora olhando para o teto - Pois não irá demorar até que minha angústia torne-se realidade.
- Eu entendo, mas peço que...
   Amélia levanta-se violentamente batendo as mãos na mesa:
- Não peça para eu me acalmar, essa escola é tudo o que eu mais amo no mundo, e eu posso estar pondo a vida desses jovens em risco por um deles possuir um poder que nem pediu para ter. Então não mande eu me acalmar, pois esse é meu jeito de raciocinar as coisas.
   Leon se aproxima e segura as mãos de Amélia confortando-a:
- Eu entendo, entendo teu medo, tua mágoa pelo o que houve no passado mas...
- Por favor, - disse ela - Não fale disso, você sabe que eu não gosto. Você é um verdadeiro amigo mas preciso que me deixe a sós comigo mesma.
- Tem certeza, Amélia?
- Sim - respondeu suspirando - e me desculpe pelo descontrole.
- Claro, o medo nos deixa assim, minha amiga. Com licença.
   Leon sai da sala fechando a porta. Amélia abre as portas torneadas da varanda deixando o vento bater em seu rosto. Fechou seus olhos para sentir a brisa em seus cabelos. Lágrimas escorrem no rosto da suprema, parece que algumas memórias faziam ela sentir mágoas, e era realmente isso.

   O dia amanhece em Shizen, os alunos despertam para seu primeiro dia de magia pedagógica. Dinho levanta-se da cama coçando os olhos e a primeira imagem que vê é Sack já vestido com a farda da instituição:
- Bom Dia, amigo mago!!! - Sack gritou.
- Mas o que significa isso? - perguntou Dinho, ainda caindo de sono.
- Como assim "o que é isso"? É a nossa farda. Legal né? Já me sinto um super mago! A tua já está na tua mesa de cabeceira, ainda dobrada.
   Dinho olha para o lado com as pálpebras ainda caídas. Tratava-se de uma espécie de grande casaco, que mais parecia uma capa, com um símbolo da escola na região das costas, as três folhas verdes de Shizen. Isso além da camisa e calça do fardamento.
   Dinho veste a roupa, longas mangas que quase cobriam-lhe as mãos, de leve tecido e boa costura. Dinho se olha no espelho:
- Acho que ficou bom.
- Claro que ficou. - afirmou Sack.
   A porta do quarto se abre como um sopro de vento. Aparece Leon:
- Vamos, Hoje é o primeiro dia de aula de vocês. Como eu disse antes: eu não pego leve, quero ver magia, então mostre a magia de vocês, vamos! - gritou Leon.
   Os alunos seguiram ele para uma sala designada nunca vista por Dinho antes, um grandioso salão com um grande espaço para treinos, paredes com alvos, chão revestido pela cor cinza e paredes em cor coral. Todas as turmas já esperavam lá, a equipe de Dinho foi a última. Ao fundo, sobre um altar estava Amélia com um vestido mais uma vez longo, mas dessa vez outro tom de vermelho e um colar de brilhantes:
- Bom Dia a todos. - disse Amélia - Vocês estão em seu primeiro treinamento de magia, sendo assim, nada será pesado mas vocês irão completar missões fora da escola com seus professores, não aqui no salão, não hoje. serão divididos em equipes de quatro alunos para cada professor. Bons treinos a todos vocês.
   Após dúvidas tiradas, os alunos se dividiram em equipes, Sack e Dinho ficaram na mesma equipe com mais dois alunos de outro quarto, Henrique e Carlos:
- É você, - disse Dinho - Você é o cara das estrelas.
Henri respondeu com um acenar de mão e um sorriso no rosto.
Sack então se dirige ao outro aluno:
- Olá, sou Sack, e você, qual teu nome?
- Carlos, prazer em conhecer vocês. - respondeu o novo amigo.

   Os alunos chegam na região externa da escola, rodeado por árvores. Leon se posiciona na frente da equipe de Dinho:
- Bem alunos, vocês vão ser minha equipe de treino. Então prestem atenção no que eu digo e mando. Cada um de vocês vão lutar contra mim, um de cada vez. Deixe-me ver quem será o primeiro.
   Sack suou de medo, estava tão confiante mas na hora de agir gelou. Tudo que ele pensava era "Eu não".
   O mestre Leon levanta a mão e aponta o dedo para Henri:
- Você!
   Sack suspirou aliviado. Henri se apresenta:
- Eu sou Henrique Camoura, mestre.
- Muito bem, senhor Camoura, vamos ver o que você sabe fazer. - disse Leon com um sorriso sarcástico.
   Os outros dois se afastaram, enquanto Henri se aproximava mais do professor ajeitando os óculos. O professor encarava o aluno:
- Estou esperando você começar. - disse Leon. - Espero que faça algo que não me deixe com tédio.
   Henri estende as mãos e aperta as sobrancelhas dizendo:
- Não me subestime só por ser um novo aluno, você verá o brilho das estrelas em seu olhos, mas acredite, você não vai admirar, irá temer! Aaaah!
Henri avança na direção de Leon que desvia sem que o aluno sequer perceba:
- Muito lento! - Gritou Leon - Observe o verdadeiro poder!
   Leon soca o rosto de Henri fazendo todo o corpo do aluno se transformar em partículas de estrelas:
- Mas, o que? - Leon estava confuso. Eu não bati forte.
   Os outros três alunos ficam espantados com a situação; o corpo de Henri se desfez em vários fragmentos estelares:
- Não pense que eu deixaria meu verdadeiro corpo tão vulnerável assim! - gritou Henri surgindo por cima de Leon - agora veja o movimento das galáxias! Cadente!!!
   Henri cai do céu apontando o punho em chamas azuis para seu mestre. O mestre ergue o braço direito e para o punho de Henri com apenas uma mão:
- Você chama isso de galáxia? Não é nem sequer uma constelação. - disse Leon jogando Henri para longe. - Agora, meu aluno, eu vou mostrar o que realmente é ter poder.

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