Cap. 17 - Atrasada, de Novo!

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Pov Camila Cabello (Sete Anos ANTES)

— Outro Jack com Coca-Cola. — Ergui a mão para o barman. Eu costumava estar na metade da primeira bebida quando Keana aparecia; ao começar a segunda, era tarde até mesmo
para ela. Enviei uma mensagem.

Camila: Você está mais atrasada que o normal.

Keana: Chego aí em dez minutos. Se não chegar, leia essa mensagem de novo.

Eu ri.

Ela apareceu na metade da segunda bebida. Seus braços me envolveram por trás.

— Posso pagar uma bebida pra você?

— Claro. Minha namorada está a caminho, mas está atrasada, então eu poderia aproveitar um pouco de sua companhia.

Ela bateu em meu abdômen.

— Um pouco de companhia, né?

Me virei, envolvi sua cintura e a puxei para o meu colo de uma só vez. Ela riu e qualquer incômodo sobre estar quarenta e cinco minutos atrasada desapareceu instantaneamente. De novo.

— Qual é a desculpa desta vez?

— Precisei cuidar de umas coisas. — Ela desviou o olhar quando falou, o que me disse que eu precisava investigar mais.

— Que coisas?

Ela deu de ombros.

— Só umas coisas. Para o abrigo.

Semicerrei os olhos.

— Como... desembalar caixas de comida doada? Ou limpar os pratos depois do jantar?

— Sim. Só algumas incumbências. Coisas assim. — Ela tentou mudar de assunto rapidamente.

— O que está bebendo? Jack com Coca?

Agora eu sabia que ela estava tramando algo. E tinha quase certeza de que sabia o que era.

— Sim. Jack e Coca-Cola. Quer o de sempre?

Ela se levantou e se sentou no banquinho ao lado.

— Sim, por favor. Como foi seu dia?

Depois que chamei o barman e pedi seu Merlot, virei sua cadeira em minha direção.

— Você o seguiu novamente hoje à noite, não foi?

Seus ombros caíram, mas ela nem tentou mentir.

— Ele estava com o olho roxo hoje. E o corte na cabeça reabriu. Ele deveria ter recebido pontos da primeira vez. Agora está pior, parece infeccionado.

— Amo o quanto você se importa. De verdade. Mas precisa deixar a polícia fazer o próprio trabalho.

Coisa errada a dizer.

— Fazer o próprio trabalho? Esse é o problema. Eles não pensam que manter pessoas sem-teto seguras é parte do trabalho deles. Eles só prestam atenção quando eles se sentam em um bairro chique. Sério, não ficaria surpresa se o Upper West Side instalasse pontas de metal como fazem em pontes ferroviárias para evitar que os pombos criem ninhos.

— Não quero que você siga pessoas sem-teto até parques perigosos à noite.

Ela bufou.

— Só queria descobrir aonde ele estava indo para que eu possa voltar à delegacia amanhã e pedir que patrulhem melhor a área.

— Até onde você o seguiu?

— Conhece aquela ponte antiga restaurada? Aquela que o pessoal atravessa perto da 155th Street?

— Você foi a pé até Washington Heights?

— A ponte pode parecer bacana, mas por baixo não é. Acho que os políticos só apertaram as mãos e tiraram fotos no alto, enquanto embaixo estava cheio como um depósito. Você sabia que há uma minicidade sob aquele viaduto?

— Keana, você tem que parar com essa merda. Sei que você quer ajudar, mas esses lugares são perigosos.

— Ainda estava claro e eu não entrei no acampamento.

— Keana...

— Sério. Vai ficar tudo bem. Vou à delegacia mais próxima amanhã. Espero que os policiais de lá se lembrem que o trabalho deles é servir e proteger todos os cidadãos da cidade.

— Me prometa que não vai fazer nenhuma merda desse tipo de novo.

Ela sorriu e se inclinou para me abraçar. Passando os dedos em minha pele, disse:

— Prometo!

****

Ai, ai, Keana...

CAMREN: Minha Chefe Criativa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora